RELATÓRIO DE ATIVIDADE PRÁTICA SUPERVISIONADA (APS)
Por: jean.elite • 28/5/2015 • Trabalho acadêmico • 2.692 Palavras (11 Páginas) • 772 Visualizações
UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP
ICS – CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA
RELATÓRIO DE ATIVIDADE PRÁTICA SUPERVISIONADA (APS)
Aluno: Jean Ricardo de Souza
Matrícula: T44764-0 Turma: EF1A17 Turno: Matutino
TEMA: Corporeidade: Corpo como Objeto de Consumo
DISCIPLINAS DO SEMESTRE RELACIONADAS AO TEMA: Corporeidade e Motricidade.
OBJETIVO DO TRABALHO DE APS: O objetivo deste APS é mostrar as transformações da visão do corpo até chegar aos dias de hoje, bem como influenciados pelas mídias nos dias atuais.
JUSTIFICATIVA: O corpo de ser nosso fundamento primeiro, afirma Morais(1993). Partindo da dedução que a corporeidade apresenta-se primordial para realização da educação física, afirmação acima se torna referencial, pois tentar compreender a corporeidade é saber olhar as expressões e desejos deste corpo e do corpo ao lado, complementa o autor.
Resumo
O corpo tornou-se um tema de pesquisa para pesquisadores interessados em explorar a construção de significados de consumo em muitas áreas. Sua expressão como uma mercadoria já tem sido apontado por pesquisadores como Malysse (2007), que propôs a objetificação do corpo e Goldenberg (2007), que construiu o conceito do corpo como um capital. De acordo com MacCracken (2003), a publicidade trabalha na transferência de significado do mundo culturalmente constituído para os indivíduos. O corpo é tratado como um objeto que pode ser modificado, alterado, virou-se apropriado de acordo com a intenção de seu proprietário, o que ajuda a explicar como os significados do corpo são socialmente construídos e transferidos do mundo culturalmente constituído para o consumo de espaço de indivíduos.
Corporeidade: Corpo como Objeto de Consumo
O culto ao corpo é uma das características mais marcantes da sociedade contemporânea, cresce dia a dia o número de cirurgias estéticas, as academias de ginástica são cada vez mais freqüentadas por mulheres de todas as idades, o corpo torna-se objeto de consumo, onde substanciosos investimentos fazem as pessoas estarem em constante busca da imagem ideal. As mulheres no decorrer da história são apontadas como mais suscetíveis à imposição social pelo padrão ideal de beleza, muitas vezes acarretando em distorção da imagem corporal e transtornos alimentares.
Nessa constante valorização da aparência jovem e bela, de corpo esbelto, cobrada das mulheres, percebe-se que as relações de gênero continuam reproduzindo a submissão, controle e manipulação, imposta às mulheres, mantendo assim as mulheres afastadas dos reais problemas sociais e culturais do seu tempo.
Para esclarecermos o conceito do corpo nos dias atuais, é preciso voltar na história de como o corpo foi tratado desde a antiguidade.
A mídia que tem a maior parte da responsabilidade por essa atitude de consumo excessivo, que utilizam modelos, cantores, atrizes, celebridades para vender produtos, no qual gera uma visão de corpo perfeito.
Para mostrarmos e analisarmos as transformações da visão do corpo até os dias atuais, bem como somos influenciados pelas mídias, usamos pesquisa em livros para guarnecer de informação e dados comprovativos sobre influência da mídia.
O aspecto de o homem encarar com sua corporeidade, as normas e controle comportamental corporal, não segue uma direção universal e constante, mas sim decorrente de um processo histórico.
O homem vive e interage em um ambiente de forma dinâmica, assim o homem desenvolve sua corporeidade, forma de comportar que estão ligados a condicionamentos sociais e culturais.
Na Grécia antiga, o corpo era visto como interesse do Estado era glorificado e valorizado pela sua fertilidade, capacidade atlética. Em Atenas o modo de educação corporal predominava o ser humano belo e bom. Já em Esparta a educação infantil, recebia atividades corporais, que buscavam um corpo fértil e saudável para sem preparados para batalha.
Na Idade Média a igreja proibiu toda e qualquer preocupação com o corpo, a atuação da igreja era grande e aboliu até os jogos olímpicos, a igreja tinha uma separação entre corpo e alma, e a alma prevaleciam acima do corpo. O corpo tornou se perverso e necessitado de purificação. Havia a prática de apedrejamentos, enforcamentos em praça pública.
No Renascimento, já começa a ter uma preocupação com a liberdade do ser humano, esse período é totalmente diferente as dos anteriores, pois o trabalho artesão começou a ser valorizado, em companhia com o pensamento científico e estudo do corpo. Onde o corpo nu aparece nas obras dos pintores como Michelangelo, Da Vince, e ficam em destaque.
Com o rápido progresso a ciência no século XVII, o homem passou a considerar a razão como o único instrumento válido de conhecimento, assim começou a distanciar do corpo, visualizando como um objeto que deve ser controlado e disciplinado. Com a visão positiva tornou-se a única realidade, observável e mensurável.
A imagem fisicalista do positivismo empobreceu o mundo humano e, em seu absoluto exclusivismo, deformou a realidade: reduziu o mundo real a uma única dimensão e sob um único aspecto, à dimensão da extensão e das relações quantitativas. (Karel Kosik 1985, p.24)
Com a aceleração de produção capitalista no sec. XVII, passo a passo com a descoberta do homem, como um ser manipulado, era visto como um conjunto de forças mecânicas, sujeitas a exploração e controle.
Na história da civilização ocidental, sempre houve a separação de trabalho, as que precisam de maior trabalho braçal, manual e intelectual. Na Antiguidade existia os escravos para fazerem o trabalho corporal, na Idade Média o serviço braçal ficava com os servos dos proprietários de terra. Desde a Antiguidade até a Revolução Industrial existiam trabalhadores que exerciam a maior parte dos trabalhos corporais. E somente os indivíduos das classes dominantes que ficavam com o trabalho intelectual. Com o crescimento da manufaturas sempre iam aparecendo operários para exercer uma ocupação no trabalho corporal empregados por grandes capitalistas. O trabalho corporal sempre ocupou, assim, um nível inferior na hierarquia social da civilização ocidental.
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