RESUMO CORPO-MÁQUINA: DIÁLOGOS ENTRE DISCURSOS CIENTÍFICOS E A GINÁSTICA
Por: Pri Bellini • 30/7/2020 • Resenha • 372 Palavras (2 Páginas) • 577 Visualizações
No artigo os autores - Edivaldo Góis Junior, Carmen Lúcia Soares e Vinícius Demarchi Silva Terra - tiveram como objetivo de discutir ideia de corpo-máquina que se tornará fonte de inspiração para outras práticas, como a literatura, a fotografia e, principalmente, a ginástica no contexto da produção cultural e científica europeia. O recorte temporal foi delimitado pelo século XIX e virada do século XX.
A visão do corpo-máquina é debatida tendo a ideia de um corpo limpo, mais produtivo, moralmente eficaz. Essa representação está baseada numa concepção econômica, pois o corpo é pensado então como uma máquina que produz. Este corpo-máquina ganha mais espaço nos discursos médicos, que através de uma representação de racionalidade objetiva e científica, influenciavam a cultura moderna.
Demeny estudou sobre a sistematização dos exercícios. A máquina humana contava com uma instrumentalização dos exercícios a partir de dispositivos portáteis concebidos como uma tecnologia do treinamento. O corpo-máquina em interação com forças externas potencializadas por instrumentos e objetos afastava os homens de uma relação intuitiva com o movimento para aproximá-lo de conhecimentos sistematizados e organizados dentro de uma lógica mecânica de cálculo preciso.
Demeny contribuiu ainda para a construção de uma representação que, nas suas palavras, aludia a uma ginástica mais verdadeira, científica, enfim, o resultado de uma evolução que naqueles tempos significava o nascimento de uma “verdadeira Educação Física”.
No livro Evolution de l’éducation physique: L’école française, de 1909, Demeny, cria uma periodização, descrevendo três fases de evolução da Educação Física. A primeira seria a empírica, sem base científica, identificava-se desde as influências gregas e romanas da Antiguidade até meados do século XX. A segunda seria uma fase intermediária entre o empirismo e o pensamento científico, caracterizada pela tentativa e erro, e por lentos progressos no entendimento dos exercícios físicos (destaque para ginastica sueca - ginástica pré-científica). Na terceira fase, chamada de positiva, a Educação Física positiva é considerara como a prática de ginástica verdadeiramente científica. Economia de energia e eficiência dos exercícios, estavam presentes na Educação Física positiva. Sendo ela a Educação Física inseparável da educação moral e da educação intelectual, sendo ela parte da educação geral. Segundo Demeny ela ensina o homem a dar seu máximo de rendimento num trabalho útil, com o mínimo de dispêndio e fadiga.
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