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Considerações sobre a operacionalização da Atenção Primária a Saúde

Por:   •  10/5/2015  •  Abstract  •  1.198 Palavras (5 Páginas)  •  247 Visualizações

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Assunto (TEMA): Considerações sobre a operacionalização da Atenção Primária a Saúde.


Referência Bibliográfica Completa: Atenção Primária e Promoção da Saúde / Conselho Nacional de Secretários de Saúde. - Brasília: CONASS, 2007.


Texto da Ficha:

3.1Necessidades em Saúde

    O Brasil é um país de dimensões continentais e devido a isso o SUS (Sistema Único de Saúde) se torna complexo e sua gestão dependerá de planejamento, estimativas e metas. Uma ação do gestor acarretará numa necessidade para quem executa e isso pode levar a um questionamento de sua real importância, levando em consideração implicações legais, científicas e socioculturais.

3.1.1 Rastreamentos

    Atualmente a maioria das ações estão voltadas para a Prevenção Primária e Secundária, como mudanças de hábitos e detecção precoce de doenças e diante disso o custo de saúde está voltado a toda população. Os rastreamentos são limitados pelas prioridades definidas pelo gestor e pela despesa necessária para prolongar ou melhorar a qualidade de vida de uma parte da população. Nem sempre ela beneficiará a todos. Cabe aos executores terem ciência disso e gerir esses rastreamentos dentro das possibilidades e da melhor forma possível.

3.1.2 Medicina Baseada em evidências

   Constitui uma sistematização de todas as informações na área de saúde, que classifica os artigos e suas conclusões em nível hierárquico, muito importante na tomada de decisão, pelo  gestor, sobre qual ação será desenvolvida. Devido a quantidade de informações foram criados grupos de pesquisa responsáveis pela coleta desses artigos e conclusões que entrega estes dados prontos para os interessados. A medicina baseada em evidências evita gastos desnecessários com rastreamentos ineficazes visto que o orçamento para saúde é limitado, todavia nunca será capaz de substituir o contato da população com a equipe que executa o trabalho de prevenção primária e secundária. A harmonia entre o gestor, o profissional de saúde e a comunidade é necessária para o sucesso desta tarefa.

3.1.3 Desejo e Sofrimento

     Uma linha tênue separa desejo de necessidade que são motores do capitalismo, todavia nunca poderão ser o motor da saúde. O gestor não pode ser influenciado pelo desejo da população motivada pelo medo de ficar doente e em parte pela mídia. Ele tem que ter a sensibilidade de perceber quando o desejo da comunidade é na verdade uma necessidade da saúde, evitando o desperdício de verbas que poderiam ser empregadas em pessoal bem como em outras ações  de rastreamento. Os serviços de saúde tem menos importância do que o emprego e o saneamento básico quando se trata de saúde e cabe aos profissionais a serem formados terem o discernimento para identificar os casos e para isso a educação tem que ser priorizada na formação dos mesmos.

3.1.4 Oferta de serviços e necessidades da população

     O gestor tem que efetuar serviços de saúde levando em consideração a população como uma unidade, pensando em ações eficazes, atingindo a todos, e cujo investimento não possa comprometer todo um planejamento. Por mais que efetuem pesquisas, a medicina baseada em evidências e haja investimento em cursos e qualificações profissionais, não se tem como evitar ações de rastreamento que possam causar efeitos adversos, complicações resultantes de tratamento médico (iatrogenia). Muitas variáveis podem causar um equívoco na oferta de recursos à população e causar a ineficácia do rastreamento ora efetuado.

3.1.5 Regulação, Avaliação e Controle

     As ações de rastreamento necessitam ser avaliados permanentemente visto a intangibilidade dos critérios envolvidos na sua escolha. Faz-se necessário um confrontamento das despesas efetuadas com os benefícios alcançados. O gestor deve regular o sistema promovendo intervenções positivas sem gastos desnecessários já que as ações na atenção primária necessitam de uma definição da necessidade, de um planejamento e programação, execução e avaliação permanente.

3.2 Planejamento e Programação

   Muitos gestores utilizam o planejamento dos anos anteriores como parâmetro. Isto pode mascarar erros, gastos equivocados, pois se perde o olhar crítico, um estudo da real necessidade da população. A utilização do planejamento anterior é interessante desde que a adeque a realidade atual (informações adquiridas) e estabeleça metas condizentes com o Ministério da saúde e Secretarias Estaduais de Saúde.

3.2.1 Análise da situação de saúde

     Esta análise se utiliza do diagnóstico de comunidade (saneamento, coleta de lixo, fornecimento de água, hipertensão e diabetes) e do estudo de demanda (pessoas que procuram os serviços de saúde). Ela é realizada em cinco passos listados a seguir: 1. Coleta de dados feita pelos agentes comunitários de saúde; 2. Registro de dados ( o ideal é que os agentes façam o fechamento diário e mensal e que ocorra uma revisão numa amostra aleatória por parte da enfermeira); 3. Transferência de dados para o SIAB ( o recomendado é que esses dados sejam repassados por funcionários especificamente treinados); 4. Analise dos relatórios do SIAB, e; 5. devolução dos dados para a equipe e comunidade com a discussão destes. O SIAB em conjunto com outros sistemas produz informações consistentes, desde que não ocorra alguma falha no processo, pois confrontará vários dados e dessa forma gera considerações quantitativas e qualitativas relevantes para o gestor, a equipe e a comunidade público-alvo. O sucesso está relacionado ao trabalho em equipe e em rede.

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