DOENÇA HIPERTENSIVA ESPECÍFICA DA GESTAÇÃO E SUAS IMPLICAÇÕES À GESTANTE
Por: GIESE • 24/10/2018 • Monografia • 1.537 Palavras (7 Páginas) • 399 Visualizações
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PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
ENFERMAGEM EM GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA
GIESE DOS SANTOS SOARES
DOENÇA HIPERTENSIVA ESPECÍFICA DA GESTAÇÃO E SUAS IMPLICAÇÕES À GESTANTE
Porto Alegre
2018
GIESE DOS SANTOS SOARES
DOENÇA HIPERTENSIVA ESPECÍFICA DA GESTAÇÃO E SUAS IMPLICAÇÕES À GESTANTE
Monografia apresentada à Faculdade UnYLeYa como exigência parcial à obtenção do título de Especialista em Enfermagem em Ginecologia e Obstetrícia.
Nome do Orientador: Jaqueline Castilho de Oliveira
Porto Alegre
2018
1 INTRODUÇÃO
A gravidez consiste num fenômeno fisiológico marcado por significativas mudanças físicas, sociais e emocionais, sendo a fase em que a mulher vivencia situações de ansiedade, fantasias, medos e expectativas (CABEZAS, 2002; BRASIL, 2010). Na maioria das vezes, evolui sem intercorrências, mas uma minoria de gestantes que possuem características específicas ou por sofrerem algum agravo fisiológico, tem maiores chances de apresentarem complicações, com aparecimento de doenças específicas da gestação. Tais intercorrências aumentam a probabilidade de evolução desfavorável, que caracterizam a gravidez como uma gestação de alto risco (COSTA, 2002).
Conforme Caldeyro-Barcia (apud BRASIL, 2010), a gestação de alto risco caracteriza-se por aquela na qual a gestante apresenta alguma doença ou mesmo outra condição sócio biológica que acaba prejudicando o desenvolvimento normal da gravidez; ou seja, quando um fator materno ou fetal interfere no curso da gestação, deixando a vida ou a saúde da mãe e filho mais expostas a riscos. No Brasil, cerca de duas mulheres morrem por hora devido às doenças relacionadas à gestação. Dentre as complicações que podem ocorrer durante a gestação podemos citar a doença hipertensiva específica da gravidez (DHEG) (ABICALAFFE, AMARAL, DIAS, 2004).
A Doença Hipertensiva Específica da Gestação (DHEG), de acordo com Cintra (2001), é uma patologia obstétrica que surge após a vigésima semana de gestação, sendo mais freqüente no terceiro trimestre e estendendo-se até o puerpério. De acordo com dados de 2011, do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS), as síndromes hipertensivas representam 20% das causas de óbitos maternos, e 56% destes ocorreram no período gestacional. De acordo com Ziegel e Cranley (2004), apesar da relevância para a saúde pública, a etiologia da Hipertenção Gestacional ainda permanece desconhecida. Sabe-se, que para sua ocorrência, a presença da placenta é obrigatória, dado que um defeito da invasão trofoblástica nas arteríolas espiraladas maternas é o principal desencadeante. Caracteriza-se por apresentar hipertensão arterial, edema e/ou proteinúria, podendo culminar com convulsões e coma. A doença, quando não tratada, evolui naturalmente para as formas graves, entre elas; a eclâmpsia, a qual caracteriza-se pela presença de convulsões devido às complicações da pré-eclâmpsia e a Síndrome de HELLP; a qual consiste num quadro clínico caracterizado por hemólise (H = “hemolysis”), elevação de enzimas hepáticas (EL = “elevated liver functions tests”) e plaquetopenia (LP 14 = low platelets count “) .
A DHEG, conforme afirma Rezende (2005), pode apresentar evolução distinta. A pré-eclâmpsia, isolada ou superposta à hipertensão arterial crônica, está associada aos piores resultados, maternos e perinatais, das síndromes hipertensivas. Define hipertensão, na gravidez, quando há um aumento, na pressão arterial (PA) sistólica, superior a 30 mmHg; e/ou na PA diastólica, superior a 15 mmHg, do valor normal da cliente, conhecido previamente, confirmado após duas medidas, com intervalos de, no mínimo, 4 horas, com a gestante sentada, em repouso. A proteinúria é a presença de 300 mg ou mais de proteínas na urina em uma amostra de 24 horas. Além desses sintomas, também pode ocorrer oligúria: diurese inferior a 400 ml por dia, cefaléia, dor epigástrica, cianose ou edema pulmonar confirmado, dor no hipocôndrio direito (rotura da cápsula de Glinson), trombocitopenia grave (plaquetas abaixo de 100.000/mm3), anemia hemolítica microangiopática: (hemólise, icterícia e/ou elevação das enzimas hepáticas), e crescimento intra-uterino retardado (CIUR ou RCIU) (FILHO et al. 2004; LIMA; OLIVEIRA, 2007).
Nesse contexto, vem ao encontro de Magalhães (2014), quando menciona que durante a evolução da pré-eclâmpsia podem ocorrer complicações as quais colocam em risco a vida do feto e da mãe. Por isso, é circunstancial a detecção mais prévia possível realizada pelos profissionais de saúde, propiciando o diagnóstico precoce e consequente tratamento de forma eficaz, já que os diagnósticos tardios, isto é, a evolução para a eclâmpsia e HELLP podem levar a morte materna e/ou fetal ou causar sequelas irreversíveis para ambos.
Sendo assim, torna-se relevante a realização deste trabalho, pois se trata de uma doença frequente, com complicações e consequências gravíssimas, podendo colocar a vida da mãe e do bebê em risco. Dessa forma, se buscará estudar e identificar as complicações da DHEG às gestante ampliando, com isso, os conhecimentos a respeito desta patologia mediante a revisão da temática proposta, caracterizando uma gestação de alto risco e contextualizando a assistência de enfermagem como estratégias para a redução da mortalidade materna e para promover a saúde durante o ciclo gravídico e puerperal. Para tanto, almeja-se responder a seguinte questão norteadora: quais as principais complicações à gestante decorrente da DHEG?
2 OBJETIVO
2.1 OBJETIVO GERAL
Estudar as principais complicações decorrentes da DHEG à gestante.
2.2 OBJETIVO ESPECÍFICO
Identificar os fatores de risco para o desenvolvimento da DHEG.
Descrever e analisar as principais complicações da DHEG para as gestantes.
Analisar a importância da assistência de enfermagem prestada à gestante com DHEG.
3 MÉTODO
3.1 Tipo de estudo
O presente estudo tratar-se-á de uma pesquisa exploratória com abordagem qualitativa, a qual; conforme Gil (1999), tem como objetivo principal desenvolver, esclarecer e modificar conceitos e idéias, tendo em vista a formulação de problemas mais precisos ou hipóteses pesquisáveis para estudos posteriores. E a pesquisa exploratória, de acordo com Aaker, Kumar & Day (2004) é usada em casos nos quais é necessário definir o problema com maior precisão. E como qualquer pesquisa, ela depende também de uma pesquisa bibliográfica. Desta forma, a revisão bibliográfica é indispensável para a delimitação do problema e para obter uma ideia precisa sobre o estado atual dos conhecimentos sobre um tema, sobre suas lacunas e sobre a contribuição da investigação para o desenvolvimento do conhecimento (Lakatos e Marconi, 2010). Além de auxiliar na definição dos objetivos da pesquisa científica, a revisão bibliográfica também contribui nas construções teóricas, nas comparações e na validação de resultados de trabalhos de conclusão de curso e de artigos científicos (Medeiros e Tomasi, 2008).
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