Enterocolite Necrosante Neonatal
Por: Tainá Gonçalves • 29/5/2017 • Trabalho acadêmico • 589 Palavras (3 Páginas) • 440 Visualizações
UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL - UNIJUÍ
ENFERMAGEM EM SAÚDE DA CRIANÇA E DA MULHER
Acadêmicas: Adriele Mattioni, Jéssica Gomes, Letícia Trindade, Rúbia de Jesus, Tainá Gonçalves e Yohanna Donatto.
ENTEROCOLITE NECROSANTE NEONATAL
A enterocolite necrosante (ECN) é uma patologia cujas causas ainda são desconhecidas, é a mais preocupante patologia gastrintestinal neonatal adquirida e é mais frequente nas duas semanas de vida. Sendo então uma desordem caracterizada por necrose da mucosa e submucosa do intestino delgado ou porção proximal do cólon, atingindo a porção terminal do íleo, consequência de um processo isquêmico isolado ou confluente.
A ECN afeta de 1% a 8% de todas as crianças admitidas em UTI neonatal e sua letalidade é muito elevada, oscilando entre 10% e 50%. Em RN pré-termo com menos de 1.500g, a incidência de ECN varia de 4% a 13%. Os nascidos a termo ou próximo do termo podem ser acometidos, mas se trata de uma doença com nítida predominância em RN pré-termo.
FATORES DE RISCO:
- Flora bacteriana entérica patogênica e potencialmente invasiva.
- Asfixia neonatal.
- Cateterização umbilical.
- Avanço rápido da alimentação enteral.
- Persistência do canal arterial.
- Cardiopatia congênita.
- Policitemia.
- Uso de indometacina e/ou metilxantinas.
- Administração de leites artificiais.
- Eventos hipóxico–isquêmicos: asfixia, cardiopatias congênitas, restrição de crescimento intra–uterino, policitemia, exsanguineotransfusão, apneia, exposição intra - uterina a cocaína
SINAIS CLINÍCOS:
Os sinais clínicos são mais comuns nos bebês pré- termo, como já descrito. Os bebês prematuros podem desenvolver ECN algumas semanas após o nascimento, já que a idade de acometimento é inversamente proporcional à idade gestacional ao nascimento. Os sintomas iniciais podem incluir sinais sutis de intolerância à alimentação como: distensão/dor abdominal, atraso no esvaziamento gástrico, vômitos. Sinais sistêmicos discretos como: apnéia, bradicardia, letargia, variações térmicas e colapso sistêmico fulminante, além de apnéia grave e colapso cardiovascular e hemodinâmico. Já as alterações no exame físico podem ser primariamente gastrintestinais, sistêmicas, indolentes, fulminantes ou qualquer combinação dessas apresentações. Um alto índice de suspeita clínica é essencial para minimizar a morbimortalidade. Os sinais gastrintestinais podem incluir: aumento da circunferência abdominal, distensão abdominal, diminuição dos ruídos hidroaéreos, alterações fecais, hematoquezia, massa abdominal palpável, eritema na parede abdominal. Já os sinais sistêmicos podem ser: insuficiência respiratória, diminuição da perfusão periférica e colapso circulatório.
TRATAMENTO CLÍNICO:
- Dieta zero;
- Descompressão gástrica;
- Controle dos sinais vitais e circunferência abdominal;
- Suporte ventilatório e hemodinâmico;
- Remoção de cateteres umbilicais arterial e venoso;
- Controle laboratorial e radiológico;
- Antibioticoterapia (vide normatização de antimicrobianos)
- Cirúrgico
DIAGNOSTICO:
Baseia-se em achados clínicos, radiológicos e laboratoriais e possibilitam a uniformização do diagnóstico. O diagnostico principal é feito através de radiografias abdominais podem mostrar o gás produzido pelas bactérias dentro da parede intestinal.
COMPLICAÇÕES:
- Até 40% das crianças acometidas pela ECN podem apresentar estenoses intestinais que podem surgir até duas semanas após ocorrência da doença, a maioria das estenoses ocorre no cólon.
- É uma importante causa de morbiletalidade em prematuros, sendo uma das mais graves complicações relacionada ao tubo digestório nesse grupo de crianças.
- Perfuração do intestino
CUIDADOS DE ENFERMAGEM :
- Cuidados preventivos de disseminação de infecções;
- Rigorosa higienização das mãos da equipe e de todo pessoal que adentra a UTI neonatal;
- Limpeza criteriosa do material de intervenção e dos equipamentos usados nos cuidado;
- Não permitir superpopulação de pacientes;
- Cirurgia no caso de perfuração;
- A utilização do leite da própria mãe e/ou leite de banco de leite humano na nutrição enteral de RN. Sendo indicado a oferta com volume inicial de 1 a 2 ml a cada seis horas ou menos, preferencialmente a cada três horas e deve ser aumentado até que chegue ao volume de 20ml/kg/dia.
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