O Paulo Freire
Por: britt • 16/11/2020 • Pesquisas Acadêmicas • 1.455 Palavras (6 Páginas) • 230 Visualizações
Biografia
Paulo Reglus Neves Freire foi o mais célebre educador brasileiro, nasceu em 1921 em Recife, filho de Joaquim Temístocles Freire e de Edeltrudes Neves Freire, estes que lhe ensinaram a ler e escrever. Cresceu em uma das regiões mais pobres do país, e acaba perdendo o pai cedo demais, aos 13 anos, tem que adiar os estudos, e só consegue voltar quando sua mãe pede ao diretor ajuda, e este lhe concede uma bolsa integral, assim aos 16 anos entra no ginásio (ensino médio), e com 20 anos começa a graduação na faculdade de Direito de Recife.
Entre os anos de 1947 à 1954 trabalhou no Serviço Social da Indústria (SESI) como diretor do setor de educação e cultura, entre 1954 à 1957 se torna Superintendente da instituição, e foi durante esse momento de sua vida que adquire contato com a educação de adultos, lecionando para analfabetos que não tinham condições de estudarem.
Em 1959 torna-se doutor em Filosofia da História da Educação, em 1960 torna-se um dos fundadores do Movimento de Cultura Popular do Recife, é nomeado um dos conselheiros pioneiros do Conselho Estadual de Educação e também estava envolvido com o Programa Nacional de Educação e Brasília. Entretanto durante o golpe de 1964 acaba sendo afastado de seu cargo uma vez que seu Método inovador de alfabetização faz com que as pessoas desenvolvam pensamento crítico, levando ao pensamento do que realmente estava acontecendo naquele momento, como uma forma para que consigam ter seu afastamento é acusado de subverter a ordem instituída e é tido como comunista,
"O discurso de Paulo Freire, por ter um forte engajamento político e social, buscou despertar no povo uma ação transformadora a partir do conhecimento formal, através da escrita e da leitura. A grande contribuição do educador foi tratar o ensino como um fato de linguagem, como circunstância política, aliando conhecimento à consciência cidadã." Exilou-se no Chile, onde escreveu sua primeira obra Educação como prática da Liberdade e sua principal obra a Pedagogia do Oprimido em 1967. Na década de 70 ficou exilado além do Chile, na Bolívia, Suíça, Tanzânia e Guiné-Bissau, onde desenvolveu muitos programas educacionais que foram muito bem recebidos pelas outras nações, tornando-se seu consultor.
Mas em 1980 retorna para o Brasil, onde leciona em algumas universidades dentre elas a UNICAMP e a PUCSP, sua primeira esposa foi Elza Maia Costa Oliveira, com quem teve cinco filhos e após sua morte se casa, com Ana Maria Araújo Freire.
Em 1991, foi criado em São Paulo o Instituto Paulo Freire. "O pensador é reconhecido no mundo inteiro, principalmente no campo da Educação enquanto inovador revolucionário da educação de adultos, nos países em desenvolvimento – sobretudo na América Latina – desde a década de 60 e por sua capacidade de fazer generalizações universais a despeito de sua raiz cultural específica (Maziero, 1996). Recebeu por seu trabalho diversos prêmios e homenagens, dentre eles temos: Prêmio Rei Balduíno para o Desenvolvimento" (Bélgica, 1980); "Prêmio UNESCO da Educação para a Paz" (1986).
“Foram 39 títulos de Doutor Honoris Causa – 34 em vida e cinco in memoriam – e mais de 150 títulos honoríficos e/ou medalhas. Em 2012, foi declarado Patrono da Educação Brasileira, por meio da Lei Federal”. nº 12.612, de 13/4/2012.
Faleceu no dia 2 de maio de 1997, aos 76 anos em plena capacidade de educador e de pensador em São Paulo.
Principais teorias:
Para Freire "não há docência sem discência”, uma vez que “quem ensina aprende ao ensinar e quem aprende ensina ao aprender.” condenado o " ensino bancário" em que não poderia ser uma relação hierarquizada onde o educador era superior e fonte de toda a sabedoria enquanto o educando era o único a aprender algo, mas sim uma construção de ambos os lados do saber, já “que, embora diferentes entre si, quem forma se forma e reforma ao formar e quem é formado forma-se e forma ao ser formado.”
Dizia ele: “ensinar inexiste sem aprender e vice-versa e foi aprendendo socialmente que, historicamente, homens e mulheres descobriram que era possível ensinar.”
Não existe tal coisa como um processo de educação neutra. Educação ou funciona como um instrumento que é usado para facilitar a integração das gerações na lógica do atual sistema e trazer conformidade com ele, ou ela se torna a “prática da liberdade”, o meio pelo qual homens e mulheres lidam de forma crítica com a realidade e descobrem como participar na transformação do seu mundo.”
“Nenhuma pedagogia que seja verdadeiramente libertadora pode permanecer distante do oprimido, tratando-os como infelizes e apresentando-os aos seus modelos de emulação entre os opressores. Os oprimidos devem ser o seu próprio exemplo na luta pela sua redenção.”
Principais obras:
1967 – Educação como prática da liberdade. Introdução de Francisco C. Weffort. Rio de Janeiro: Paz e Terra, (19 ed., 1989, 150 p). "A educação é um ato de amor, por isso, um ato de coragem. Não pode temer o debate. A análise da realidade. Não pode fugir à discussão criadora, sob pena de ser uma farsa.”
1970 – Pedagogia do oprimido. New York: Herder & Herder, 1970 (manuscrito em português de 1968). Publicado com Prefácio de Ernani Maria Fiori. Rio de Janeiro, Paz e Terra, 218 p., (23 ed., 1994,
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