O cuidado emocional em saúde de Cristina de Sá
Por: Mnaiara • 27/4/2017 • Resenha • 1.346 Palavras (6 Páginas) • 3.164 Visualizações
SÁ, Ana Cristina de. O cuidado emocional em saúde. 3º ed.rev. e ampl. – São Paulo: Editora Atheneu, 2010.
´´ Muitas vezes os alunos do curso de graduação da área da saúde perguntam o que dizer a um paciente se ele me falar sobre seu sentimento? ´´ (p.11)
Para ouvir, no entato, é preciso interagir. Essa interação pode ocorrer por um olhar de ´´estou te ouvindo´´, de compreensão (mas cuidado para não passar compaixão tipo ´´pobre coitado´´- (pode ser que não ajude muito) complementando por um leve toque no ombro ou no braço, se perceber que o toque foi permetido). (p.11)
Somente pelo seu olhar, ao cruzar com o meu, pude ´´ ouvir´´ seus pensamentos. - Socorro! Me ajude! Eu estou com medo e estou sozinho, sem ter com quem compartilhar essas desagradáveis sensações! Faça alguma coisa! Eu não agüento mais! Eu vou explodir! Eu vou morrer! (p.21)
´´ Pela segunda vez em minha vida como enfermeira senti a necessidade de utilizar a espiritualidade como um apoio. ´´ (p.21)
´´ Incrível! Foi à forma mais verbal de comunicação não verbal que já participei. ´´ (p.22)
´´ Algumas dicas: tente encarar a morte como um processo natural; ela é inevitável e não deve ser encarada como um fracasso seu. ´´ (p.25)
´´ [...] Ajudar alguém nessa jornada é um cuidado emocional importante e que deve ser preocupação de toda a equipe de saúde. ´´ (p.26)
´´ Não diga inverdades ao paciente. Se ele disser ´´ eu vou morrer´´ evite responder: ´´ ora, você esta ótimo e vai melhorar!´´ (p.26)
Talvez seja hora de nos desintoxicarmos e vencer nossos próprios medos, pois profissionais que trabalham em equipe e que gostam de ir para o trabalho certamente prestarão uma assistência- principalmente emocional- de melhor qualidade do que aqueles que consideram a enfermagem uma rotina e que se acomodam no ostracismo, afundados na banalidade e nos ´´ achismos´´ não científicos. (p.36)
´´ [...] O ser humano que cuida de outro ser humano precisa desenvolver sua capacidade empática como requisito básico para pertencer à categoria se SER humano. ´´ (p.43)
´´ Se nosso emocional estiver equilibrado poderemos assistir ao paciente com equilíbrio também. ´´ (p.44)
´´ E ela NÃO ministrou a morfina. O poder de sedar a dor nas mãos dessa pessoa... é inacreditável! ´´(p.51)
´´ [...] É preciso colocar em prática essa idéia e valida as Teorias de Enfermagem. Assim estaremos mais preparados para prestar o Cuidado Emocional ao paciente. ´´ (p.73)
[...] Que coragem para uma criança de quatro anos de idade! Ele sobreviveu e nós ficamos por um mês, 24 horas por dia ao lado dele, cuidados intensivos até que estivesse totalmente recuperado. E ele não apresentou nem febre. Este é o tipo de paciente que é muito mais da enfermagem que da medicina. Estava consagrada a importância da Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE). (p.114)
´´ Não passou muito tempo, acabei indo para a Educação Continuada do hospital, que é um setor perfeito para quem deseja fazer boas mudanças com calma, conhecimento, paciência e persistência. ´´ (p.116)
_ Preste atenção ao que vou lhe falar. Um cuidado de enfermagem é um caminho que se presta à humanidade. O dia em que você não sentir absolutamente NADA quando falecer uma pessoa para quem ofereceu um carinho tão especial como este, guarde seu diploma numa gaveta, tranque, jogue fora a chave e esqueça que um dia quis ser enfermeira. (p.121)
O livro o Cuidado do Emocional em Saúde, discorre sobre, uma possível assistência em saúde, em que, não se podem separar fatores como saúde e bem estar de cada forma de expressão cultural, elas devem ser tratadas de forma independente com atenção devida, mas de modo relacional. A autora ao decorrer dos parágrafos, fala sobre experiências vividas desde o período de estudante de enfermagem, até, se formar na área e dar de cara com a realidade da época que talvez não seja tão diferente da de hoje.
Cuidados baseado em técnicas puramente mecanicistas onde quem recebe a ação do cuidado é visto como inferioridade pelo profissional especializado em realizar procedimento ou diagnosticar apenas. Essa foi à realidade que Ana Cristina foi exposta em algumas instituições de saúde que passara. Entretanto a jovem enfermeira, dotada de técnicas, teorias e principalmente humanidade, muda aos poucos o paradigma do cuidado. A autora relata suas experiências com êxito no assunto de transformação de vida e morte de seus pacientes ou de pessoas que tivera a sorte de atravessar o seu caminho. Como o senhor desconhecido, que ao ser operado da cabeça, em consequência de um acidente, passa por um período de coma ao acordar, se ver em um local estranho, com ruídos e rostos não conhecidos, o mesmo não podendo falar com tanta parafernália, faz sinal com a mão, logo Sá percebe, pois diante de inúmeros profissionais era ela que apenas com um olhar estabelecia uma comunicação invejável onde enfermeira e paciente se entendia.
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