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OS TRANSTORNOS PSICOLÓGICOS DOS PROFISSIONAIS QUE TRABALHAM NA ÁREA DA ENFERMAGEM ONCOLÓGICA

Por:   •  12/8/2019  •  Trabalho acadêmico  •  2.452 Palavras (10 Páginas)  •  253 Visualizações

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO TRÂINGULO MINEIRO 

 

DISCIPLINA: SAÚDE E SOCIEDADE 

 

 

 

TRANSTORNOS PSICOLÓGICOS DOS PROFISSIONAIS QUE TRABALHAM NA ÁREA DA ENFERMAGEM ONCOLÓGICA 

 

 

 

DISCENTES: 

 

APARECIDA FERNANDA DE LIMA 

ANA JULIA DE PAULA 

LETICIA SILVA 

THAYNARA SOARES 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

UBERABA, 2018 

  Atualmente questões relacionadas à saúde mental do trabalhador têm sido um alvo de estudo recorrente e pertinente devido a frequência em que problemas voltados a área ocorrem e às consequências negativas advindas da mesma. Dentre essas consequências têm-se de exemplo a diminuição de rendimento no trabalho, surgimento de limitações, exaustão, transtornos psicológicos e até afastamentos.

   De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS) atualizada em abril de 2018 existem diversos tipos de transtornos mentais. Esses transtornos se manifestam de formas distintas em cada indivíduo, portanto não se deve tratar essa condição de forma generalizada (OMS,2018).

  Porém, essas manifestações exigem uma maior atenção quando se tem divergência brusca nos pensamentos, sintomas de ansiedade, estresse, mudanças de comportamento repentinas entre outros, que chegam a afetar as relações interpessoais do profissional.

  Nos dias vigentes, a profissão enfermagem poder ser classificada como científica, entretanto, vive uma “crise”, tanto na prática profissional quanto no âmbito educacional (NAKAMAE, 1987, apud STACCIARINI,2001). Alguns elementos conhecidos como ameaçadores à estabilidade do enfermeiro são reconhecidos: o reduzido número de enfermeiros na equipe (13,14% segundo o Conselho Federal de Enfermagem)( COFEN,1997, apud STACCIARINI,2001), as dificuldades na delimitação dos diferentes papéis entre enfermeiros, técnicos, auxiliares e atendentes de enfermagem e a falta de um claro reconhecimento entre o público em geral, de quem é o enfermeiro. Embora a enfermagem tenha sido denominada pela Health Education Authority (COOPER,1990, apud STACCIARINI,2001) como a quarta profissão mais estressante, no setor público, são poucas as pesquisas que procuram investigar os problemas associados ao exercício da profissão do enfermeiro no Brasil.

  O fato é que lidar com pacientes com câncer (CORNER, 2002, apud STACCIARINI,2001) e com a terminalidade é descrito como estressante e de grande exigência emocional para o profissional de enfermagem, uma vez que a morte é tomada como uma falha em prestar eficientes e eficazes cuidados (GRAVES, 2005, apud STACCIARINI,2001).

  Evitar a morte no meio hospitalar, porém, não é possível, pois, como a medicina se tornou um hábito urbano-cêntrica e hospital-cêntrica, o hospital se tornou o 'lócus' beneficiados da morte e, em se tratando de pacientes tidos como terminais, essa realidade se torna ainda mais frequente e clara, o que exige dos profissionais a atitude realista de que o seu paciente está falecendo (KLAFKE, 1998).

  Para Silva, o câncer é sempre associado a dor, aflição e mutilação, essas significações estão intimamente ligadas à cultura; essas conexões causam desespero em todos os envolvidos no processo (SILVA, 2009). Em virtude de essa doença causar o estigma da morte, a maioria das pessoas tendem a fugir frente a essa morbidade (FURTADO, 2009).

  Segundo Kluser, defrontar-se com as difíceis situações no setor de oncologia pode promover uma grande quantidade de sentimentos no cuidador, o que gera desordens físicas e mentais (KLUSER, 2011). Além disso, rotina de trabalho dos profissionais de enfermagem não considera os problemas que essas pessoas podem enfrentar em seu cotidiano, tanto dentro quanto fora do trabalho. A expectativa é que os enfermeiros jamais expressem suas emoções e transmitam apenas tranquilidade (HADDAD, 2000).

  Outrossim, a insegurança dos profissionais de enfermagem não se vincula apenas à complexidade do cuidado requerido no setor de oncologia, mas também o envolvimento com os entes queridos dos seus pacientes, o que gera sobrecarga (BASTOS, 2008). Pois, são os profissionais mais próximos e mais procurados pelas famílias para esclarecimentos ou cuidados imediatos.

  Segundo Haddad, o amparo de enfermagem exige empatia por parte do profissional, e à medida que a relação se torna frequente, ele passa a lidar com todas as emoções e intimidades do doente (HADDAD, 2000) .No setor de oncologia, o profissional de enfermagem se deparam com suas limitações e impotência frente ao paciente com câncer, o que favorece o sentimento de culpa, ansiedade e depressão, assim a identificação com o paciente faz com que o profissional se aproxime de sua própria morte (OLIVEIRA, 2012).

  Ademais, na ótica dos profissionais de enfermagem o envolvimento com o paciente é tido como algo desgastante, principalmente nos casos em que o prognóstico de cura é remoto. Mesmo assim o envolvimento ocorre devido ao tempo de hospitalização que esses pacientes demandam (OLIVEIRA, 2012).

  Portanto, no estudo realizado por Faria e Maia acerca dos sentimentos dos enfermeiros diante de pacientes terminais verificou-se que o sentimento de tristeza foi apontado como predominante. Além disso, verificou-se que 25% dos profissionais tinham sentimentos de sofrimento e tristeza, 17% sentiam-se angustiados, 7% sentiam impotência e 5,1% sentiam medo (FARIA, 2007).

  Salimena (2013) considera que é difícil os enfermeiros não se abalarem emocionalmente frente as exigências do cuidado técnico assistenciais. Pois, visto que o cuidado humanizado requer um maior grau de envolvimento entre paciente e profissional.

  Estes profissionais vivenciam em sua rotina uma expectativa constante de emergências, da concentração de pacientes graves, sujeitos a internações prolongadas, a isolamento e a mudanças súbitas no estado geral. Tomamos como hipótese que todos estes fatores combinados contribuem para a criação de um ambiente de trabalho caracterizado como estressante e gerador de uma atmosfera emocional comprometida (Kovács, 2003; Pitta,1990).

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