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PRÁTICAS DE EDUCAÇÃO EM SAÚDE NA CLÍNICA PEDIÁTRICA

Por:   •  10/4/2018  •  Seminário  •  2.514 Palavras (11 Páginas)  •  297 Visualizações

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PRÁTICAS DE EDUCAÇÃO EM SAÚDE NA CLÍNICA PEDIÁTRICA

Gisele de Castro Varela[1]

Kalídia Felipe de Lima²

Resumo: A educação em saúde realizada em ambiente hospitalar constitui uma prática pouco abordada e desenvolvida neste espaço assistencial. Como também ela é pouco documentada e discutida, fato este que pode ser comprovado a partir dos poucos referenciais encontrados acerca desta temática. No presente artigo, objetivou-se discutir a concepção de educação em saúde que os profissionais de enfermagem de uma unidade hospitalar possuem. Assim como, compreender de que maneira estas ações estão sendo realizadas pelos mesmos. O texto trás esta discussão a partir de respostas obtidas de enfermeiros, mediante a realização de entrevistas semi-estruturadas. As mesmas foram concebidas durante captações da realidade, realizadas no decorrer da disciplina de Educação em Saúde ministrada no 5º período do curso de enfermagem da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN).

Palavras-chave: Educação. Saúde. Enfermagem. Hospital

Introdução  importancia da brinquedoteca

A educação que se constitui no processo pelo qual o ser humano experimenta o conhecimento envolve o processo de ensino – aprendizagem - ensino e pode se apresentar sob o aspecto Formal e Informal (ROUSSEAU, 1999). A educação Formal envolve particularmente os aspectos da experiência escolar, ou seja, é somente o conhecimento que adquirimos na escola, sendo, portanto, algo restrito. Já a educação Informal engloba todos os aspectos da experiência humana, incluindo os espaços escolares e os não-escolares. Deste modo, compreende também o conhecimento adquirido na família, na rua, nos hospitais e nos postos de saúde, por exemplo.

Neste contexto, existe a educação em saúde a qual constitui um

campo de práticas que se dão no nível das relações sociais normalmente estabelecidas pelos profissionais de saúde, entre si, com a instituição e, sobretudo com o usuário, no desenvolvimento cotidiano de suas atividades. (L’ABBATE, 1994, p. 482).

Outra concepção de educação em saúde é mostrada pelo ministério da saúde, onde o mesmo procura uma articulação da assistência no serviço em saúde com a educação, não centralizando apenas o foco da doença. Além disso busca englobar ações  integrais na assistência a promoção, prevenção e recuperação da saúde da criança.

O Programa de Atenção Integral à Saúde da Criança (PAISC) representou um marco definitivo de modelo de assistência à saúde infantil, desenvolvido pelo Ministério da Saúde, a partir de 1984, cuja proposta engloba um elenco de ações destinadas à promoção, prevenção e recuperação da saúde para a faixa etária de zero a cinco anos. Ressalta-se que todas as ações do programa se pautavam pelo forte caráter educativo. Esse talvez tenha sido o mais relevante legado do programa, a indissociabilidade entre a ação da assistência e a Educação para a Saúde. As ações básicas de saúde formuladas pelo PAISC visam assegurar a integralidade na assistência prestada pelos serviços de saúde, deslocando o enfoque da atenção voltada às patologias para a priorização das ações preventivas, cujo eixo básico é garantir o adequado crescimento e desenvolvimento (OLIVEIRA et al, 2009).

        

 Por sua vez, a educação em saúde deve ser configurada de forma dialógica, ou seja, deve haver uma aprendizagem entre ambos os sujeitos envolvidos nesta ação. O conhecimento deve perpassar um processo de construção de forma a considerar o saber do outro, não existindo o saber superior (FREIRE, 1970). O enfermeiro não deve impor o seu conhecimento técnico-científico como verdadeiro. Ele deve ampliar o seu olhar e visualizar que existem outros tipos de conhecimento que embora não sejam comprovados cientificamente não devem ser desmerecidos.

Este estudo se deterá a clínica pediátrica (CP) do Hospital Regional Tarcísio Vasconcelos Maia (HRTVM) onde percebe-se a necessidade de fomentar ações educativas que envolvam a participação das crianças e seus responsáveis.

Desta forma, é relevante discutir a educação em saúde com a perspectiva de promover, prevenir e recuperar a saúde de um indivíduo ou comunidade. Assim, o presente artigo enfatizará a educação realizada no ambiente hospitalar, visto que este é um espaço em que na maioria das vezes o processo educativo é negligenciado por parte dos profissionais.

        Com isso, é possível considerar que, neste âmbito de negligenciar a importância da educação, estão atrelados diversos fatores, sendo talvez o principal deles, o fato de os trabalhadores da saúde ainda embasarem sua prática no modelo médico-hegemônico. Este modelo privilegia práticas meramente curativas, de ordem prática e com baixo poder de resolutividade. Visa somente à cura do corpo doente (biológico) e se esquece das demais dimensões que envolvem o processo saúde/doença (ALVES, 2005). Nele, o hospital passa a ser visto somente como ambiente onde ocorre esse processo de cura do corpo doente.

        Desta forma, a clínica pediátrica do HRTVM, “obedece” ao modelo hegemônico supracitado, sendo caracterizada pela valorização das atividades assistencialistas prestadas as crianças.

Por sua vez, a enfermagem assim como os demais profissionais da área da saúde perpetua a sua prática no modelo hegemônico, o que não proporciona uma assistência adequada às necessidades de saúde das pessoas. Como consequência, as práticas de educação em saúde, quando são realizadas, fogem da sua real perspectiva para com o usuário.

No entanto, sabe-se que em grande parte das vezes essa visão não está presente nas práticas de implementação das ações educativas, visto que as atividades são individualizadas, centrada numa visão assistencialista e sem inter-relações com a dinâmica da vida das crianças.

De acordo com Pereira (2003) apud Pinto; Guareschi (2006), “o enfermeiro deve reorientar suas ações com vistas à qualidade de vida e desenvolver competências para promover a saúde, evitar riscos à saúde, restaurá-la e prevenir as doenças”.

Partindo desta realidade, percebemos a necessidade da incorporação de práticas educativas no plano profissional dos enfermeiros que trabalham na clínica pediátrica do HRTVM. No intuito de facilitar a recuperação da criança hospitalizada, bem como educando-as juntamente com seus responsáveis a conviver adequadamente com a patologia.

        

Objetivo

        

        Este artigo objetiva analisar a existência de práticas de educação em saúde na CP do HRTVM, e compreender de que forma as mesmas estão sendo realizadas. Além de visualizar a importância que é dada à educação em saúde pelo profissional de enfermagem na CP do  HRTVM, localizado no município de Mossoró – RN.

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