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A Microbiologia

Por:   •  9/6/2018  •  Trabalho acadêmico  •  3.616 Palavras (15 Páginas)  •  293 Visualizações

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MICROBIOLOGIA

PRÁTICAS

Instituto Federal do Rio de Janeiro

Camila Diniz Camara

Apresentação do laboratório

Um laboratório de microbiologia é um lugar onde culturas de microrganismos são manipuladas e examinadas. Além disso, este tipo de atividade deve ser realizado em conjunto com boas técnicas assépticas, num local de trabalho limpo e organizado. Para um bom aproveitamento do curso prático, o aluno deve obedecer alguns princípios gerais das técnicas e estar preparado para a experiência, segundo as observações determinadas porque são critérios importantes na avaliação da prática.

Também como técnicas assépticas, todos os materiais que serão utilizados serão esterilizados para eliminar todos os microrganismos presentes ali, e deve-se tomar muito cuidado para não haver recontaminação deste material com os microrganismos do ambiente. Cada estudante deve aprender e praticar as técnicas assépticas no laboratório. Isto é importante para prevenir a contaminação de suas mãos, cabelos e roupas com material contaminado, além de evitar a contaminação do seu trabalho e proteger seus colegas que estarão trabalhando na bancada ao lado.

A gerência do laboratório deve garantir que todo o pessoal tenha recebido treinamento adequado para o desempenho competente de ensaios e operações de equipamentos. Isso inclui treinamento em técnicas básicas, tais como: semeadura em placas, contagem de colônias, trabalhos em condição de assepsia etc., com o uso de critérios para determinar níveis de aceitação. O pessoal do laboratório somente pode realizar ensaios se for reconhecidamente capacitado para fazê-lo ou se estiver sob supervisão adequada. A capacitação contínua deve ser monitorada.

Um laboratório de microbiologia típico é composto pelas instalações de ensaio (onde os ensaios microbiológicos e as atividades associadas são conduzidos) e por instalações auxiliares (acessos, corredores, prédios da administração, vestiários, banheiros, almoxarifados, arquivos etc.). Dependendo dos tipos de ensaio realizados, o acesso ao laboratório microbiológico deve ser restrito ao pessoal autorizado. Quando tais restrições estiverem em vigor, o pessoal deve ser informado quanto ao que segue:

  • Uso estabelecido para uma área específica;
  • Restrições impostas ao trabalho dentro dessas áreas;
  • As razões para a existência de tais restrições;
  • Níveis de contenção adequados.

E por esses e outros cuidados, os agentes biológicos patogênicos para o homem e animais são distribuídos em classes de risco biológico em função de diversos critérios tais como a gravidade da infecção, nível de capacidade de se disseminar no meio ambiente, estabilidade do agente, endemicidade, modo de transmissão, da existência ou não de medidas profiláticas, como vacinas e da existência ou não de tratamentos eficazes. Alguns outros fatores são também considerados como as perdas econômicas que possam gerar, vias de infecção, existência ou não do agente no país ou região e sua capacidade de se implantar em uma nova área onde seja introduzido.

Por este motivo, as classificações existentes em vários países, embora concordem em relação a grande maioria dos agentes, apresentam algumas variações em função de fatores regionais específicos. No entanto, há um consenso entre os Campus do IFRJ sobre como classificar tais riscos e abaixo segue um apanhado deles.

  • Classe de risco 1 (baixo risco individual e para a coletividade)
    - Incluem os agentes que não possuem capacidade comprovada de causar doença em pessoas ou animais sadios. Ex.: Vírus da leucose aviária
  • Classe de risco 2 (moderado risco individual e limitado risco para a comunidade)
    - Incluem os agentes que podem causar doença no homem ou animais, porém não apresentam riscos sérios para os profissionais do laboratório, para a comunidade, para animais e para o meio ambiente. Ex.: Vírus da leucemia felina (FeLV)
  • Classe de risco 3 (alto risco individual e risco moderado para a comunidade)
    - Incluem os agentes que usualmente causam doenças humanas ou animais graves as quais no entanto, podem usualmente ser tratadas por medicamentos ou medidas terapêuticas gerais, representando risco moderado para a comunidade e para o meio ambiente. Ex.: Retrovirus incluindo os vírus da imunodeficiência humana HIV-1 e HIV-2
  • Classe de risco 4 (alto risco individual e alto risco para a comunidade)
    - Incluem os agentes de alto risco biológico que causam doenças humanas e animais de alta gravidade e capazes de se disseminar na comunidade e no meio ambiente. Esta classe inclui principalmente agentes virais. Ex.: Vírus da peste aviária

Atenção: Todos os agentes de todas as classes de risco, cada um com o seu tratamento e graus de importância específicos seguindo as normas regulamentadoras de BPL, quando não existentes no país ou região, devem ter sua importação proibida e caso sejam identificados ou se tenha suspeita de sua presença no país, os materiais suspeitos de conter estes agentes devem ser manipulados com os níveis máximos de segurança disponíveis e devem ser destruídos por processos físicos (autoclavação) ou por processos químicos de reconhecida eficácia e posteriormente incinerados.

É de fundamental importância em um laboratório de microbiologia a limpeza e as condições de higiene. Estes fatores devem sempre prevalecer para se ter um ambiente de trabalho isento de possíveis contaminações. Para a limpeza de vidrarias em uso corrente, devemos executar as seguintes etapas:

  • Os materiais quando novos e também usados (previamente esterilizados), porém sem elevada contaminação, são lavados com solução detergente e passados sob água corrente (5 a 8 enxagues), e em seguida enxaguados com porções pequenas de água destilada (03 enxagues). Deixa-se escorrer, coloca-se em estufa com uma temperatura controlada em torno de 70ºC para secagem.
  • Materiais usados em análises e culturas microbianas, isto é, com culturas desenvolvidas e que vão ser descartadas, devem ser autoclavados durante 30 minutos, a uma temperatura de 121ºC. Desta forma ficam isentos de contaminações e são manuseados sem nenhum risco de contaminar o operador e também as pias e materiais de limpeza.

  • Após a esterilização do material contaminado os meios de cultura ainda não solidificados são colocados no lixo comum e a vidraria lavada com água corrente e deixada durante 12 horas em solução de detergente. Em seguida procede-se a lavagem como descrito anteriormente.
  • Lâminas e lamínulas quando retiradas do microscópio são colocadas em uma solução desinfetante (hipoclorito de sódio) e deixadas submersas por 24 horas antes de serem lavadas com água corrente e com água destilada. Após a limpeza são acondicionadas em frascos com boca larga contendo álcool 96ºGL.

O condicionamento correto de materiais e de vidrarias é de vital importância para a esterilização eficiente em autoclave. O sucesso de análises depende da obtenção de materiais livres de contaminações iniciais, a fim de que se possa determinar apenas o microrganismo presente em determinada amostra. Assim, todos os possíveis instrumentos usados em microbiologia devem estar corretamente embalados, para que, depois de esterilizados, possam ser guardados sem que sofram nenhum tipo de contaminação subsequente.

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