A Química Orgânica Experimental
Por: vttoliveira21 • 1/6/2023 • Resenha • 1.469 Palavras (6 Páginas) • 82 Visualizações
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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO
DEPARTAMENTO DE QUÍMICA ORGÂNICA
DISCIPLINA: QUÍMICA ORGÂNICA EXPERIMENTAL I (IC-357)
DOCENTE: MARCO EDILSON FREIRE DE LIMA
VITOR OLIVEIRA DE SOUZA (2021000408-3)
RELATÓRIO
EXTRAÇÃO DO CAROTENÓIDE BIXINA DAS SEMENTES DE URUCUM
RIO DE JANEIRO
2023
SUMÁRIO
1. OBJETIVO 3
2. INTRODUÇÃO TEÓRICA 4
2.1. Química do Urucum 4
2.2. Extração ácido-base 7
3. DESCRIÇÃO DO EXPERIMENTO 8
4. RESULTADOS 8
5. CONCLUSÃO 9
6. REFERÊNCIAS 10
OBJETIVO
Este relatório tem como propósito apresentar os conceitos de química orgânica utilizados nos procedimentos experimentais para a extração da (Z)-Bixina, que está presente nas sementes do fruto urucum, assim como analisar o rendimento obtido do sólido após a precipitação da solução ácido-base resultante da extração.
INTRODUÇÃO TEÓRICA
2.1. Química do Urucum
O urucuzeiro ou urucueiro (Bixa orellana) é uma planta perene e nativa da faixa entre o Sul da América tropical. No Brasil, a espécie pode ser encontrada nos domínios regionais da Amazônia, Cerrado e Mata Atlântica. Os frutos recebem o nome de urucum, palavras que derivam do tupi: "uru'ku" (que significa "vermelho").
Os frutos se tornam vermelhos quando ficam maduros e então se abrem, revelando suas pequenas sementes dispostas em série e vermelhas. Tradicionalmente é utilizado pelas comunidades indígenas brasileiras e peruanas, o urucum é uma fonte de matéria prima para tinturas vermelhas, utilizadas desde protetores da pele, até na medicina popular para tratar casos de bronquites e outras doenças respiratórias.
Figura 1. Urucuzeiro[pic 2]
Fonte: Rose Sementes, 2023
A importância econômica do urucum deve-se a característica colorífica das sementes, e de fato é muito usada na culinária, para realçar a cor dos alimentos, embora não possua aroma nem sabor. A bixina, que é o corante do urucum, age como fixador da cor nos produtos comerciais. O corante também é empregado para fins industriais, na formulação de bebidas, na panificação e em outras massas, em laticínios (como queijos), embutidos, cosméticos, tintas, entre outros.
Em relação a constituição química das sementes, a tabela abaixo exemplifica em percentagem ponderal cada componente presente:
Tabela 1. Composição Química das sementes de urucum
Composição Química | Percentagem ponderal (%) |
Celulose | 40-45 |
Açúcares | 3.5-5.2 |
Óleo Essencial | 0.3-0.9 |
Óleo Fixo | 3 |
Pigmentos | 4.5-5.5 |
Proteínas | 13-16 |
Alfa e betacarotenos | ~25 |
Fonte: Embrapa
Em geral, o urucum possui dois corantes principais presentes em sua composição: a Bixina, de coloração vermelha e com propriedades lipofílicas, e a Norbixina, de cor amarela e com caráter hidrofílico.
Figura 2. Isômeros da Bixina[pic 3]
Fonte: Roteiro das práticas, 2023
Figura 3. Norbixina[pic 4]
Fonte: Biblioteca Digital da USP
Percebe-se que as características polares/apolares dessas moléculas são explicadas pelas funções orgânicas presentes em cada uma e a cadeia carbônica extensa. Vale destacar também que no processo de extração que será descrito, a (Z)-bixina se ioniza em meio básico, formando um carboxilato pelo seguinte mecanismo:
Figura 4. Formação do carboxilato da (Z)-bixina[pic 5]
Fonte: Autoria Própria, ChemSketch.2023
2.2. Extração ácido-base
A extração ácido-base é um procedimento químico de purificação de substâncias ácidas e básicas bastante simples e eficiente e fundamenta-se nas diferenças de solubilidade, em um determinado solvente. A teoria fundamental na qual essa técnica é baseada é que os sais, os quais são iônicos, tendem a ser solúveis em água, enquanto moléculas neutras tendem a não ser. A adição de um ácido em uma solução de ácido orgânico e uma base resultará na protonação da base, enquanto o ácido continua descarregado. Se o ácido orgânico, ou seja, um ácido carboxílico, é suficientemente forte, a sua ionização é reprimida pelo ácido adicionado.
Figura 5. Procedimento da extração ácido-base[pic 6]
Fonte: USP- Disciplinas de Química
Normalmente, adiciona-se uma solução aquosa contendo ácido ou base, a fim de ajustar o pH da fase aquosa e permitir que o composto desejado adquira a forma necessária. Após agitar e permitir a separação das fases, coleta-se a fase na qual o composto de interesse está presente, transferindo-a para um funil de separação. O procedimento é então repetido com essa fase em pH oposto. A ordem das etapas não é relevante, e o processo pode ser repetido para aprimorar a separação. No entanto, é conveniente que o composto esteja dissolvido na fase orgânica após a última etapa, pois a evaporação do solvente contribui para melhorar a qualidade do produto.
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