AS FERRAMENTAS DA QUALIDADE NA FARMÁCIA MAGISTRAL
Por: Ludmyla Marques • 18/6/2018 • Trabalho acadêmico • 1.469 Palavras (6 Páginas) • 332 Visualizações
AS FERRAMENTAS DA QUALIDADE NA FARMÁCIA MAGISTRAL
SANTANA, Graziela Ribeiro Benevides
RESUMO: A farmácia magistral tem seu grande diferencial, pois se tratando de medicamentos, na área da manipulação é possível conseguir diversas combinações entre princípios ativos e fórmulas farmacêuticas das mais diversas formas. Com todo esse leque de opções, é necessário manter a qualidade para conseguir a completa satisfação do cliente. A qualidade de um medicamento não envolve apenas o seu tipo de produção, engloba o estado físico do produto, disponibilidade, rapidez na confecção para assim oferecer um produto de qualidade ao consumidor. Neste trabalho vamos mostrar e identificar os principais fatores que influenciam na qualidade do produto final e quais são suas ferramentas, buscando melhorias para todo este processo.
INTRODUÇÃO
Em um tempo onde o desenvolvimento é constante, cada empresa busca ter seu diferencial para conquistar seu espaço entre os consumidores. Com isso vem uma oportunidade onde trabalhar com a qualidade pode trazer resultados satisfatórios ganhando cada vez mais seu lugar como uma boa empresa. Ferreira em 2008 diz que o maior obstáculo do setor magistral é a falta de credibilidade do produto manipulado pela suposta ausência de um controle de qualidade rígido das matérias-primas e produtos acabados. Mais especificamente no mercado de farmácias de manipulação, a logística tem um enfoque não apenas funcional, de armazenamento e distribuição, mas também de manutenção da qualidade, pois muitos produtos requerem rápido giro do estoque, em virtude de seus prazos de validade e acondicionamento adequado durante o processo de fabricação e distribuição (SOUZA 2013).
O setor magistral brasileiro é constituído por mais de 5 mil estabelecimentos que gera por volta de 60 mil empregos diretos, conta com o trabalho de mais de15mil profissionais farmacêuticos envolvidos diretamente na preparação de formulações personalizadas e na assistência farmacêutica, seja do médico ou do paciente (ZUNINO 2007).
Na farmácia magistral a produção do medicamento é totalmente individualizada, onde cada produto é feito de acordo com o que foi prescrito, assim a fórmula magistral valoriza o médico que a prescreve, melhora a relação médico-paciente e permite um equilíbrio da fórmula para o paciente que, como pessoa única e individual em sua sintomatologia, nem sempre se adapta a formulações já estabelecidas (MIGUEL 2002).
Devido a essa produção artesanal, foi surgindo dúvidas e questões relacionadas à qualidade onde segundo Salgado em 2010, o principal ponto que suscita polêmica é o fato de que os estabelecimentos magistrais detêm menor quantidade de recursos financeiros em relação à indústria farmacêutica e isto levanta uma importante questão onde fica a dúvida se os produtos magistrais conseguem manter o mesmo padrão de qualidade dos produtos industrializados.
A qualidade dos produtos manipulados vem sendo criticada duramente por diversos setores, os quais levantam questionamentos a respeito da impossibilidade da análise final do produto e da associação de fármacos sem estudos de estabilidade e de eficácia clínica (BONFILIO, 2013). A manipulação necessita de seleção criteriosa de princípios ativos e da dose para obter a eficácia terapêutica desejada. Além disso, a farmácia magistral busca trabalhar em parceria com os médicos, ao oferecer informações pertinentes de cada fármaco (SALGADO 2010).
Como não existe processo perfeito, sempre existirão variações em relação às especificações. Manter estas variações em níveis aceitáveis é imprescindível para qualquer empresa produtora de bens ou serviços num mercado cada vez mais exigente e competitivo (ALMEIDA, 2010).
Nas farmácias magistrais, diversos fatores podem gerar erros, onde estes devem ser avaliados e controlados, através da implantação de sistemas com processos padronizados e seguros, que garantam a qualidade final dos medicamentos (GIL, 2007). Para evitar que ocorram estes erros existem diversas ferramentas para ajudar no processo de produção de medicamentos dentro de uma farmácia magistral.
PRINCIPAIS FERRAMENTAS DA QUALIDADE
Um cliente ao procurar uma farmácia magistral está contratando um medicamento que seja fiel ao que foi prescrito, sendo produzido com extrema qualidade, a fim de causar seu efeito desejado. As ferramentas da qualidade de um medicamento manipulado se iniciam neste primeiro contato entre o cliente e o atendente da farmácia. A leitura e o entendimento da receita devem ser feito com clareza, para que laboratório possa reproduzir a fórmula corretamente.
Para garantir a qualidade do medicamento ao consumidor, é preciso, antes de tudo, avaliar a qualidade da matéria-prima recebida. Toda a matéria-prima farmacêutica, quando chega à farmácia, antes de ser utilizada, passa pelo laboratório de controle de qualidade, onde é submetida a testes de identificação e monitoramento (ZUNINO 2007). A farmácia tem por obrigação submeter todas as matérias-primas, e por amostragem, os produtos acabados, aos testes exigidos, podendo a farmácia realizar ou terceirizar os testes de teor de princípio ativo e pureza microbiológica (ALVES 2009). A matéria prima sendo de qualidade e totalmente confiável pode se dar andamento ao processo de produção.
No laboratório de manipulação de fórmulas deve ter o manual de boas práticas de manipulação, um POP (Procedimentos operacionais padrão), para que seja consultados em eventuais dúvidas. O processo de fabricação deve ser a todo tempo acompanhado de um farmacêutico responsável a fim de não admitir erros durante este processo. Depois de produzido, o produto é submetido a testes de qualidade e, finalmente, dispensado ao cliente. Portanto a tecnologia utilizado é importante para assegurar o controle de qualidade das fórmulas manipuladas e, também, ajuda muito para facilitar a informação de rastreabilidade do produto.
Embora o produto manipulado apresente vantagens, como a individualidade posológica e preços mais acessíveis, existem obstáculos quanto ao controle de qualidade das matérias-primas e dos produtos acabados (PINHEIRO 2008).
É importante que a farmácia de manipulação tenha um programa de gestão da qualidade, assim podendo controlar possíveis variáveis entre seus produtos, prevenindo a produção de produtos manipulados fora do padrão, pois um medicamento bem elaborado influencia diretamente na economia de tempo e dinheiro, considerando a qualidade como um requisito essencial da farmácia magistral.
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