O Caso Clínico – Cetoacidose Diabética
Por: João Luiz • 28/9/2021 • Trabalho acadêmico • 3.348 Palavras (14 Páginas) • 279 Visualizações
Aluno: João Luiz Crêspo Cavalcanti – RM 196 – 5º Período noturno
Caso Clínico – Cetoacidose Diabética – Grau leve
1º - Gere esquemas terapêuticos para emergência e pós emergência:
Cetoacidose diábetica é um distúrbio do metabolismo das proteínas, lípides, carboidratos, água e eletrólitos,
consequente a menor atividade da insulina frente a maior atividade (absoluta ou relativa) dos hormônios contrareguladores, caracterizado por hiperglicemia (geralmente acima de 250 mg/dl), presença de cetonemia (acima de 3mMol/L), cetonúria e acidose metabólica, podendo ou não ser acompanhada de coma.
É a principal causa de mortalidade por diabetes mellitus (5 a 15%), relacionada às alterações próprias da cetoacidose (como os distúrbios cardiocirculatórios, hidroeletrolíticos e ácido-básicos), às complicações de seu tratamento (como o edema cerebral agudo, hipoglicemia e hipopotassemia) e às doenças desencadeantes ou associadas.
A condição fisiopatológica básica é a insulinopenia. A maioria dos pacientes com cetoacidose diabética (CAD) tem diabétes tipo 1, entretanto, pacientes com diabetes tipo 2, também podem vir a desenvover CAD durante estresse catabólico de eventos agudos como traumas, cirurgias, infecções e etc.
De início, deve-se analisar o quadro clínico do paciente, pois a sintomatologia inclui poliúria, polidipsia e polifagia (essa evolução pode ocorrer de horas a dias), podem vier a ter náuseas e vômitos acompanhados ou não de dor abdominal, que está relacionada à gravidade da CAD.
A paciente apresenta:
- Emagrecimento;
- Polidipsia;
- Polifagia;
- Poliúria;
- Desidratação;
- Halitose;
- Vertigem;
- Turvação visual;
- Fraqueza;
- Letargia.
Fatores de risco da CAD:
- Terapia inapropriada com insulina;
- Processos infecciosos;
- Diabétes recém-diagnosticado;
- Uso de drogas hiperglicemiantes, como: glicocorticoides; Simpaticomiméticos; antipsicóticos atípicos.
Além disso, tem sido descrita uma associação com o uso de inibidores do cotransportador sódio-glicose 2 (i-SGLT2) e o desenvolvimento de CAD em pacientes com DM1 e DM2.
Exame físico: FR 24 irpm, FC: 92 bpm, P.A: 95/60 mmHg. Fácies atípica, longilíneo, COTE, AAA, normocorado, desidratado (2+/4+), boa perfusão, linfonodos cervicais não visíveis e não palpáveis, REG, REN.
Exame laboratorial:
Gasometria:
pH = 7,26; - CAD LEVE
pO2= 89 mmHg;
pCO2 =35 mmHg;
bicarbonato = 17; - CAD LEVE
glicemia = 418 mg/dL; - CAD LEVE
potásio = 5,3 mEq/L;
sódio = 131,2 mEq/L.
Abordagem diagnóstica e orientações farmacêuticas
A intervenção terapêutica não deve ser retardada; sendo assim, a estabilização inicial do paciente (via aérea, respiração, circulação e nível de consciência), são fundamentais e devem ser prioritárias.
Após a estabilização, pode-se proceder com a confirmação diagnóstica e investigação de fatores precipitantes.
Indica-se internação em unidade de cuidados intermediários, por se tratar de CAD grau leve.
Monitorar glicemia, função renal, eletrólitos e ph a cada duas horas até estabilização.
Insulinoterapia: Administração de insulina venosa após hidratação venosa e níveis séricos de potássio acima de 3,3mEq/L;
Tem como objetivo atingir glicemia <250mg/Dl, quando então a dose deve ser diminuída à metade e administrada nos mesmos intervalos até resolução do quadro clínico; caso a glicemia não diminuir 50-75 mg/dL em relação ao valor inicial na primeira hora, aumentar infusão de insulina para 0,02-0,05 unidade/kg/hora e iniciar soro glicosado 5%, objetivando manter glicemia entre 150 e 200mg/dL até resolução da cetoacidose.
PRESCRIÇÃO FARMACÊUTICA NA EMERGÊNCIA
NOME | M.J.S. | DATA | 23/06/2021 |
IDADE | 52 ANOS | LEITO | 5 |
ADMISSÃO | 23/06/2021 | REG | |
| MEDICAÇÕES | HORÁRIOS | |
DIETA | DIETA ZERO (ATENTAR PARA VIAS AÉREAS; EM CASO DE ÊMESE, INDICA-SE A PASSAGEM DE SONDA NASOGÁSTRICA, PELO RISCO DE BRONCOASPIRAÇÃO. | SND | |
VENÓCLISE | SORO FISIOLÓGICO 1000 ML (15-20ML/KG/HORA) NA PRIMEIRA HORA, AVALIANDO O ESTADO DE HIDRATAÇÃO, SEGUIDO DE 250-500ML/HORA (4-14 ML/KG/HORA), SE NA+ ≥ 135mEq/L, TROCAR PARA SORO HIPOTÔNICO (NACL 0,45%) | ||
INSULINOTERAPIA (após hidratação venosa) |
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CONTROLE DA CALEMIA |
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PROTEÇÃO GÁSTRICA |
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ANALGÉSICO E ANTITÉRMICO |
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ANTIEMÉTICO |
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CONTROLE GLICÊMICO |
150-200 /2UI 201-250 /4UI 251-300 /6UI 301-350/ 8UI 351-400 /10UI > 400 /12UI | ||
CUIDADOS DE ENFERMAGEM | VIDE PRESCRIÇÃO DE ENFERMAGEM | ||
CCGG + SSVV |
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