A Saúde da Mulher
Por: Cyntia Gregory • 21/4/2021 • Trabalho acadêmico • 484 Palavras (2 Páginas) • 187 Visualizações
Paciente JGB, sexo masculino, 45 anos de idade, apresentou episódio de dispneia progressiva nos últimos meses, procurando o cardiologista para investigação patológica. No ambulatório foi realizado eletrocardiograma que evidenciou sobrecarga ventricular esquerda e na avaliação clínica, dentre outros achados, foi encontrado sopro sistólico importante com possível situação patológica em válvula mitral. Diante do quadro inicial, paciente foi encaminhado para serviço de hemodinâmica hospitalar que mostrou uma insuficiência mitral com regurgitamento sanguíneo importante, levando à congestão pulmonar, apresentando indicação para ser submetido à cirurgia cardíaca. Com base no texto, responda as questões que seguem:
- Qual a explicação fisiopatológica para o paciente estar apresentando dispneia? Justifique sua resposta.
A dispneia é uma manifestação que pode ser decorrente e diversos distúrbios. No caso clínico há fatores, que quando associados, causam e agravam o quadro;
- O ventrículo esquerdo é responsável por levar o sangue oxigenado, vindo do átrio esquerdo, para todos os tecidos do corpo através da artéria aorta. Anatomicamente, essa região do coração é mais calibrosa para conseguir “empurrar” o sangue para o corpo. Em uma situação de sobrecarga ventricular esquerda há um desequilíbrio da pressão atrial, que se torna menor do que a sistêmica, e para manter a fração adequada de ejeção para a aorta o ventrículo precisa contrair mais que o normal. Esses episódios, com o decorrer do tempo, causam uma hipertrofia ventricular, que evolui para o enrijecimento do tecido que resulta em uma menor eficiência de bombeamento sanguíneo fazendo com que haja um acúmulo de sangue e líquidos. E o aparecimento da dispneia pode ser o primeiro sintoma desse baixo débito.
- A válvula mitral, ou bicúspide, é a valva que separa o átrio esquerdo do ventrículo esquerdo. A insuficiência mitral é diretamente ligada a sobrecarga ventricular, por ser causada em decorrência do mau funcionamento de qualquer uma das estruturas que ali estejam ou que exerça influência em seu funcionamento. Esse quadro, sendo agudo, leva a um aumento brusco da pressão atrial esquerda, sem possibilitar que o átrio se adeque ao volume retornado do ventrículo durante a contração. O que faz com aconteça o regurgitamento sanguíneo e a presença de um sopro audível na ausculta, levando a um quadro de edema pulmonar e dispneia.
- A congestão pulmonar, é o sinal clínico de grande parte dos pacientes com insuficiência cardíaca descompensada. Esse quadro se apresenta inicialmente com a elevação das pressões de contração do ventrículo esquerdo sem sinais clínicos (congestão hemodinâmica) e depois é evidenciada com a presença de estertores crepitantes à ausculta, edema periférico e turgência jugular. A “cascata da congestão pulmonar”, que é a junção da elevação da pressão diastólica do ventrículo esquerdo e o aumento da pressão capilar pulmonar, leva ao desequilíbrio das forças de Frank-Starling, quebrando a barreira capilar alveolar, com consequente acúmulo de água no interstício pulmonar (congestão pulmonar), seguido de um estágio mais avançado de sinais e sintomas clínicos de congestão: dispneia intensa, estertores pulmonares, ganho de peso.
...