MUDANÇAS CRANIOFACIAIS EM PORTADORES DE SINDROME DE DOWN
Por: Liége Costacurti Alves • 22/5/2016 • Trabalho acadêmico • 893 Palavras (4 Páginas) • 1.291 Visualizações
Mudanças Crânio Faciais do portador de Síndrome de Down
Língua
A língua encontra-se anormal, apresentando-se aumentada. Entretanto, a macroglossia, conforme autores como Coelho & Loevy (1982), Rey & Birman (1990), Pueschel (1993) e Cohen & Winer (1965), é relativa. Eles explicam que a cavidade oral nestes pacientes é pequena, havendo pouco espaço para seu posicionamento. Indivíduos com essa condição anatômica se sentem mais confortáveis com a boca aberta e a língua protruída, dando a ilusão de língua aumentada. Outra alteração encontrada é a língua fissurada, que para Landin (1980), representa uma modificação na superfície dorsal da língua. A etiologia da fissura, como tratam Rey & Birman (1990), é discutível, embora tenha sido considerada como uma má formação. Acredita-se que fatores extrínsecos devam estar a ela associados, como os exemplos citados por Magalhães (1990), que são: sucção e respiração bucal. Além das principais alterações observadas e aqui relatadas, pode-se verificar hipertrofia papilar e língua geográfica, mas essas parecem ocorrer tardiamente e sem relação direta com a síndrome (Rey & Birman,1990).
Dentes
É encontrada uma maior incidência de agenesia dentária no portador da Síndrome de Down. Essa afecção, na concepção de Yüksel & Üçem (1997), tem pouco efeito nas estruturas dento faciais. Uma das consequências é que com o maior número de perdas dentárias, a língua terá mais espaço para se “espalhar”, e a adaptação da língua na região da agenesia pode, então, causar protrusão significativa dos incisivos. Os autores citados salientam que o papel da agenesia dentária no desenvolvimento da mal oclusão e sua importância no tratamento ortodôntico devem ser melhor investigados. Atraso na erupção, sequência de erupção alterada, microdontia e anormalidades nas formas dos dentes podem também ocorrer. O atraso na dentição, na visão de Rey, Fazzi e Birman (1991), pode ser resultado de baixa vascularização dos tecidos Peri radiculares, que somado a uma provável função endócrina anormal, pressupostas nestes pacientes, poderiam explicar tal fato.
Palato e úvula
O palato de indivíduos com Síndrome de Down é estreito e curto em relação à normalidade. Para Rey & 22 Birman (1990), Bernardino-Garcia (1997) e Frota-Pessoa (1984), o palato duro, além de curto, é ogival. Outros autores como Coelho & Loevy (1982) encontraram diferenças significativas nos seus pacientes. Os pacientes apresentam uma larga ponte nasal ou nariz “arrebitado”.
Periodonto
A doença periodontal é, na visão de Bernardino-Garcia (1997, p.63) “uma doença infecciosa que ataca os tecidos de suporte e proteção dos dentes e os sinais que ela provoca são: inflamação, sangramento e perda da inserção e mobilidade dentária pela destruição óssea” . Essa afecção é encontrada freqüentemente em pacientes com trissomia do cromossomo 21, e a incidência, quando comparada a indivíduos normais, é muito maior. O primeiro sinal da doença é a gengivite em pacientes jovens. Entretanto, ulcerações e necrose da papila interdental e da margem gengival também podem ser encontradas. Nos pacientes mais velhos pode ocorrer uma severa perda de osso alveolar (degeneração óssea), mobilidade dentária e cálculo supra e subgengival. A degeneração do osso alveolar, por sua vez, promove perdas dentárias prematuras.
ATM
Observa-se uma maior susceptibilidade dos pacientes ao comprometimento articular. A exemplo disso, tem-se o trabalho de Borea, Magi, Mingarelli e Zamboni (1990), no qual observa-se a presença de ruídos na ATM em 24% dos portadores de SINDROME DE DOWN avaliados. Esse sintoma estava associado a dificuldades e dor apenas em 5% dos casos. Na tentativa de minimizar este problema, Rey & Birman (1990) indicam o aleitamento materno, já que este modo de alimentação conduz à integridade anátomofisiológica local, ao bom desenvolvimento da musculatura do sistema mandibular e previne subluxações têmporo-mandibulares.
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