A Cardiopatias Congênitas
Por: Marcia R. Ferro • 15/12/2017 • Relatório de pesquisa • 1.850 Palavras (8 Páginas) • 643 Visualizações
Cardiopatias Congênitas – Dr. Expedito
Divididas em Cianóticas e Acianóticas.
Exitem 4 questões básicas para se pensar em uma pessoa com cardiopatia congênita.
- É um paciente cianótico ou acianótico?
- Tem hiperfluxo ou hipofluxo pulmonar?
- A malformação é do coração direito ou esquerdo?
- Existe hipertensão pulmonar?
Fisiologia Fetal
O Shunt direito-esquerdo a nível arterial (forame oval) e nível arterial (canal arterial) é o que mantém o feto vivo. O sangue venoso passa pelo forame oval para ser oxigenado e depois volta pelo canal arterial.
Na via intrauterina existe uma alta resistência pulmonar (o pulmão não está respirando); o fluxo pulmonar é mínimo (existe apenas para manter o tecido pulmonar vivo).
Os ventrículos trabalham em paralelo. Na vida extra-uterina, o coração trabalha em série. Na vida fetal, o coração trabalha em paralelo.
Transição da Circulação Fetal
Ao nascimento, há uma queda brusca da resistência pulmonar e como consequência ocorre o fechamento do canal arterial. Shunt direito-esquerdo através do forame oval termina. O tempo destes eventos determina o tempo de apresentação dos defeitos congênitos.
A placenta é o pulmão na vida uterina.
0,8% dos nascidos vivos (6-8/1000 RN) tem cardiopatia congênita. Há uma diversidade de apresentação clínica: nenhuma /discreta repercussão; acentuada complexidade (altamente limitante e de prognóstico sombrio).
Prevalência:
Acianóticas (68%):
- CIV (comunicação interventricular) 25%
- CIA (comunicação interatrial) 6%
- PCA (persistência do canal arterial) 6%
- EP (estenose pulmonar) 5%
- EAO (estenose aórtica) 5%
Cianóticas (22%):
- T4F (Tetralogia de Fallot) 5%
Diagnóstico das Cardiopatias Congênitas (CC)
Apresentação Clínica: Uma criança com CC pode não sentir nada. Descobre que tem CC ocasionalmente por meio de exames (por exemplo: exame pré-admissional para fazer exercício físico na escola; indivíduo já adulto vai fazer um exame admissional para trabalhar em uma empresa, etc). Tripé da apresentação clínica: sopro cardíaco, cianose e insuficiência cardíaca.
Cianose: “cor azulada da pele e mucosas”. Pode ser Central ou Periférica. Pode ser de origem Pulmonar ou Cardíaca. A cianose de causa cardíaca é SEMPRE o “shunt” direita-esquerda (sangue venoso misturando com o sangue arterial).
Insuficiência Cardíaca Congestiva: Desconforto respiratório - Taquidispneia, sibilância, infecções respiratórias de repetição. Recém-nascido que cansa de mamar, para de mamar (fica taquipneico, tem dispneia) pode estar fazendo algum grau de insuficiência cardíaca. Baixo ganho ponderal - ingesta diminuída, demanda aumentada. Alteração dos pulsos centrais e periféricos. Hepatomegalia e edema sacral (não há edema de MMII em crianças; o edema é sacral).
Cardiopatias Congênitas Acianóticas são de 3 tipos:
- Hiperfluxo pulmonar: muito sangue no pulmão; shunt esquerdo-direito jogando sangue no pulmão, ou seja, volume de sangue a mais que chega no VD é ejetado em cada sístole para a árvore arterial pulmonar, causando aumento de fluxo sanguíneo para o pulmão. Ex.: CIA (comunicação interatrial); CIV (comunicação interventricular); PCA (persistência do canal arterial); DSAV (defeito do septo atrioventricular – defeito do coxim endocárdico).
- Obstrução de via de saída do VD: EP (estenose pulmonar)
- Obstrução de via de saída do VE: CoAo (coarctação de aorta); EAo (estenose da aorta)
Hiperfluxo Pulmonar (Shunt esquerdo-direito)
- Comunicação Interatrial (CIA):
Há 3 tipos de CIA:
- o tipo mais frequente, o ostium secundum ou da fossa oval, corresponde a 75% dos casos;
- o tipo ostium primum, correspondendo a 15% dos casos;
- o tipo seio venoso, correspondendo a 5% dos casos.
Obs.: O único tipo anatômico que se presta para fechamento percutâneo é o ostium secundum (fossa oval).
- Comunicação Interventricular (CIV)
- Persistência Do Canal Arterial (PCA)
- Defeito Do Septo Atrioventricular (DSAV)
Cardiopatias Acianóticas
CIA | CIV | PCA | DSAV |
Mais comum no sexo feminino | Sexo feminino = sexo masculino | Mais comum no sexo feminino; Relacionada à rubéola congênita, prematuros e cardiopatias cianogênicas | Sexo: feminino = sexo masculino; Corresponde à 6% de todas as CC; Forma total ou parcial; 50-60%: Síndrome Down |
Única ou múltipla Mm/átrio único (raro) Ostium secundum Seio Venoso Ostium primum Seio coronário | Perimembranosa Muscular Infundibular Via de entrada (DSAV) | Shunt VD → Ao descendente (feto) Fechamento no coto pulmonar | Porções septais das valvas Tricúspide e Mitral e septos atrial e ventricular Parcial, intermed. e total ( tipo A, B e C de Rastelli ) |
Apresentação Clínica: Assintomáticos; Dispneia; Infecções respiratórias frequentes
CIA | CIV | PCA | DSAV |
Baixo peso Exame pré-escolar Fibrilação ou flutter atrial após 3ª e 4ª década | Hipodesenvolvimento pondo estatural Insuficiência cardíaca Arritmia Endocardite Bacteriana (defeito pequeno) | Hipodesenvolvimento pondo estatural Insuficiência cardíaca | ICC e hipodesenvolvimento pondo-estatural precoce e frequente |
Hipertensão pulmonar tardia | Hipertensão Pulmonar precoce | Hipertensão Pulmonar precoce | Hipertensão Pulmonar (mais precoce) |
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