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A OCORRÊNCIA DE TRANSFORMAÇÃO MALIGNA EM CASOS DE OSTEOMIELITE

Por:   •  14/6/2020  •  Trabalho acadêmico  •  1.910 Palavras (8 Páginas)  •  192 Visualizações

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OCORRÊNCIA DE TRANSFORMAÇÃO MALIGNA EM CASOS DE OSTEOMIELITE

Caio Lucas A. Medeiros¹;Ana Paula Sá¹; Elias Balbino¹;Taynah Parente¹;Maine Virgínia A. Confessor².

¹Discente do curso de Medicina da Faculdade de Ciências Médicas de Campina Grande

²Docente/Orientadora do curso de Medicina da Faculdade de Ciências Médicas de Campina Grande

RESUMO: Muitas são as complicações da osteomielite, principalmente associadas a perda de função do osso e tecidos de suporte adjacentes, em casos raros, essa inflamação crônica associada a infecção pode levar à transformação maligna em carcinoma de células escamosas. O presente trabalho tem como intuito gerar conhecimento acerca da doença para que a mesma seja reconhecida de forma precoce e possa ser evitado a manifestação maligna desta. Trata-se de uma revisão bibliográfica, onde se fez uso de artigos, dos anos de 2011 a 2017, das bases de dados: UpToDate, PubMed, SciELO, LILACS, além de livros, em busca dos descritores: Osteomielite, Complicações da Osteomielite, Cronicidade da Osteomielite e Transformação maligna da Osteomielite. Através da pesquisa observou-se que o tempo aproximado no qual a lesão torna-se maligna foi de aproximadamente 50 anos, sendo o local mais acometido, a tíbia. O tratamento mais efetivo para os pacientes é a amputação do membro onde se localiza a lesão, sendo estas de fundamental importância, pois encontram-se diretamente associadas ao prognóstico do paciente.

PALAVRAS-CHAVES: Osteomielite crônica, Transformação maligna na osteomielite e Complicações da osteomielite.

INTRODUÇÃO:

A osteomielite trata-se de uma inflamação do osso e da medula óssea, geralmente, em decorrência de uma infecção, local ou sistêmica. Vírus, parasitas, fungos e bactérias são alguns exemplos dos microrganismos que podem causar a osteomielite, mas as bactérias piogênicas e as micobactérias são as mais comuns, dentre eles temos Staphylococcus aureus, estafilococos coagulase-negativos e bacilos gram-negativos aeróbicos são os tipos de microrganismos mais comuns6.

A osteomielite pode ocorrer como resultado da sedimentação hematogênica, disseminação contígua da infecção pelo osso vinda de tecidos moles adjacentes e articulações, ou inoculação direta da infecção no osso como resultado de trauma ou cirurgia. A

osteomielite hematogênica é geralmente monomicrobiana, enquanto a osteomielite que ocorre devido a disseminação contígua ou inoculação direta é geralmente polimicrobiana³.

A osteomielite hematogênica ocorre mais comumente em crianças do que em adultos, e naquelas, os ossos longos são mais afetados, enquanto que em adultos, esse tipo acometeem maior quantidade as vértebras. A osteomielite contigua tende a ocorrer em indivíduos mais jovens no cenário de trauma ou cirurgia relacionada e, em adultos mais velhos, geralmente é secundária a úlceras de decúbito e artroplastias articulares totais infectadas. A osteomielite associada à insuficiência vascular geralmente ocorre em indivíduos com diabetes mellitus5.

Pode acometer qualquer osso do corpo, porém acomete principalmente ossos longos, e nestes, a região mais acometida é a metáfise do osso, devido ao fluxo sanguíneo lento nessa região. Os ossos em que mais ocorre a osteomielite em primeiro lugar é a tíbia e em segundo, o fêmur6. Na osteomielite aguda temos a infecção do osso, que pode ser ocasionada por diversos microrganismos, como já citado, eestes ficam envolvidos por proteínas e polissacarídeos – o biofilme -, com formação de exsudato. Ao longo do tempo, esse exsudato pode levar ao aumento da pressão intramedular, podendo ocasionar sua passagem para o córtex do osso, que tem a capacidade de rompero periósteo e ocasionar necrose pela interrupção do fornecimento sanguíneo, caracterizando a cronicidade do quadro¹.

A avaliação da osteomielite é iniciada com a história clínica e o exame físico, se a partir dos achados clínicos houver suspeita da doença, pede-se radiografias simples da região, somada a exames laboratoriais, como: a velocidade de sedimentação das hemácias, proteína C reativa, leucograma, e cultura sanguínea. Caso a suspeita seja confirmada na radiografia, deve-se solicitar uma biopsia do local, incluindo não apenas parte óssea, como também partes moles. Ainda que a radiografia não diagnostique, se a clínica for bastante sugestiva, ainda é indicado a realização da biopsia6.

A biópsia óssea (aberta ou percutânea) deve ser obtida para identificação de patógenos e para obter dados de susceptibilidade a neoplasia, quando se suspeitar disto¹.

Uma osteomielite aguda não tratada ou tratadade forma errônea favorece a cronicidade da doença, que pode facilitar o desenvolvimento de neoplasias. Não se conhece o mecanismo exato do desenvolvimento da lesão maligna, porém, acredita-se que a inflamação funcione como fator promotor da carcinogênese, pois esta inicia nas partes moles e superficiais e depois dissemina-se para as camadas mais profundas e os ossos. A formação do trato sinusal, que é a área de infecção óssea, pode estar associada a neoplasias, especialmente no contexto de infecção de longa data, cerca de 4 a 50 anos6.

O carcinoma de células escamosas é o tumor mais associado à osteomielite crônica, outros tumores foram relatados, como: fibrossarcoma, mieloma, linfoma, plasmocitoma, angiossarcoma, rabdomiossarcoma e histiocitoma fibroso maligno. A maioria dos pacientes com neoplasia tem história de intervenções cirúrgicas repetidas.O desenvolvimento de um tumor maligno é anunciado por uma massa alargada, aumento da dor, drenagem de mau cheiro, sangramento ou evidência radiográfica de destruição óssea. Portanto, a infecção recalcitrante, que não responde à terapia convencional de desbridamento e antibioticoterapia, deve estimular a avaliação da biópsia por suspeita de malignidade².

Dessa forma, o objetivo desse estudo é gerar conhecimento acerca da inflamação causada pela osteomielite, para que cuidados sejam tomados de forma precoce, tendo em vista a prevenção ou pelo menos, a diminuição da incidência, da transformação maligna.

MATERIAL E MÉTODOS:

O presente trabalho consiste de uma revisão bibliográfica realizada através de uma pesquisa exploratória e explicativa que visa discorrer sobre a osteomielite e a sua possível transformação maligna, além disso, demonstrar que a identificação somada ao tratamento adequado da osteomielite aguda, podem evitar a transformação maligna ou pelo menos retardar sua agressividade. A pesquisa foi viabilizada

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