A Psicologia Médica
Por: A1B4 • 18/6/2018 • Trabalho acadêmico • 4.409 Palavras (18 Páginas) • 198 Visualizações
Morte
Apesar de a morte e o luto serem experiências universais, seus significados variam muito de cultura para cultura, e refletem a visão que a sociedade tem do que é morte e o que ocorre depois.
Ao olhar a morte nos olhos todos os dias, tanto crianças quanto adultos absorvem uma verdade importante: que morrer faz parte de viver, e confrontar o fim da vida pode dar um significado mais profundo para a vida.
Avanços na medicina durante o século XX trouxeram uma revolução na mortalidade, especialmente em países desenvolvidos, visto isso fica evidente que mulheres possuem menores riscos de morrer durante o parto e as crianças possuem uma maior expectativa de vida.
A medida que a morte se tornou um fenômeno de idade avançada ela se tornou invisível a abstrata”. A morte mesmo dos muito velhos passou a ser considerada um fracasso do tratamento medico, e não é mais encarado como o fim natural da vida.
Juntamente com a tendência crescente de encarar a morte honestamente, surgiram movimentos para tornar o morrer mais humano. Eles incluem asilos e grupos de apoio de autoajuda para pessoas moribundas e para suas famílias. A assistência em asilos constitui-se de cuidados pessoais, centrados no paciente e na família, para os que tem doenças incuráveis. A chamada assistência paliativa.
Etapas do morrer
Segundo kubler ross, a maioria das pessoas que estão morrendo apreciam a oportunidade de falar abertamente sobre sua condição e estão cientes de estão cientes de estarem próximas da morte, mesmo que isso não lhes tenha sido dito.
As etapas de conciliação com a morte são: negação, raiva, barganha, depressão e raiva (N-R-B-D-A)
Embora essas emoções sejam comuns nem todo mundo passa pelas cinco etapas e não necessariamente e na mesma sequência. Uma pessoa pode oscilar entre duas emoções ou ficar apenas em uma. Além de poder demonstrar duas delas ao mesmo tempo.
Portanto a descrição de kubler ross não deve ser vista como um modelo universal ou como um critério para uma boa morte
Padrões de pesar
Assim como a morte o pesar é uma experiência altamente pessoal. Uma viúva que conversa com seu marido morto poderia no passado ser considerada emocionalmente perturbada; hoje isso é reconhecido como um comportamento comum e útil. Embora algumas pessoas se recuperem rápido de um luto outras nunca recuperam.
Talvez o padrão de pesar mais amplamente estudado tenha três etapas em que o enlutado aceita a dolorosa realidade da perda, pouco a pouco solta o laço com a pessoa que faleceu. As questões psicológicas ligadas ao pesar geralmente seguem o seguinte trajeto, embora como as fases da kubler ross elas podem variar:
- Choque e descrença: Logo após a morte os sobreviventes costumam sentir-se perdidos e confusos. A medida que a perda se sedimenta o torpor da lugar para sentimentos esmagadores de tristeza e choro frequente. Essa primeira etapa pode durar varias semanas após uma morte repentina ou inesperada
- Preocupação com a memoria da pessoa falecida. Na segunda etapa, que pode durar seis meses ou mais, o sobrevivente tenta conciliar com a morte, mas ainda não a aceita.
- Resolução: a etapa final chega quando a pessoa de luto renova seu interesse em atividades cotidianas. As lembranças da pessoa morta trazem sentimentos de afeto misturado com tristeza em lugar de dor profunda e saudade.
A incapacidade de demonstrar sofrimento no início não causa necessariamente problemas, as pessoas que ficaram perturbadas imediatamente apos uma perda tendiam a estar mais perturbadas até dois anos após a perda.
As pessoas nem sempre conseguem resolver sua dor e aceitar a perda. Pais e cônjuges de pessoas que morreram em acidentes de carro costumam ter memorias dolorosas do ente querido mesmo despois de muitos anos.
Pode ser desnecessário e até prejudicial incitar ou levar os enlutados a trabalhar uma perda ou esperar que eles sigam um padao definido de reações emocioinais – assim como pode ser prejudicial e desnecessário esperar que todos os pacientes que estão morrendo passem pelas etapas da kubler ross. O respeito pelas diferentes formas de demonstrar pesar pode ajudar os enlutados a lidar com a perda sem faze-los achar que suas reações são anormais
Morte e luto durante os ciclos da vida
A morte provavelmente não significa a mesma coisa para um homem de 85 anos, para uma mulher de 56 anos no auge da carreira e para um adolescente.
Infância
Somente entre 5 e 7 anos as crianças entendem que a morte é irreversível, que uma pessoa, animal ou flor não voltarão a vida. Aproximadamente na mesma idade as crianças percebem dois outros conceitos importantes sobre a morte, primeiro que ela é universal e segundo, que uma pessoa morta não é funcional. Até então as crianças podem acreditar que determinados grupos de pessoas como pais, amigos e professores são imortais. Também podem pensar que uma pessoa morta é capaz de pensar e sentir.
A forma de mostrar pesar depende do desenvolvimento cognitivo e emocional da criança.
Pais e outros cuidadores podem ajudar a criança a lidar com o luto estimulando-as a entender que a morte é definitiva e que elas não causaram a morte por seus pensamentos ou mau comportamento.
Adolescencia
A morte não é algo que os adolescentes normalmente pensam muito a menos que se veja diante dela.
Muitos adolescentes correm riscos sem pensar. Pegam carona, dirigem de maneira imprudente e experimentam drogas e sexo, muitas vezes com resutados trágicos.
Em seu anseio por descobrir e por expressar sua identidade eles muitas vezes pensam em como viver e não em quanto tempo viver.
O suicídio é a terceira principal causa de morte entre jovens de 15 a 24 anos, e a principal causa são os acidentes. Adolescentes suicidas tendem a ter ma opinião sobre si mesmos, a se sentirem impotentes e a terem fraco controle de impulsos e baixa tolerância a frustração e ao estresse.
Adultos
Jovens adultos que concluíram sua educação e envolveram-se na carreira, no casamento ou na criação de filhos geralmente estão ávidos para viver a vida para a qual se prepararam. Caso repentinamente sejam atingidos por uma doença ou por um dano potencialmente fatal, tendem a ficar extremamente frustrados. A frustração pode converter-se em raiva o que pode torna-los pacientes difíceis.
Na meia idade a maioria das pessoas percebe com mais clareza do que antes que vao de fato morrer. Seus corpos podem sinalizar que já não são jovens , ágeis e vigorosos quanto antes. Cada vez mais elas pensam sobre quanto anos pode-lhes restar e como melhor aproveitar esses anos.
Perda do cônjuge
A viuvez é sem dúvida um grande desafio emocional.
Segundo um estudo finlandês, uma mulher, ou principalmente um homem, tem grande probabilidade de morrer no período de 5 anos após a morte de seu cônjuge.
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