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Definição de Hanseniase

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Por:   •  30/4/2014  •  Pesquisas Acadêmicas  •  1.462 Palavras (6 Páginas)  •  379 Visualizações

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Definição

Hanseníase é uma doença infecciosa que atinge principalmente a pele e os nervos (em especial os da face e extremidades, como braços e mãos; pernas e pés). Ela é causada por uma bactéria, chamada Mycobacterium leprae, descoberta em 1873. Esta bactéria é mais conhecida como Bacilo de Hansen, em homenagem ao seu descobridor, o cientista norueguês Gehard Amauer Hansen.

Pesquisamos que há registros de Hanseníase desde a Antiguidade. A doença era conhecida como Lepra. As pessoas infectadas eram discriminadas e obrigadas a viver fora da sociedade, além de sofrer as conseqüências da própria doença. Na época sem cura e sem tratamento, a Lepra causava deformidades.

Hoje, a situação é muito diferente. Hanseníase tem cura e, se tratada nos estágios iniciais, não deixa seqüelas. Além disso, o paciente com Hanseníase, quando tratado precocemente, pára de transmitir a doença já nas primeiras doses dos medicamentos. Por isso mesmo não há mais razão para estigmas ou exclusão social. De toda forma, é recomendável evitar o uso do termo Lepra, devido a sua alta carga de preconceito.

É importante ressaltarmos que os casos diagnosticados e tratados tardiamente poderão apresentar danos neurológicos e sistêmicos (em todo o corpo) irreversíveis.

Agente / Fator causador

A doença é causada por uma bactéria, denominada cientificamente de Mycobacterium leprae, que foi descoberta em 1873. Esta bactéria é mais conhecida pelo nome de Bacilo de Hansen.

O Mycobacterium leprae é um parasita intracelular obrigatório, que possui afinidade com as células cutâneas (pele) e por células dos nervos periféricos, mas pode afetar outros órgãos como o fígado, os testículos e os olhos. Entretanto, não é hereditária. Este bacilo tem a capacidade de infectar grande número de indivíduos (alta infectividade), no entanto poucos adoecem (baixa patogenicidade), propriedades estas que não são função apenas de suas características intrínsecas, mas que dependem, sobretudo, de sua relação com o hospedeiro e grau de endemicidade do meio, entre outros fatores. Pesquisando vimos que o tempo de multiplicação do bacilo é relativamente lento, podendo durar, em média, de 11 a 16 dias. Dessa forma, a doença demora para se manifestar no indivíduo, apresentando um periodo de incubação em média, de dois a sete anos. Há referência a períodos mais curtos, de sete meses, como também de mais de dez anos.

O alto potencial incapacitante da hanseníase está diretamente relacionado ao poder imunogênico do Mycobacterium leprae.

Sintomas

• Manchas esbranquiçadas, avermelhadas ou amarronzadas em qualquer parte do corpo com perda ou alteração de sensibilidade;

• Área de pele seca e com falta de suor;

• Área da pele com queda de pêlos, especialmente nas sobrancelhas;

• Área da pele com perda ou ausência de sensibilidade;

• Sensação de formigamento (Parestesias) ou diminuição da sensibilidade ao calor, à dor e ao tato. A pessoa se queima ou machuca sem perceber.

• Dor e sensação de choque, fisgadas e agulhadas ao longo dos nervos dos braços e das pernas, inchaço de mãos e pés.

• Diminuição da força dos músculos das mãos, pés e face devido à inflamação de nervos, que nesses casos podem estar engrossados e doloridos.

• Úlceras de pernas e pés.

• Nódulo (caroços) no corpo, em alguns casos avermelhados e dolorosos.

• Febre, edemas e dor nas juntas.

• Entupimento, sangramento, ferida e ressecamento do nariz;

• Ressecamento nos olhos;

• Mal estar geral, emagrecimento;

• Locais com maior predisposição para o surgimento das manchas: mãos, pés, face, costas, nádegas e pernas

• Importante: Em alguns casos, a hanseníase pode ocorrer sem manchas.

Fisiopatologia

Hanseníase é predominantemente uma doença da pele, mucosas e nervos periféricos. A infecção ativa pelo Mycobacterium leprae é caracterizada por uma grande diversificação no curso clínico da infecção, variando de uma doença paucibacilar na qual poucos bacilos estão presentes, a uma doença multibacilar, na qual uma grande carga bacilar está presente nas lesões. Estudando a nossa equipe percebeu que o dano neural é atribuído a proliferação bacteriana ou a resposta imune do hospedeiro a relativamente poucos bacilos em nervos periféricos e áreas da derme adjacentes, que em última análise são responsáveis pela manutenção do estigma em relação à lepra.

Estudamos e vimos que para a transmissão do bacilo ocorrer, é necessário um contato direto com a pessoa doente não tratada. O aparecimento da doença na pessoa infectada pelo bacilo, e suas diferentes manifestações clínicas, dependem dentre outros fatores, da relação parasita / hospedeiro e pode ocorrer após um longo período de incubação, de 2 a 7 anos.

O contato com o M. leprae se faz principalmente pelas vias aéreas superiores e a infecção subclínica ocorre em uma grande proporção de pessoas. Em uma minoria de indivíduos infectados ocorre propagação do bacilo para nervos periféricos e pele onde é fagocitado por células de Schwann e macrófagos. Este período de incubação é de 5 anos em média. É a epidemiologia de um bacilo lento, que faz uma divisão binária a cada 12 a 21 dias, e sua localização intracelular obrigatória no sistema fagocítico-mononuclear, que imprimem a característica de doença crônica à hanseníase.

É importante entendermos que a interação do patógeno com o hospedeiro é complexa e multifatorial, porém nem sempre produzida diretamente pelo agente no macrófago. Após sua entrada dentro do macrófago, o M. leprae induz a produção de TNF-a, IL-12, IL-10 e TGF-b1 por macrófagos infectados. Essas são citocinas opostas em muitas formas de ação, incluindo suas ações sobre o próprio macrófago. De um lado, o TNF-a promove a ativação de macrófagos para a destruição intracelular de M. leprae e potencializa os efeitos do IFN-g, uma citocina produzida por células Th1, induzidas a proliferar na presença de IL-12, que também é produzida

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