Evolução Da Fisioterapia No Brasil
Dissertações: Evolução Da Fisioterapia No Brasil. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: GustavoBrito • 29/3/2014 • 4.723 Palavras (19 Páginas) • 889 Visualizações
No Brasil
Durante o período colonial, o tratamento dos doentes no Brasil era realizado por
jesuítas, pajés, feiticeiros africanos, físicos e cirurgiões portugueses, hispânicos e
holandeses. Para Portugal não era interessante que se criassem Instituições de Ensino
Superior em terras brasileiras, sob o risco de se fomentarem idéias de independência. Já
com a fuga da Família Real Portuguesa para o Brasil, em 1808, vieram também recursos
humanos e principalmente financeiros para atender às necessidades dos nobres e monarcas
que se instalaram neste país. Desta forma, no campo da saúde, fundaram-se as duas
primeiras escolas de medicina brasileiras, na Bahia, em fevereiro de 1808 e no Rio de
Janeiro, a Escola de Anatomia, Medicina e Cirurgia, atualmente conhecida como a
Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro, que teve seu
nascimento no decreto assinado por D. João VI em 5 de novembro de 1808.
A partir da formação dos primeiros médicos brasileiros, e de suas viagens à Europa,
começaram a surgir no Brasil os primeiros serviços de fisioterapia ainda no século XIX.
Segundo Sanchez (1984), consta que surgiram os primeiros serviços de hidroterapia e de
eletricidade médica (atualmente eletroterapia) por volta dos anos de 1879 a 1883, sendo um
dos responsáveis o médico Artur Silva. Em 1884 este mesmo médico participou da criação
do serviço de fisioterapia no Hospital de Misericórdia do Rio de Janeiro. Em São Paulo, já
em 1919, o médico e professor de física biológica da faculdade de medicina da USP,
Raphael Penteado de Barros fundou o departamento de eletricidade médica.
Talvez o fato mais interessante do contexto da fisioterapia brasileira na virada do
século XIX para o séc. XX seja a importância que os profissionais médicos depositavam
sobre esta área do conhecimento, de forma mais ou menos acertada, o que permitiu que
ficassem registradas, inclusive, verdadeiras disputas pelo conhecimento e domínio da
fisioterapia. Foram também produzidas várias teses para obtenção do grau de Doutor em
medicina baseadas em estudos, por vezes entusiasmados, sobre a fisioterapia na virada do
século.
Dados coletados de fontes primárias na Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro
revelaram, entre outros trechos, informações que contextualizam o momento que era vivido
pelos profissionais médicos com relação à fisioterapia no Brasil, quando então, ainda
faltavam 60 ou 70 anos para a regulamentação da profissão no país.
Hoje nome de rua no centro do Rio de Janeiro, o Dr. Álvaro Alvim, na virada do
século passado, embora médico, se auto-intitulava “electrotherapeuta”. Em recorte de
jornal do dia 13 de maio de 1901, a “Gazeta de Notícias” (jornal de grande circulação no
Rio de Janeiro, à época) publicava a seguinte matéria:
“A secção de phototherapia, tratamento por meio da luz, é a primeira
mantida na América do Sul e nella se concentram todos os esforços e toda
a gloria do Dr. Alvim, por ser a sua especialidade, e tem sido coroada do
melhor êxito pela segurança dos resultados scientificos que tem alcançado
em sua numerosa clinica”.
“Pela phototherapia tem-se conseguido enorme sucesso na cura do
rheumatismo, da gotta, da astha, das affecções pulmonares, das molestias
da pelle, inclusive o lupus, da lepra, das hydropisis de todas as origens, do
mal de Bright, das moléstias uterinas e da obesidade, sendo que esta
ultima dispensa o auxilio de medicamentos e regimen”.
Em seu livro intitulado “Physicotherapia – A Electricidade perante a medicina”,
publicado em 1902, Dr. Álvaro Alvim comenta:
“Graças á energia electrica, podemos mesmo dispensar a massagem e a
Gymnastica, localizando o movimento a um ou mais músculos,
substituindo-as pela electromassagem e a electrogymnastica, recursos
estes preciosos em virtude de não exigirem esforços e fadigas da parte do
doente”.
Em 1904, o médico Adolpho Gomes Pereira em sua tese intitulada
“Physiotherapia”, apresentada para a obtenção do título de Doutor na cadeira de
Therapeutica pela Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro declara textualmente o que
segue:
“O estado actual da physiotherapia, como o demonstram recentes e
importantíssimos trabalhos, é o mais auspicioso possível, si levarmos em
consideração o meticuloso estudo e extensa applicação que lhe outorgam
os paizes civilisados do velho e novo mundo [...] Guimbail em seu arrojo
convencido prophetisa-lhe (a physiotherapia) o domínio absoluto na
medicina do futuro”.
A fisioterapia, desde muito cedo no Brasil, foi área
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