Medicina Popular

As plantas sempre foram de grande importância para o homem, como alimento, remédio para diversas doenças entre outras utilidades.

Desde a pré-história, certas plantas foram associadas a suas propriedades medicinais. Esses conhecimentos são transmitidos e aperfeiçoados a cada geração, tornando-se uma riqueza, dentre a sabedoria popular.

Medicina popular - refere-se a cura com práticas e idéias da fisiologia, da saúde de preservação do conhecimento, e de um segmento limitado da população, em uma cultura, transmitida informalmente como conhecimentos gerais, e praticado por qualquer pessoa, ou aplicados na cultura por ter experiência anterior.1 Geralmente, a medicina popular é aplicada por pessoas que procuram meios alternativos, que não querem ingerir os habituais remédios farmacêuticos, apesar, de muitos desses remédios serem feitos a partir de plantas e/ou ervas medicinais.

A Medicina Popular no Brasil é uma prática muito antiga, bem antes dos primeiros Portugueses aqui chegarem, ela já era praticada e muito bem conhecida pelos Índios que habitavam o Brasil já há muito tempo, dai o conhecimento e a prática ser tão bem apurada por eles.

Na Medicina Popular, diferente da Medicina Cientifica, o individuo que vai ser tratado é analisado sob dois aspectos básicos a saúde de seu corpo e a saúde de seu espírito, pois muitas vezes a pessoa não esta com uma doença do corpo e sim uma doença espiritual, como o" mal olhado" (doença onde a pessoa fica abatida, sem ânimo, provocada pela inveja de outra pessoa). Na prática a Medicina Popular utiliza três formas de tratar a pessoa que esta doente, são as Plantas Medicinais, as Rezas e Simpatias. Em alguns casos estas três formas podem ser empregadas juntas, como é o caso das rezadeiras que utilizam plantas medicinais para realizar as orações nas pessoas doentes.

O presente trabalho trata de uma contribuição aos estudos que envolvem as plantas empregadas na medicina popular ou tradicional e em rituais de religiões de origem e influência africana.no Brasil, sob a ótica da etnofarmacobotânica.

O mesmo procura destacar aspectos históricos e religiosos de diferentes influências, assim como coloca em discussão o papel sacral e terapêutico desempenhado por elas, tendo em vista o valor simbólico atribuído às mesmas pelos grupos nos ambientes estudados e as atividades biológicas relacionadas aos princípios ativos que as plantas empregadas encerram.

O trabalho é resultado de longos anos de pesquisas de campo realizadas em Ibiúna, SP e na capital. Durante as visitas aos locais de pesquisa foram efetuadas coletas de material botânico, o qual foi identificado no Departamento de Botânica do Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo. As espécies identificadas encontram-se conservadas no Herbário daquele Departamento e no Herbário Etnobotânico do Centro de Estudos da Religião “Douglas Teixeira Monteiro”, sediado no Departamento de Sociologia da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da mesma universidade.

Paralelamente, foi realizada pesquisa bibliográfica nas áreas de interesse da pesquisa, conforme vai sendo indicada durante o desenvolvimento do texto, além das consultas a especialistas, que possibilitaram uma melhor compreensão quanto ao uso das plantas