O Projeto Aplicado Negócios
Por: helvecioegorete • 14/4/2022 • Trabalho acadêmico • 5.404 Palavras (22 Páginas) • 187 Visualizações
PRATICAS MÉDICAS NO SUS - PMSUS
[pic 1]O curso de Medicina do Centro Universitário FG – UniFG tem por meta valorizar o trabalho articulado com os serviços de saúde; atuar no SUS municipal, em todas as unidades de saúde (USF, urgência e emergência, atenção especializada, atenção hospitalar e de saúde mental); e priorizar as necessidades de saúde de cada indivíduo e do contexto em que o mesmo está inserido.
O município de Brumado conta com 14 Unidades Básicas de Saúde (UBSs), com 18 USFs com Equipes de Saúde da Família. A rede básica tem um papel estratégico na ordenação da rede de atenção, devendo ser um ponto aberto, resolutivo e que faz a coordenação do cuidado, acompanhando o usuário no seu caminho pelos vários pontos da rede.
A organização curricular do curso de Medicina foi desenvolvida de forma a acompanhar o processo de trabalho nos vários pontos que compõem a rede de saúde da cidade (Saúde da Família, Urgência e Emergência, Saúde Mental, Reabilitação, Ambulatorial Especializada e Hospitalar). Terá a perspectiva da continuidade do cuidado à saúde, ou seja, o estudante estará inserido em uma equipe de Saúde da Família, localizada em uma USF, que tem um território adscrito. A partir da necessidade de saúde de cada usuário e sua família, o estudante percorrerá o sistema de saúde municipal em todos os pontos da rede onde ele for necessário.
O estudante de Medicina, desde o primeiro semestre, estará inserido em uma Equipe de Saúde da Família (ESF), aonde gradualmente irá se apropriar do território adscrito, incluindo dados demográficos, epidemiológicos, socioeconômicos e culturais. A partir de visitas domiciliares e o acesso aos aparatos públicos e não públicos (escolas, creches, igrejas, associações de moradores, supermercados, mercearias, bares, etc) ele terá a oportunidade de vivenciar as necessidades de saúde da população. Grupos de estudantes adotarão famílias que ficarão sob a sua responsabilidade, tendo a tarefa de acompanhá-las em suas necessidades de saúde e tomar decisões compartilhadas para solucioná-las, juntamente com a ESF, em todas as situações que forem necessárias.
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O estudante de Medicina será estimulado a exercer sua capacidade de compreensão, estruturação dos problemas e busca por soluções. A vivência com os usuários e suas famílias permitirá a construção do olhar crítico sobre a realidade, tendo o professor como facilitador para que o aprendizado se dê em articulação com a ESF e os seus colegas de curso.
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O estudante de Medicina também terá a possibilidade de vivenciar ações de promoção à saúde, prevenção de doenças, diagnóstico precoce, recuperação e reabilitação dos agravos mais prevalentes à saúde do indivíduo, família e comunidade.
A inserção do estudante na atenção primária à saúde favorece a sua habilidade para lidar com diferentes aspectos da vida e seus ciclos, a saber:
- Possibilidade de atuar junto ao indivíduo e ao coletivo de forma contextualizada à realidade local;
- Vivenciar a integração de práticas de diferentes áreas, campos e núcleos de conhecimento (ciências básicas, especialidades médicas e saúde coletiva);
- Ter uma maior compreensão da rede intersetorial de atenção e cuidados em saúde;
- Desenvolver uma prática clínica integrada, possibilitando a interdisciplinaridade;
- Aumentar sua capacidade de resolver situações clínicas ao lidar com condições e problemas complexos e singulares de saúde, de forma contínua e longitudinal;
- Aprender os conceitos de saúde e adoecimento, respeitando o saber do outro e da comunidade local;
- Ter possibilidade de adquirir um conhecimento dinâmico e em construção, que articule outros conhecimentos e realidades.
- Desenvolver as competências cultural e dialógica na comunicação em saúde.
Ao eleger como prioridade do curso de Medicina a atenção primária à saúde espera-se que o aluno aprenda a produzir a articulação dos conhecimentos na saúde coletiva, na clínica ampliada e no conceito de saúde. Para tanto, serão valorizados os seguintes aspectos:
- Atenção programática à saúde de crianças, adolescentes, mulheres, homens e idosos;
- Atenção aos agravos de grande frequência, como hipertensão arterial, diabetes mellitus, doença cardíaca, desnutrição, obesidade, etc;
- As visitas domiciliares para pacientes acamados, gestantes, em situações de risco e faltosos;
- Participação em atividades de Educação em Saúde na unidade e na comunidade, como: escolas, creches e outros;
- Acompanhamento de ações em gestão do cuidado em saúde, monitoramento e acompanhamento de prioridades em saúde;
Sob o ponto de vista da abordagem individual, esta inserção do estudante na atenção primária em saúde permitirá que o mesmo possa adquirir a capacidade de:
- Conhecer e utilizar a abordagem clínica integral, complexa, interdisciplinar, longitudinal e resolutiva, utilizando as evidências científicas como ferramenta e suporte, porém, singularizando o processo;
- Estabelecer o primeiro contato com os usuários, lidando com problemas não selecionados e indiferenciados, reconhecendo as incertezas no cotidiano da prática clínica da atenção primária à saúde;
- Desenvolver e aplicar a consulta do médico de família e de comunidade para promover uma eficaz relação médico-usuário, com respeito pela autonomia deste;
- Relacionar os processos específicos de decisão com a prevalência e a incidência das doenças na comunidade;
- Reunir e interpretar seletivamente a informação recolhida na anamnese, no exame objetivo e nos exames complementares, e aplicá-la a um plano de ação adequado em colaboração com o paciente;
- Manejar simultaneamente múltiplas queixas e patologias, tanto problemas de saúde agudos como crônicos das pessoas;
- Promover a saúde e o bem-estar, aplicando adequadamente as estratégias de promoção da saúde e prevenção da doença;
- Conciliar as necessidades de cada usuário e as de saúde da comunidade em que ele vive, de acordo com os recursos disponíveis;
Sob o ponto de vista da abordagem familiar, espera-se que o estudante de medicina adquira a capacidade de:
- Conhecer e lidar com a estrutura e dinâmica familiar, utilizando os instrumentos do diagnóstico familiar, como o genograma e o ecomapa;
- Identificar a influência das relações intrafamiliares no processo de saúde e adoecimento;
Na abordagem coletiva, espera-se que o estudante de medicina adquira a capacidade de:
- Conhecer e lidar com instrumentos de diagnóstico de saúde da comunidade, acessando os diversos setores relacionados e correlacionando-os com a prática clínica do médico;
- Identificar a organização da sociedade e da comunidade, os modos de produção presentes e os determinantes sociais do processo saúde-adoecimento;
- Identificar e respeitar a diversidade cultural;
- Compreender o que é "território vivo";
- Reconhecer e desenvolver ações de vigilância em saúde;
- Participar de atividades de educação popular em saúde, compreendendo a existência de diferentes concepções pedagógicas e valorizando o saber popular.
O estudante habilitado no processo de trabalho da atenção primária, com os conhecimentos construídos na vivência da produção do cuidado, também fará inserção em outros pontos da rede de saúde, tais como: Unidade de Pronto Atendimento (UPA), Centro de Atenção Psicossocial (CAPS), Serviço Especializado, etc. Nestes casos, o aluno deverá acompanhar o usuário que eventualmente necessite ser encaminhado para uma destas unidades para dar continuidade aos cuidados iniciados pela ESF na qual o estudante está inserido. Após agendado o atendimento para o usuário, o estudante o acompanhará no atendimento, fazendo parte do projeto terapêutico compartilhado entre as duas unidades de saúde. Desta forma, será ofertada ao estudante a possibilidade de acompanhar a continuidade do cuidado ao paciente, tanto na atenção primária, como na atenção secundária.
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