O TREINAMENTO EXCESSIVO E SUAS RELAÇÕES COM LESÕES NO JOELHO
Ensaios: O TREINAMENTO EXCESSIVO E SUAS RELAÇÕES COM LESÕES NO JOELHO. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: freire83 • 19/10/2013 • 5.439 Palavras (22 Páginas) • 858 Visualizações
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Aluno: ROBERTO FREIRE FERREIRA
O TREINAMENTO EXCESSIVO E SUAS RELAÇÕES COM LESÕES NO JOELHO
Trabalho de conclusão de Curso apresentado à Central de Extensão e Pós-Graduação Lato Sensu da Universidade Gama Filho como requesito parcial para a conclusão do Curso de Pós Graduação no curso de Medicina do Esporte e da Atividade Física.
RESUMO
Um dos fatores, que estimulam a saúde das pessoas são os exercícios físicos, ao lado da boa alimentação, da higiene, da vida em ambiente saudável, do sono e da recuperação adequada dos esforços físicos e mentais. Importante consideração é a que os benefícios do exercício são comuns à todos os tipos de atividades físicas, desde que os esforços não sejam excessivos em relação à condição física da pessoa. As adaptações fisiológicas e a supercompensação requerem do treinamento períodos suficientes de recuperação. Baseada nestas afirmativas, esta revisão literária tem como objetivo, analisar as causas e as conseqüências do
treinamento físico excessivo (Supertreinamento) que levam a lesões na articulação do joelho, após a prática incorreta de uma atividade física, que talvez a pessoa que a pratica não conheça os reais cuidados que ela precisa, para prevenir o acontecimento de lesões. O treinamento intenso e repetitivo de uma modalidade esportiva proporciona a hipertrofia muscular e a diminuição da flexibilidade, causando desequilíbrio entre a musculatura agonista e antagonista, favorecendo a instalação de alterações posturais. Além disso, o excesso de treinamento pode causar lesões, como microtraumas devidos ao atrito contínuo entre duas ou mais estruturas, e levar a quadros de condromalacia, tendinites, bursites, lombalgias e até fraturas.
Palavras-Chave: lesões, treinamento, joelho.
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INTRODUÇÃO
O futebol é um dos esportes mais populares do mundo, praticado, segundo o boletim da Fédération Internationale de Football Association – FIFA, por mais de 60.000.000 de pessoas em mais de 150 países. Como esporte, o futebol tem sofrido muitas mudanças nos últimos anos, principalmente em função das exigências físicas cada vez maiores, o que obriga os atletas a trabalharem perto de seus limites máximos de exaustão, com maior predisposição às lesões. É consenso que, em nível mundial, o chamado futebol arte está dando lugar ao futebol-força. No Brasil, tem sido difícil atingir um ponto de equilíbrio entre o preparo e exigências ao atleta. Por um lado, temos o avanço da medicina desportiva, levando a melhor conhecimento da fisiologia do esforço e permitindo protocolos específicos para cada atleta, de acordo com suas características. Em contrapartida, temos o excesso de jogos e treinamentos, que colocam o atleta nos limites de ocorrência de lesões musculares e osteoarticulares. O atleta é um indivíduo que, antes de qualquer lesão, nada apresentava, geralmente considerado um modelo de saúde, razão pela qual aceita com dificuldade a condição de trocar seu treinamento físico pelo departamento médico. Em algumas situações, frente às lesões em atletas profissionais, o médico deve ter conduta exemplar, pois, em alguns esportes, podem-se sofrer pressões para o não afastamento ou volta mais precoce do atleta em tratamento. No futebol, a estatística passou a ter grande importância na avaliação do grau de sobrecarga de treinamentos e excesso de jogos em função do número e tipos de lesões. Em 1952, foi o primeiro a reportar relação com lesões traumáticas no futebol em 4.000 jogos/10 anos. Em 1978, realizaram o primeiro estudo prospectivo das lesões no futebol na literatura norte-americana. Também em 1978, dois campeonatos noruegueses e concluíram que 56% das lesões ocorrem durante a partida, 2/3 das quais nos membros inferiores, e as contusões são as mais comuns Em 1980, 1.272 jogadores profissionais e classificaram suas lesões de acordo com a idade e localização anatômica. Em 1989, associaram as lesões no futebol ao uso de calçados inadequados, bem como ao tipo de gramado ou solo utilizado.
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Na literatura brasileira, Carazzato et al. (1992) estudaram e compararam lesões no futebol de campo e salão sob o aspecto do diagnóstico e localização anatômica das lesões. Pedrinelli em 1994, pesquisou 354 lesões traumáticas em 150 jogadores de futebol profissional, ressaltando a faixa etária, localização da lesão, posição do atleta e etiologia. Concluiu que as lesões mais frequentes ocorrem nos membros inferiores, sem contato, predominando as contusões. Os movimentos realizados no futebol são muito variados, exigindo, em média, mudanças inesperadas a cada seis segundos. Há vários estudos sobre a incidência de lesões no futebol e os números encontrados são às vezes bem diferentes, pois é grande a quantidade de variáveis. Por essa razão, preocupados com o problema, realizamos estudo epidemiológico das lesões no futebol em nosso meio. Existem muitas variáveis relacionadas às lesões no futebol. Assim, dividimos essas variáveis em dois grupos intrínsecas – inerentes ao esporte em si, como corridas curtas e longas, saltos, mudanças rápidas de movimento, cabeceios, etc.; e 2) extrínsecas – em que se avaliam as condições do campo, tipo de chuteira, condições físicas e de saúde, sexo, quantidade de jogos, treinos, motivação, etc. O futebol de salão (futsal) é um esporte em ascensão mundial, atraindo cada vez mais adeptos. Devido à facilidade de encontrar espaços para sua prática, o que não é muito freqüente com relação ao futebol de campo ele é um dos esportes mais difundidos no Brasil, sendo jogado por mais de 12 milhões de brasileiros, segundo dados da Confederação Brasileira de Futebol de Salão – CBFS. O futsal satisfaz as exigências do Comitê Olímpico Internacional para sua inclusão como modalidade olímpica. Com o aumento da popularidade do futsal, o número de crianças e adolescentes que praticam o esporte tem crescido significativamente. As lesões resultantes de sua prática têm crescido e se tornado objeto de interesse de profissionais da área da saúde. O Brasil tem grande tradição nesse esporte, sendo este praticado por meninos e meninas desde idades muito precoces. Na Federação Paulista de Futsal estão inscritas categorias que envolvem crianças desde os cinco anos de idade (categoria iniciação I). Porém, a idade
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ideal para o início da prática competitiva desse esporte seria a partir dos 14 anos e, apesar dos benefícios que esta pode trazer, o seu início em idades precoces e indevidas
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