Resumo Abdome Agudo
Por: Dangalbi • 14/6/2018 • Trabalho acadêmico • 2.236 Palavras (9 Páginas) • 423 Visualizações
Abdome agudo – 24/04
Definição: Sinais e sintomas de dor e sensibilidade abdominal que, em geral, requer terapia cirúrgica de emergência.
O diangóstico associado ao abdome agudo varia com a faixa etária e sexo do paciente. A apendicite é mais comum em jovens, enquanto a doença biliar, a obstrução intestinal, a isquemia e infarto intestinal e a diverticulite são diagnósticos mais comuns em pacientes idosos.
Causas não cirúrgicas de abdome agudo:
- Endócrinas e metabólicas: incluem uremia, crises diabéticas, crises addisonianas, porfiria intermitente aguda, hiperlipoproteinemia aguda e febre mediterrânea hereditária.
- Hematológicos: crises falcemicas, leucemias agudas e outras discrasias sanguíneas.
- Drogas e toxinas: intoxicação por chumbo e outros materiais pesados, abstinência por narcóticos e envenenamento por pcada de aranha viúva negra.
Dor visceral x dor parietal:
- A dor visceral tende a ser vaga, imprecisamente localizada em epigástrio, região periumbilical ou hipogástrio, dependendo de sua origem no intestino embrionário anterior, médio ou posterior. A dor em geral é decorrende de uma distensão de viscera oca.
- A dor parietal corresponde às raizes de nervos segmentares que inervam o peritônio somaticamente, a dor tende a ser mais aguda e localizada.
- Dor referida: dor percebida em um local distante do local de estímulo doloroso.
A introdução de bactérias e/ou irritantes químicos na cavidade peritoneal pode causar um extravasamento de líquido da membrana peritoneal. O peritônio responde à inflamação com aumento do fluxo sanguíneo, maior permeabilidade e formação de exsudado fibrinoso em sua superfície. O intestino desenvolve uma paralisia local ou generalizada. A superfície fibrinosa e uma redução do movimento intestinal provocam aderência entre intestino e/ou omento e/ou parede abdominal ajudando a localizar a inflamação.
A peritonite é uma inflamação peritoneal de qualquer causa. Reconhecida no exame físico por sensibilidade intensa à palpação, com ou sem descompressão brusca positiva (Blumberg) e retraimento abdominal à compressão. Em geral a peritonite é secundária (provocada por ataque inflamatório, frequentemente por microorganismos entéricos), a peritonite priária é mais comum em crianças por Pneumococcus.
Histórico:
A intensidade e a gravidade da dor relaciona-se com a lesão do tecido subjacente. O início súbito de excruciante sugerem condições como perfuração intestinal ou embolização arterial com isquemia. A dor que se desenvolve e piora ao longo de várias horas é típica de condições de inflamação progressiva ou infecção.
Em geral, comer piora a dor da obstrução intestinal, da cólica biliar, da pancreatite, da diveticulite e da perfuração intestinal. No entanto, o alimento pode aliviar a dor da úlcera péptica não perfurada e da gastrite.
É mais provável que o vômito preceda o início de dor abdominal significativa em muitas condições clínicas, enquanto a dor do abdome agudo cirúrgico costuma manifestar-se primeiro e estimula o vômito pelas fibras medulares.
A constipação ou a obstipação pode ocorrer tanto em função de uma obstrução mecânica ou por redução da peristalse.
Exame físico:
Na ausculta abdominal é necessário ouvir por 3 minutos peferencialmente antes de palpar o abdome. Um abdome silencioso sugere íleo, ruídos intestinais hiperativos sugerem enterite, ruídos “metálicos” suregem obstrução mecânica.
Na palpação procurar por peritonite, organomegalia ou lesão de massa anormal.
Sinal | Descrição | Diagnóstico associado |
Blumberg | Dor na descompressão brusca | Peritonite |
Rovsing | Dor no ponto de McBurney quando se comprime o abdome inferior esquerdo. | Apendicite aguda |
McBurney | Dor no terço distal entre o umbigo e a espinha ilíaca anterosuperior direita | Apendicite aguda |
Defesa de Sgnorelli | Pernas e coxas fletidas sobre o corpo | |
Iliopsoas | Elevação e exensão da perna contra a resistência provoca dor | Apendicite com abcesso retrocecal |
Claybrook | Acentuação de ruídos cardíacos e respiratórios na ausculta abdominal | Víscera abdominal rota |
Danforth | Dor no ombro à inspiração | Hemoperitônio |
Estudos laboratoriais úteis no abdome agudo: Hemograma, contagem de leucócitos, eletrólitos, amilase/lipase, bilirrubina total e frações, fosfatase alcalina, TGO, TGP, GGT e lactato. Se mulher – BHCG.
Exames de imagem:
- RX de tórax + Abdome em pé e deitado: investigação de pneumoperitônio, obstrução intestinal, empilhamento de moedas (lentificação da reabsorção do ar intraluminal, grão de café (volvo de sigmóide) e edema de válvulas (sinal de estrangulamento).
- USG: Dor biliar, pesquisa de líquido na cavidade e investigação de ovários.
Achados associados à doença cirúrgica:
Exame físico e achados labotaroriais | Achados radiográficos | Lavagem peritoneal |
-Piora da distensão após descompressão gástrica -Retraimento involuntário -Hemorragia gastrointestinal exigindo + 3 bolsas de sangue sem estabilização -Sepse sistemica inexplicada -Sinais de hipoperfusão | -Dilatação maciça do intestino -Dilatação progressiva de alça estacionária -Pneumoperitônio -Extravasamento de contraste na luz intestinal -Oclusão vascular na angiografia | ->250 leucócitos por mililitro ->300.000 hemácias por mililitro -Nível de bilirrubina acima do plasmático -Fezes |
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