Simulação Realistica
Monografias: Simulação Realistica. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: • 19/8/2014 • 1.819 Palavras (8 Páginas) • 550 Visualizações
HOSPITAL ISRAELITA ALBERT EINSTEIN
EDUCAÇÃO CONTINUADA E PERMANETNTE
FABIANA SIMÕES VALVERDE
METODOLOGIA DA SIMULAÇÃO REALÍSTICA COMO CONTRIBUIÇÃO PARA RETENÇÃO DO CONHECIMENTO EM TOXICOLOGIA VETERINÁRIA
São Paulo
2012
1. Introdução
O Brasil conta com 101,1 milhões de animais domésticos e tem a segunda maior população de cães e gatos do planeta. Os Estados Unidos, primeiro do ranking, contabiliza 80 milhões de gatos frente a 66 milhões de cachorros. A Abinpet – Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação – aponta que até o final do ano de 2012 a população de gatos no Brasil será de 21,4 milhões. A de cães, ainda à frente, 37,1 milhões. Comparado a 2011, serão 1,4 milhões a mais de latidos contra 1,6 milhões de miados. (http://www.180graus.com/geral/brasil-tem-a-segunda-maior-populacao-de-caes-e-gatos-do-mundo-548231.html).
O aumento do número de pets reflete na procura por melhores condições de saúde e bem estar para os animais exigindo maior qualificação e preparo do Médico Veterinário, porém o ensino da Medicina Veterinária está comprometido principalmente pela restrição ao uso dos animais como material didático e falta de vivência clínica e cirúrgica do aluno para futuras situações práticas e emergenciais.
De acordo com a atual legislação brasileira (BRASIL, 2002) a utilização indiscriminada de animais no ensino é uma questão legal. A Lei Federal prevê penalidades para o uso de animais sempre que houver métodos alternativos,
Aspectos éticos sobre a sensibilidade e utilização de animais nos cursos de graduação, pós-graduação e instituições de pesquisa, vem sendo mundialmente divulgados na mídia e nas faculdades de medicina veterinária.(RIVERA, 2000).
Segundo NAB (1990), os objetivos da utilização de animais estão vinculados ao processo de aprendizagem de diversas formas: transmitir conhecimentos, demonstrar processos dinâmicos da vida, bem como habilidades manuais e técnicas, entre outros.
TRÉZ (2005), afirma que a mudança deste aspecto educacional na medicina é um paradigma, de um velho e arcaico modelo de medicina humana baseada na medicina veterinária, para um novo conceito de medicina baseado no respeito à vida, na prevenção, nas pesquisas clínicas e no bom senso.
A pesquisa por métodos alternativos de estudo que assemelham-se a situações reais e sejam eficientes é de fundamental importância para o aprendizado acadêmico e desempenho na vida profissional.
A simulação em manequins como técnica de apoio didático traz ao ensino a sedutora oportunidade de praticar ações clínicas em um ambiente muito próximo do real, de forma segura e sem o risco da exposição do paciente. Algumas ações que só poderiam ser demonstradas ao aluno, praticadas na clínica por profissionais experientes, podem ser diretamente realizadas pelo aluno em manequins (Romano, 2007).
As técnicas de simulação no aprendizado em saúde surgiram do treinamento militar e simuladores de vôo. A metodologia expandiu rapidamente em todo mundo e hoje, equipamentos de última geração reproduzem perfeitamente os mais diversos cenários e comportamentos do corpo humano, que podem simular, entre outras situações de emergência, dito por JEFFRIES (2008). O mesmo afirma que a simulação específica à área da saúde é uma tentativa de reproduzir os aspectos essenciais de um cenário clinic para que, quando um cenário semelhante ocorrerem um contexto clínico real, a situação poder ser gerenciada facilmente e com êxito.
Embora os defensores da simulação afirmem que o uso de simulação na educação das profissões de saúde promove a segurança do paciente, outros argumentam que até o momento não há estudos suficientes que comprovem que a simulação contribuiu para o aumentou da segurança dos pacientes. Alguns autores, no entanto, afirmam que há evidências de que o treinamento de simulação tem melhorado a satisfação do aluno e segurança em outros campos de alto risco, tais como o setor da aviação (GABA, 2004).
Um simulador é definido como um aparelho de treinamento que replica artificialmente as condições encontrada sem algumas situações específicas (Hammond, 2002).
A valorização dos simuladores avançados como uma ferramenta educacional é derivada do trabalho pioneiro de John Dewey que em 1938 ressaltou quarto conceitos para o aprendizado: experiência, democracia, continuidade e interação.
Em 1956, Blom definiu os objetivos educacionais em três domínios: cognitivo, atitude e psicomotor (Trunkey, 2001).
- Domínio cognitive concentra-se em como o estudante aprende e incorpora fatos.
- Domínio da attitude esta relacionado em como o estudante torna-se um adulto
- Domínio psicomotor envolve habilidades visuais e espaciais
A simulação realística, com uso dos cenários e manequins simuladores torna-se uma metodologia de ensino alternativo também para a Veterinária.
O presente trabalho visa comparar o ensino tradicional à metodologia da simulação realística na Medicina Veterinária através da aquisição e retenção do conhecimento sobre intoxicação por organofosforados. A escolha desde composto esta relacionada a alta estatísticas de morte, por intoxicação, tanto humana como animal
No Brasil, dados do Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas (SINITOX) mostram que, no ano de 2003, os praguicidas em geral foram responsáveis por 12.788 (15,47%) casos de intoxicação no homem e 565 (40,91%), em animais (FIOCRUZ, 2006).
Dentre os praguicidas, os organofosforados e carbamatos estão entre as principais causas de intoxicação aguda, em situações acidentais ou não.
Os organofosforados são compostos muito utilizados para prevenir infestação de insetos e tartar animais com carrapatos, pulgas e piolhos (NICHOLSON, 1997; NELSON & COUTO, 1998; ANDRADE, 2002; MARTÍ, 2005).
A ampla utilização dos praguicidas tem resultado em aumento do número de intoxicações humanas e animais, principalmente em países em desenvolvimento. São relatadas cerca de 3 milhões de vítimas anualmente e mais de 220 mil mortes no mundo todo (TALCOTT & DORMAN, 1997; GARCIA- REPETTO et al., 1998; KALKAN et al., 2003).
Estes dados reforçam a importância do conhecimento da toxicologia destes agentes, facilitando o reconhecimento precoce dos sinais clínicos e o tratamento mais adequado dos pacientes. A retenção desse conhecimento será avaliada por este objeto de estudo.
2. Objetivo
Esse trabalho tem por objetivo comparer o método tradicional de ensino em sala de aula e a simulação realística de modo a quantificar e qualificar a contribuição do novo método à aprendizagem na graduação da Medicina Veterinária, em especial na disciplina de Toxicologia.
2.1 Comparação Quantitativo
* Conhecimento dos alunos sobre organofosforados e carbamatos sera avaliado por pré e pós-teste após a aula tradicional e a simulação realística
* O objetivo educacional é o domínio cognitivo
* A aquisição do conhecimento sera avaliada logo após as atividades
* A retenção sera avaliada após 30 dias, aproximadamente, da primeira
2.2 Comparação Qualitativa
Questionário com três perguntas sobre a satisfação da atividade na disciplina de toxicologia e a inclusão na grade curricular da Faculdade de Medicina Veterinária Anhembi Morumbi. (Anexo 1)
3. Material e Métodos
3.1 Amostra
A amostra é composta por 49 alunos, turma do 2 ano de Medicina Veterinária, diciplina de Toxicologia, da Faculdade Anhembi Morumbi. Os alunos conheciam sobre intoxicação por plantas, anestésicos, intorpecentes e outros assuntos relacionados a material, abordados durante o ano.
A professora e coordenadora disponibilizou, por uma semana um artigo sobre organofosforados e carbamatos pela web. Todos os alunos tiveram acesso,pelo controle de entradas na interface.
Antes da aula foi aplicado o teste de conhecimento sobre organofosforados e carbamatos para todo grupo. (Anexo 2)
Os professors ministram a aula sobre o assunto: Organofosforados e Carbamatos.
De acordo com a motivação dos participantes para a atividade de simulação, a classe foi dividida em 2 grupos, como mostra os números:
Grupo 1:
Número de participantes: 23 alunos
Os alunos do Grupo 1 responderam o pós-teste e foram liberados da atividade. Foi denominado como grupo controle.
Grupo 2:
Número de participantes: 26 alunos
Participaram da aula expositiva, atividade de simulação,em seguida responderam o pós-teste.
SimulaçãoRealistica
3.2 Cenário
3.2.1 Tema: Atendimento ClÍnico de Intoxicação
Foi estruturado um cenário sobre “Atendimento Clinico de Intoxicação” para que os alunos identificassem a origem e diferença de tratamento emergencial entre organofosforados e carbamato. (Anexo 3)
3.2.2 Objetivos:
* Reconhecer e identificar a origem da intoxicação
* Propor o tratamento adequado de emergência
* Raciocinar sobre o quadro clínico
3.2.3 Composição
* 2 alunos participantes e o restante com check list para controle e observações da cena. (Anexo 4)
* Atriz como proprietária do animal intoxicado
* Simulador de habilidades canino avançado – Jerry
* Materiais e medicamentos necessaries para o atendimento do caso clinico.
3.2.4 Observações
* O grupo 2 foi subdividido em outros dois grupos para que no debriefing participassem 13 alunos por vez
* Todos os alunos do Grupo 2 participaram do Debriefing
3.3 Coleta de Dados
3.3.1 Quantitativa
Grupo 1 (s/ simulação) - 23 alunos Pré-Teste Pós-teste Grupo 2 (c/ simulação) - 26 alunos Pré-teste Pós-Teste
1 Aline da Costa Villa Real 4,00 5,00 24 Adriana Belesário de Oliveira 5,50 7,50
2 Amanda Nanhfredini 8,00 8,00 25 Amanda Guerreiro Delapria 5,50 4,00
3 Dafne Palma Rogário 2,00 2,00 26 Anne Angélica Dantas Souza 4,00 7,00
4 Gustavo Gabriel 1,00 5,00 27 Bruna Abrahão Chagas 4,50 5,50
5 Isabella Castro 1,50 2,50 28 Camila Pereira Sena 2,50 6,50
6 João Octávio G. Pinho 3,00 5,00 29 Carolina Ozzebom Alves 8,00 8,00
7 Jorge Rocha Junior 3,00 3,00 30 Caroline Menezes 8,50 8,50
8 Karolina Juliana Pereira 4,00 4,00 31 Claudia Furlanetto Odoni 6,00 7,00
9 Maria Helena Cavallari 6,00 5,00 32 Daniel Ribeiro do Valle 7,00 8,00
10 Mariana Lais Olivares C. 5,00 5,50 33 Davi Machado Silvestein 5,00 6,50
11 Marianna Vaz Cunha 5,50 6,00 34 Debora Luongo Lorenzetti 5,00 7,00
12 Miguel Carvalho 5,50 8,00 35 Eloise Cristina de Ramos 6,60 9,00
13 Pamela Cristina Garcia 8,00 8,00 36 Eluara Ortigoso Alvarenga 7,00 8,00
14 Paola Barros Zucckimi 5,00 7,00 37 Felipe Garcia Penha 4,50 4,50
15 Renato Didur Fernandes 5,00 5,00 38 Giuliana De Nigris Ribeiro 7,50 9,00
16 Roberta O. Narcondes 5,00 4,00 39 Humberto Francisco da Silva 5,00 7,50
17 Samantha Aparecida Giorgi 8,00 8,00 40 Jackeline Vanti Guelfi 7,00 6,50
18 Sinday Alves 4,50 6,50 41 Jade Abrahão Munhoz Vargas 3,50 6,50
19 Stefania Cobib 8,00 9,00 42 Jéssica Freire Sanches 7,00 6,50
20 Taciane O. Stival 4,50 7,00 43 João Henrique Garcia 6,00 8,00
21 Talita Costa Nunes 2,00 6,00 44 Julia Oliveira de Camargo 5,50 5,50
22 Thais Bianchi 2,00 8,00 45 Juliana Pereira Da Fonseca 6,00 6,50
23 Vinicius Bolonia da Silva 6,50 6,00 46 Lais Gonçalves Pinheiro 9,00 6,50
47 Leandra Pereira Souza 5,50 7,00
48 Leticia Gonçales 4,00 5,00
49 Luci Castor de Abu Sobrinha 6,00 8,50
3.3.2 Qualitativa
Avaliação de Reação – (Anexo 5)
Participaram 25 alunos – 96% e 48% deixou sugestões e criticas
4. Resultados e Discussão
4.1 Apresentação e análise esperada dos resultados:
Os resultados até o presente momento são inconclusivos havendo necessidade da aplicação do pós-teste após 30 dias para avaliar a retenção do conheciemento
23 alunos-100%- Grupo 1 26 alunos-100%-Grupo2
13 alunos aumentaram – 56,5% 18 alunos aumentaram – 69,2%
7 alunos mantiveram – 30,5% 4 alunos mantiveram – 15,4%
3 alunos diminuiram – 13% 4 alunos dominuiram – 15,4%
5. Referências Bibliograficas
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MARTÍ, S. Farmacologia e TerapêuticaPediátrica. In: PRATS, A. FarmacologiaTerapêuticaPediátricaCanina e Felina. 1a ed. São Paulo: Interbook. 2005. cap. 13, p. 275-279.
NELSON, R.W.; COUTO, C.G. Convulsões.In:MedicinaInterna de PequenosAnimais. 2a ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2001, cap. 69, p. 777.
Romano MMD, PazinFilho A. Simulaçãoemmanequins: aspectostécnicos, 2007
HAMMOND, J, BERMANN, M, CHEN, B, KUSHINS, L. Incorporation of a computerized human simulator in critical care training: a preliminary report. J Trauma 2002; 53:1064- 1067.)
TRUNKEY, D, BOTNEY, R. (2001). Assesing competence: a tale of two professions, J Am CollSurg, 192: 385-395.
TALCOTT, P.A.; DORMAN, D.C. Pesticide exposure in companion animals.Veterinary Medicine, v.92, n.2, p.167- 181, 1997.
GARCIA-REPETTO, R. et al. Deaths from pesticide poisoning in Spain from 1991 to 1996.Veterinary and Human Toxicology, v.40, n.3, p.166-168, 1998.
KALKAN, S. et al. Pesticide poisonings reported to the Drug and Poison Information Center in Izmir, Turkey. Veterinary and Human Toxicology, v.45, n.1, p.50-52, 2003.
FIOCRUZ. SistemaNacional de InformaçõesTóxico- farmacológicas (SINITOX).Capturadoem 11.ago. 2006. Online.Disponívelna Internet http://www.fiocruz.br>.
RIVERA, H. .Violence against nonhuman animals.APA Monitor, v. 30(8), p. 48- 49. 1999
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