Tétano Neonatal

TÉTANO ACIDENTAL NEONATAL

INTRODUÇÃO

O Tétano Acidental Neonatal, Tétano Umbilical, também conhecido popularmente como “Mal de sete dias,” é uma doença infecciosa aguda, grave, não contagiosa e imunoprevinível. Acomete o recém-nascido, nos primeiros 28 dias de vida, com maior frequência na primeira semana de vida (60%) e nos primeiros 15 dias (90%), tendo como manifestação clínica inicial, a dificuldade de sucção, irritabilidade, choro constante e continua sendo um problema de saúde pública. O agente etiológico é o Clostridium tetani, bacilo gram-positivo, anaeróbico e esporulado produtor de várias toxinas, sua forma vegetativa produz três toxinas, sendo a tetanospasmina responsável pela contratura muscular. No entanto, o período da contaminação acomete entre 7 dias, variando de 2 a 21 dias.

Já o tétano acidental é uma toxi-infecção grave, não contagiosa, causada pela ação de exotoxinas produzidas pelo bacilo tetânico, as quais provocam um estado de hiperexcitabilidade do sistema nervoso central, (DOENÇAS INFECCIOSAS E PARASITÁRIAS 2010).

De acordo com as estatísticas da (REVISTA DE SAÚDE PÚBLICA, 1998) o Tétano neonatal, ainda acomete bebês com 28 dias de vida, sendo a causa de mortes no Brasil, e também em outros países. Visto que, os óbitos acontecem mais em áreas rurais e carentes, onde são mantidas práticas inadequadas de corte e tratamento do coto umbilical. Apesar da população de ter acesso às informações, as mães acabam aderindo a práticas caseiras, utilizando folhas de mamona, esterco, óleos, e teia de aranha para estimular a cicatrização no cuidado do coto umbilical, sendo um meio de contaminação caseira ainda muito usado.

REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

De acordo com a (ESCOLA DE ENFERMAGEM DE RIBEIRÃO PRETO DA USP, EM MINAS GERAIS MG), foi analisada entre os anos de 1997 e 2002 a trajetória de 19 mães que tiveram seus filhos mortos por tétano neonatal, (neonatos até 28 dias). Durante esse período, o número total de óbitos pela doença, no estado, foi de 25 neonatos. Segundo estatísticas da (ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE, 2002), estima-se que ocorram, no mundo, 180 mil óbitos por tétano neonatal e 30 mil por tétano materno. A suscetibilidade é universal, afeta recém-nascidos meninos e meninas. A imunidade do recém-nascido é protegida pela vacinação adequada da mãe, a gestante deve receber 3 doses da vacina antitetânica. Visto que, a gestante que recebeu a vacina há mais de 5 anos, a mesma deverá receber outro reforço. Já para a população não gestante o reforço deverá ser de 10 em 10 anos. Assim, os filhos de mães vacinadas apresentam imunidade passiva e transitória até 2 meses de vida (CID 10: A33). O risco é maior quando o parto é feito em domicílios, na área rural, nestas circunstâncias, o risco de tétano materno também é elevado.

O coto umbilical apresenta-se normal ou com sintomas de infecção, que consequentemente o RN passa a apresentar choro constante, irritabilidade, dificuldade para mamar e abrir a boca, decorrente da contratura dolorosa dos músculos da mandíbula (trismo), em seguida rigidez de nuca, tronco e abdômen. Também, evolui o quadro para hipertonia generalizada, hiperextensão dos membros inferiores e hiperflexão dos membros superiores, com as mãos fechadas, flexão dos punhos (atitude de boxeador), paroxismos de contraturas, rigidez da musculatura dorsal (opistótono) e intercostal causando dificuldade respiratória. A contração da musculatura da mímica facial leva ao cerramento dos olhos, fronte pregueada e contratura da musculatura dos lábios como se o recém-nascido fosse pronunciar a letra U. As contraturas de musculatura abdominal podem ser confundidas com cólica intestinal. Quando há presença de febre, ela é baixa, quando na há diagnóstico de infecção secundária.

Os espasmos são desencadeados ao menor estímulo (táctil, luminoso, sonoro, temperaturas elevadas) ou surgem espontaneamente. Com a piora do quadro clínico, o recém-nascido deixa de chorar, respira com dificuldade e as crises de apneia passam a ser constantes,

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