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A Nutrição e Altismo

Por:   •  6/3/2019  •  Pesquisas Acadêmicas  •  3.615 Palavras (15 Páginas)  •  268 Visualizações

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2018/2019

NUTRIÇÃO HUMANA ‖

ALIMENTAÇÃO NO AUTISMO

Mayara A. F. Wessel

Sofia Rebelo

CNUTA, 2ºAno

INTRODUÇÃO

     No âmbito da unidade curricular, Nutrição Humana ‖, foi nos proposto a realização deste trabalho que aborda o tema da alimentação em indivíduos que possuam a síndrome de autismo.

Iremos fazer uma breve apresentação desta patologia indicando os aspetos que os diferencia a nível alimentar, do resto da população em geral, assim como da alimentação que se deve adequar a estes indivíduos.


AUTISMO

O autismo é um Transtorno do Espectro do Autismo, definido pelo, manual de Diagnóstico e Estatística dos Transtornos Mentais (DMS-5). É um transtorno neurológico, caracterizado por uma desordem cerebral que se define pelo comprometimento da interação social tendo um impacto significativo no desenvolvimento da pessoa pois interfere na forma como ela percebe o mundo ao seu redor estando assim afetada a forma como interage com os outros. Estas crianças apresentam sintomas psiquiátricos como ansiedade, depressão, problemas de atenção e transtornos de comportamento disruptivo com taxas significativamente mais altas do que seria esperado na população geral.

Esta deficiência neurológica é altamente hereditária e manifesta se até aos três anos de idade e persiste por toda a vida. Tem origem desconhecida não existindo ainda uma cura, no entanto, existem fatores de risco que contribuem para a sua progressão como por exemplo, fatores de origem ambiental, genética, infecciosa, metabólica e nutricional nomeadamente a deficiência de ácido fólico e Vitamina D. (NEGGERS, 2014)

Existem três aspectos essenciais para a criança ser considerada autista: social; linguagem e comunicação; imaginação. No social, a criança apresenta dificuldades de estabelecer relações, interagir e não compreender as regras sociais; no aspecto de linguagem e comunicação, se tem dificuldade ou impropriedade na comunicação; já no aspecto de imaginação a dificuldade em brincar (OAB, 2015).

Os portadores desta síndrome em mais especifico, as crianças apresentam uma seletividade e resistência a mudanças criando assim bloqueios a novas experiências alimentares tendo como resultado um estado nutricional inadequado, dependendo não só da ingestão alimentar, mas também de processos fisiológicos e metabólicos, como a digestão e a absorção, as possíveis perturbações metabólicas do autismo podem conduzir a necessidades acrescidas de vitaminas e minerais. Em consequência de um inadequado aporte de micronutrientes é criado uma série de desordens gastrointestinais, como diminuição de produção de enzimas digestivas, inflamações na parede intestinal levando muita das vezes ao aparecimento de intolerâncias e alergias alimentares. Estas últimas são também mais suscetíveis a aparecerem em crianças com autismo, tendo assim estas mesmas crianças, um aumento à prevalência de sintomas gastrointestinais como é o caso da constipação crónica, diarreia, dor crónica, gases e inchaço abdominal. (IBRAHIM et al.,2009)

Crianças autistas têm padrão alimentar e estilo de vida diferente das crianças não autistas, comprometendo seu crescimento corporal e estado nutricional e possuem de duas a três vezes mais chances de serem obesas do que os adolescentes na população em geral.


INTERVENÇÃO

No autismo, ao contrário de certas doenças especificas do foro psiquiátrico e psicológico, é estabelecida uma relação evidente entre a cabeça e o corpo, não funcionando esta primeira como unidade individual. As substâncias químicas usadas na comunicação entre neurónios são chamadas de neurotransmissores e estes, são, nada mais que nutrientes vindos da alimentação. Estes quando acrescentado ou retirados de uma alimentação vão interferir assim com o correto funcionamento do cérebro o que poderá ser útil para ajudar na intervenção desta doença, podendo ser um dos grandes pontos de partida para a estabilidade ou melhoria da mesma.

         Devido à alta prevalência dos sintomas gastrointestinais e a aparente melhora clínica pela intervenção nutricional, um elo entre as anormalidades gastrointestinais e as alterações de comportamento nos pacientes com autismo, tem sido investigado. Ainda não há relatos de tratamento para curar esta doença, porém, existem estudos que comprovam que intervenções desde cedo e acompanhadas por diversos especialistas poderão ajudar na estabilização e até mesmo regressão da doença.  Assim, a intervenção nutricional tem sido proposta como uma das alternativas de tratamento para essa síndrome, podendo minimizar os sintomas e contribuir para a redução de sintomas comportamentais.

Esta intervenção na alimentação abrange diversos fatores que tem de ser trabalhados cuidadosamente numa envolvente comum. As pessoas portadoras desta síndrome têm como hábito a seletividade, recusa e indisciplina alimentar podendo concluir-se que na maioria das vezes, o momento da refeição é culminado com choro, agitação e agressividade por parte do autista e um desgaste emocional por parte do cuidador, comprometendo assim o seu crescimento corporal e estado nutricional. (ZUCHETTO, 2011)

 Posto isto, é importante uma intervenção em que haja um trabalho conjunto entre o cuidador e os profissionais de saúde (um nutricionista), estes últimos, capazes de estabelecer uma dieta adequada para este tipo de síndrome.


  • INTERVENÇÃO ALIMENTAR

Algumas crianças e adolescentes com autismo, podem necessitar de dietas especiais, cujas intervenções nutricionais se baseiam em certas carências devido à existência de alergias alimentares ou a falta de vitaminas e minerais importantes responsáveis por causar os principais sintomas autismo.  Sabemos que estas crianças têm alterações bioquímicas e fisiológicas especificas e não conseguem lidar com certos alimentos, precisando assim de ser compensados com outro tipo de nutrientes vindos de outros alimentos para terem uma alimentação equilibrada.

Mediante os novos conhecimentos adquiridos, alguns pesquisadores indicaram a existência de uma possível correlação entre alguns comportamentos característicos de pessoas com autismo e a presença de glúten e caseína na alimentação afirmando mesmo que estas duas proteínas causam sensação de irritabilidade, hiperatividade, falta de concentração e aumenta a dificuldade na interação de comunicar com a sociedade. Avaliaram ainda, ao longo de quatro anos, os efeitos de uma dieta isenta de caseína e glúten em autistas que apresentavam níveis elevados de proteínas na urina, verificando-se após um ano os parâmetros urinários normalizaram significativamente. (POSSI; HOLANDA; FREITAS, 2011)

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