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A Psicologia da Fome

Por:   •  13/12/2017  •  Trabalho acadêmico  •  3.174 Palavras (13 Páginas)  •  417 Visualizações

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FOME EM PSICOLOGIA

Fisiologia da fome

Fome do latim faminem, é o nome que se dá a sensação fisiológica pelo qual o corpo percebe que necessita de alimento para manter as suas actividades a inerente a vida.

Na falta de alimento qualquer ser vivo leva as suas capacidades aos extremos para tentar conseguir alimentar-se.

O apetite é desejo por alimento, frequentemente, de tipo particular, sendo útil em ajudar a escolher a qualidade a ser ingerida.

Se a busca por alimento for bem-sucedida, sobrevêm sentimento de saciedade.

Cada um desses sentimentos é influenciado por factores ambientais e culturais, bem como por controlos fisiológicos que influenciam centros específicos do cérebro, especialmente, o hipotálamo.

[pic 1]

Os núcleos laterais do hipotálamo funcionam como o centro da fome, e a estimulação dessa área faz com que o animal coma vorazmente (hiperfagia).

Os núcleos ventromediais do hipotálamo funcionam como o centro da saciedade, e a estimulação dessa região pode provocar saciedade completa e, mesmo na presença de comida muito apetitosa, o animal se recusa a comer (afagia).

O hipotálamo recebe sinais neurais do trato gastrointestinal que fornecem informação sensorial sobre o enchimento gástrico, sinais químicos dos nutrientes no sangue (glicose, aminoácidos, ácidos graxos), que significam saciedade, sinais dos hormônios gastrointestinais, sinais dos hormônios liberados pelo tecido adiposo e sinais do córtex cerebral (visão, olfacto e paladar) que influenciam o comportamento alimentar.

Diminuem a Ingestão de Alimentos (Anorexígenos) 

Aumentam a Ingestão de Alimentos (Orexígenos) 

- Leptina

- Norepinefrina

- Serotonina

- Insulina

- Colecistocinina (CCK)

- Peptídeo YY (PYY)

- Neuropeptideos Y (NPY)

- Proteína relacionada à agouti (AGRP)

- Orexinas A e B

- Endorfinas

- Galanina (GAL)

- Aminoácidos (glutamato e ácido y-aminobutírico)

- Grelina

[pic 2]

1

Para o ser humano a comida adquire, durante o fenómeno de socialização, um significado para além do fisiológico, verificando-se que o desejo de comer surge mesmo na ausência de necessidades energéticas e nutricionais.

E neste sentido que surge o conceito de fome emocional, para expressar a vontade de comer em função do estado emocional da pessoa e não das suas necessidade fisiológicas.

Fome fisiológica é gradual e paciente, receptiva a vários alimentos e acaba quando o organismo esta saciado;

Enquanto a fome emocional é súbita e urgente e, exige um alimento específico e não acaba. Por outras palavras, usa-se os alimentos para compensar tristeza, decepções, perda, inquietações e ansiedade.) “Reflexo aprendido (condicionamento Pavloviano) ”

O açúcar, a gordura e o sal ajuda a melhorar o humor e, ate a combater a depressão.

Num estudo realizado por Hoebel (2009), verificou-se que ratos alimentados com 25% em açúcar ficavam ansiosos quando o açúcar era removido da alimentação (apresentando sintomas idênticos das pessoas com síndrome de abstinência).

Consequência da fome emocional

Fome emotiva afecta o comportamento alimentar induzindo a ingestão compulsiva de alimento:

        - Obesidade e outras Comorbidades.


Transtorno da compulsão alimentar

Também conhecido como "comer compulsivo", o transtorno da compulsão alimentar é caracterizado por episódios recorrentes de compulsão alimentar, na ausência de comportamentos compensatórios para promover a perda ou evitar o ganho de peso comuns na Anorexia Nervosa e na Bulimia Nervosa.

O comportamento de comer compulsivamente foi descrito pela primeira vez na década de 1950, por Stunkard e Allison, em indivíduos obesos em tratamento para perda de peso.

Para entender o Transtorno da compulsão alimentar, é necessário definir episódios de compulsão alimentar (ECA), que são caracterizados pela ingestão de quantidade de alimentos definitivamente maior que a maioria das pessoas consumiria no mesmo período de tempo em circunstâncias similares.

Além disso, seu portador refere a sensação de perda de controlo durante o episódio, como um sentimento de que não é possível parar de comer ou controlar o que ou o quanto se está comendo.

O comportamento alimentar:

  • Comer muito mais rápido do que o habitual,
  • Comer até se sentir fisicamente desconfortável ("cheio"),
  • Ingerir grandes quantidades de alimentos quando não se está fisicamente faminto
  • Preferir comer sozinho por conta do constrangimento pela quantidade de alimentos que ingere.

2

Continuação - Transtorno da compulsão alimentar

Sintomas afectivos:

  • Sentimentos de tristeza,
  • Vergonha e culpa,
  • Angústia acentuada.

Epidemiologia

O transtorno de compulsão alimentar é o transtorno alimentar mais comum em obesos.

Ele aparece em aproximadamente 25% dos pacientes que procuram atenção médica para obesidade e em 50 a 75% daqueles com obesidade grave (índice de massa corporal [IMC] acima de 40).

Tratamento

TTC é o tratamento psicológico mais efectivo para o transtorno de compulsão alimentar. Ela demonstrou levar a reduções na compulsão alimentar e nos problemas associados (p. ex., depressão);

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