DIETOTERAPIA NAS ENFERMIDADES GÁSTRICAS
Por: Jack_r • 21/9/2015 • Trabalho acadêmico • 4.780 Palavras (20 Páginas) • 1.063 Visualizações
DIETOTERAPIA NAS ENFERMIDADES GÁSTRICAS
Os distúrbios digestivos estão situados entre os problemas mais comuns na saúde. Hábitos alimentares e tipos específicos de alimentos podem ter um papel significativo no início, tratamento e prevenção de muitos distúrbios gastrointestinais. Em muitos casos a dieta também pode exercer um papel na melhora da sensação de bem estar do paciente e na sua qualidade de vida, além da redução de dor, sofrimento e dos custos associados às doenças gastrointestinais. A indigestão ou dispepsia é um termo genérico que é utilizado para descrever um desconforto no trato digestivo superior. Os sintomas de dispepsia podem incluir dor abdominal difusa, distensão abdominal, náuseas, regurgitação e eructação. Os pacientes que apresentam uma dispepsia freqüente ou de longa duração geralmente são avaliados por problemas mais significativos, porém muitos pacientes apresentam persistência dos sintomas apesar da ausência de patologia específica. Em pacientes com sintomas não relacionados a um processo patológico específico, a dieta, estresse, e outros fatores de estilo de vida também podem ter um papel desencadeante deste sintoma. Excesso de alimentos ou elevado consumo de gorduras, açúcares, cafeína, especiarias ou álcool são frequentemente implicados na dispepsia. Por isso tem sido recomendado durante gerações, alimentar-se lentamente, mastigar bem os alimentos e não beber ou comer em excesso. A disfagia pode ser relativamente benigna e ter pouca conseqüência ou poderá indicar problemas mais sérios. Os sintomas de disfagia prolongada podem estar relacionados a problemas subjacentes, como o refluxo gastroesofágico, gastrite, úlcera péptica, retardo no esvaziamento gástrico, colecistopatia ou câncer.
Neoplasias malignas do estômago podem levar à desnutrição como resultante da perda excessiva de sangue e proteínas, ou mais frequentemente, devido à obstrução e interferência mecânica com ingestão alimentar. A maioria das neoplasias gástricas é tratada através da ressecção cirúrgica, portanto, as considerações nutricionais são semelhantes àquelas pertinentes à gastrectomia parcial ou total.
A etiologia exata na neoplasia gástrica é desconhecida. A infecção crônica por H. Pylori parece aumentar o risco para neoplasia gástrica, assim como o consumo excessivo de álcool ou de alimentos defumados, curados e em conservas. Além disto, uma dieta pobre em frutas e verduras também estaria associada ao aumento do risco de neoplasia. Devido ao fato dos sintomas apresentarem manifestação lenta e o crescimento tumoral ocorrer de forma rápida, a neoplasia gástrica frequentemente passa despercebida até o momento onde não há mais chance de uma cura definitiva. A perda de apetite, fraqueza e emagrecimento frequentemente antecedem outros sintomas. Em alguns casos, a aquilia gástrica (ausência de ácido clorídrico e pepsina) ou acloridria podem existir durante anos antes do aparecimento da neoplasia gástrica.
A orientação dietética na neoplasia gástrica é determinada pela localização do câncer, pelo tipo de distúrbio funcional e pelo estadiamento da doença. A gastrectomia é um dos tratamentos realizados e alguns pacientes podem apresentar dificuldades do ponto de vista nutricional no pós-operatório. O paciente portador de uma neoplasia avançada, sem indicação cirúrgica, deverá receber uma dieta adequada, ajustada à sua doença e que lhe propicie algum conforto. A anorexia está quase sempre presente desde os estágios iniciais. Qualquer preferência alimentar, exceto aquelas que são prejudiciais, é concedida, e o paciente deve ser deixado o mais confortável possível. Nos estágios mais terminais da doença, o paciente poderá tolerar apenas dietas líquidas ou poderá ser necessário recorrer à nutrição parenteral. Enquanto ainda estiver sendo realizado outro procedimento terapêutico, como cirurgia, radioterapia ou quimioterapia, o suporte nutricional do paciente deverá ser igualmente agressivo.
Geralmente, frutas e vegetais têm baixo valor energético, sendo grandes fontes de fibras, vitaminas, minerais e outras substâncias bioativas. Muitos estudos epidemiológicos examinaram a relação entre a ingestão de frutas e vegetais e a incidência de câncer. Foi descoberto um efeito protetor estatisticamente significativo do consumo de frutas e vegetal em 128 dentre 156 estudos dietéticos (Block e cols., 1992).
Para a maioria dos locais do câncer, com exceção da próstata, as pessoas com baixa ingestão de frutas e vegetais tem aproximadamente duas vezes o risco de câncer que aquelas com alto consumo, mesmo após o controle de fatores potencialmente fatais. As frutas em particular, são significativamente protetoras contra os cânceres de esôfago, cavidade oral e laringe. Foi observada forte evidencia de um efeito protetor do consumo de vegetais e frutas em cânceres de pâncreas e estômago, assim como em cânceres colorretal e de bexiga, e da cérvice, ovário e endométrio (Block e cols., 1992).
Estudos indicam que os adultos que acreditam muito em uma ligação entre câncer e dieta, diminuíram a porcentagem de energia derivada de gorduras e aumentaram a ingestão de fibras. Por isso é importante mudanças no estilo de vida.
FATORES DE RISCO SOCIOAMBIENTAIS E NUTRICIONAIS ENVOLVIDOS NA CARCINOGÊNESE GÁSTRICA
RESUMO
Objetivo: traçar um perfil social, ambiental, étnico, nutricional e de hábitos dos pacientes com câncer gástrico atendidos no Hospital Universitário João de Barros Barreto (HUJBB), a fim de verificar se estes pacientes foram expostos a fatores de risco ou protetores.
Método: estudo transversal, descritivo de fonte primária. Dados foram coletados por meio de questionário contendo informações relacionadas à história pregressa e dados citados no objetivo.
Resultados: foram avaliados 20 pacientes, destes 14 (70%) eram do gênero masculino e 6 (30%) do feminino, com média de idade de 62,5 anos. Dentre os parâmetros antropométricos avaliados, o mais sensível foi a circunferência braquial em que 85% dos avaliados apresentaram desnutrição. Em relação ao etilismo, 70% declararam consumir bebida alcoólica, já o tabagismo era um hábito de 75% dos pacientes. Sobre a conservação dos alimentos, 85% afirmaram utilizar a salmoura e 70% relataram o uso da refrigeração. Por meio da análise do consumo alimentar, destacou-se o alto (25%) e médio (15%) consumo de peixe salgado. O consumo de frutas e sucos naturais foi baixo, inclusive os ricos em vitamina C.
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