ERROS DE AQUISIÇÃO E PROCESSAMENTO RADIOGRÁFICO ANALÓGICO E DIGITAL

ERROS DE AQUISIÇÃO E PROCESSAMENTO RADIOGRÁFICO ANALÓGICO E DIGITAL

DANUBYA SAYONARA DOS SANTOS LIMA  

Para o cirurgião dentista, é imprescindível o uso de exame de imagens radiográficos como um exame complementar para o diagnóstico, uma vez que nem sempre é possível identificar determinadas patologias apenas com o exame clínico. No entanto, é necessário que, tanto a técnica de aquisição de imagens, o processamento e armazenamento sejam efetuados de forma correta para que a interpretação da imagem não seja equivocada e não provoque erros prejudiciais ao paciente, além da exposição excessiva dos raios X para correção do erro radiográfico. É comum identificar mais de um erro em algumas imagens radiográficas periapicais, realizadas com uso incorreto da técnica, e para identificar isso é preciso entender que uma radiografia ideal, precisa possuir o máximo de detalhes, a menor distorção possível e um grau médio de contraste e densidade. Precisa mostrar além dos dentes, as estruturas vizinhas que são importantes nos diagnósticos.

Os fatores que influenciam na produção das imagens radiográficas são: Fator Energético, que vai considerar miliamperagem, tempo de exposição, quilovoltagem e distância foco-receptor; Fator Objeto, que engloba número atômico, densidade física e espessura do objeto; Fator Geométrico, analisando o tamanho da área focal, distância entre filme-objeto-fonte de raios X, relações espaciais entre o objeto e o filme; Fator Filme, que vai do tamanho da granulação, a espessura da base e dupla emulsão e o Fator Processamento, que depende das condições da câmara escura, da temperatura das soluções, e, nas radiografias digitais, dos detectores digitais.

Os fatores que levam à produção de imagens com erros são os cuidados no armazenamento, os erros na técnica e os erros no processamento.

Com relação ao uso incorreto da técnica podemos identificar erros causados por posicionamento inadequado do equipamento, filme radiográfico e/ou paciente, causados por erro no tempo de exposição, e pela presença de objetos estranhos que possam interferir na passagem do feixe de raios x.  Alguns dos erros mais encontrados por falha na técnica são: Erro na angulação vertical, Erro na angulação horizontal, Erro por sobra excessiva, Erro por pouca sobra ou margem de segurança insuficiente, Filme invertido, Erro de posicionamento do filme por região, Erro no posicionamento do filme em relação ao picote, Não remoção de objetos metálicos, Cone cut ou "meia-lua", Superexposição, Subexposição, Falta de exposição, Falta de paralelismo entre a borda do filme e as faces oclusais/incisais, Dupla exposição, Pressão exagerada sobre o filme,  Mancha negra por ação mecânica, Falangioma, Projeção do avental de chumbo e Falta de nitidez.

Com relação aos erros no processamento alguns são causados no uso da câmara escura, na manipulação do filme e na qualidade e sequência das soluções de revelação. Alguns dos erros de processamento são: Lavagem final insuficiente, Velamento, Imersão radiográfica primeiro no fixador, Impressão digital sobre o filme, Arranhões na radiografia, Uso de soluções degradadas ou exauridas, Colgadura enferrujada, Revelação com pedaço de papel preto, Respingo de soluções, Emprego de soluções com temperatura incompatível com o processo de revelação, Respingo de fixador, Imersão parcial no revelador, Superevelação, Sub-revelação, Imersão parcial no fixador, Subfixação e Superfixação, Eletricidade estática, Imagens fantasmas, Artefato do avental de chumbo, Posicionamento incorreto de lábios e língua, Posicionamento dos dentes em relação à camada focal, Plano de Frankfurt não paralelo ao plano horizontal, Plano sagital mediano incorretamente posicionado.

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Sem qualidade nas imagens, é impossível ao cirurgião dentista conseguir um diagnóstico preciso. Abrir mão da técnica correta ou não possuir o conhecimento dos fatores que influenciam na produção das imagens é um risco, por maior que seja a experiência do cirurgião dentista, e conseguir produzir imagens precisas e corretas vai ser a diferença entre um bom e um mau diagnóstico.

Um sólido conhecimento sobre os principais erros radiográficos e sobre como evitá-los é imprescindível para a redução de repetições desnecessárias do procedimento e para determinar adequadamente o diagnóstico radiográfico, ajudando, também, na elaboração correta do plano de tratamento. Além disso, saber reconhecer e identificar os principais erros nas diferentes etapas da produção de imagens ajuda a evitar equívocos no momento da interpretação das mesmas.

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