Efeito da substituição de farelo de milho por farelo de vagem de algaroba
Por: nubiaaraujosilva • 13/5/2015 • Projeto de pesquisa • 2.534 Palavras (11 Páginas) • 738 Visualizações
Desempenho de ovinos alimentados com farelo de vagem de algaroba e avaliação quantitativa da carcaça
Discente: Núbia Araújo Silva
Introdução
A criação de ovinos destinados à produção de carne no Brasil tem expandido na última década. Segundo os dados do censo agropecuário no Brasil (IBGE, 2006), o rebanho efetivo de ovinos é constituído por cerca de
14 milhões de cabeças, e desse total aproximadamente 56% encontra-se na região Nordeste, especialmente no semiárido. Apesar do grande rebanho, o nordeste possui índices de produtividade, produção e rentabilidade baixos, pois os sistemas de criação predominantes nessa região são o extensivo e o ultraextensivo, que mostram a necessidade que o semiárido tem de avançar nesse segmento (MOREIRA
et al., 2008; SILVA SOBRINHO & MORENO, 2009; VOLTOLINI et al., 2009).
De acordo com Voltolini, et al. (2009), uma das práticas decisivas para o avanço desses sistemas de produção é promover melhorias no manejo alimentar dos animais visando fornecer alimentos e nutrientes em quantidade e qualidade, a fim de reduzir a idade de abate, bem como melhorar a qualidade dos produtos. Nos sistemas de produção extensivos, há dificuldade em obtenção de animais jovens nas condições ideais de abate, portanto, uma modificação do meio ambiente torna-se necessária (MENDONÇA, 2013). Aliando as necessidades de melhoria na alimentação e no ambiente, o confinamento mostra-se como uma atraente alternativa e que tem despertado o interesse na cadeia produtiva da ovinocultura.
Segundo Medeiros et al. (2009), o confinamento de ovinos tem despertado o interesse dos criadores na intensificação dos sistemas de produção, com o objetivo de diminuir as perdas de animais jovens por deficiências nutricionais e infestações parasitárias, manter a regularidade da oferta de carne e peles durante o ano e obter retorno mais rápido do capital investido, através da redução da idade ao abate e da produção de carcaças com qualidade superior à de carcaças obtidas em condições de pastejo.
Em sistemas de confinamento, é imprescindível a manutenção dos animais com dietas que atendam às exigências nutricionais para obtenção do desempenho desejado, de forma que a relação custo/benefício seja lucrativa para o produtor. De acordo com Susin (2001), a dieta de custo mínimo em confinamentos é aquela com alta proporção de concentrado.
Grãos e cerais são colocados na dieta desses animais, com o objetivo de suprir suas exigências nutricionais, entretanto essas espécies vegetais que na maioria das vezes são adaptadas a temperaturas mais baixas, dificilmente atingem seu potencial expressivo de produção, principalmente na região Nordeste do Brasil, devido às características edafoclimáticas da mesma (MENDONÇA, 2013). O milho é o alimento usual, compõe em torno de 60 a 70% das fórmulas dos concentrados disponibilizados (SILVA et al., 2002), por apesentar baixa produtividade em regiões semiáridas, atinge preço elevado no período seco do ano, por este motivo, muitos estudos visam substituí-lo na formulação de rações por alimentos alternativos, tornando o custo de produção mais baixo para o produtor.
Dentre as fontes alternativas ao milho usadas na dieta de ruminantes, encontra-se o farelo da vagem de algaroba, que é produzido a partir das vagens da algarobeira (Prosopis juliflora (SW) D.C), planta xerófita, da família das leguminosas (QUINTANS, 2001). Esta planta é utilizada no combate à desertificação como fixadora de nitrogênio e na alimentação de rebanhos (MAHGOUB et al., 2005).
Ao utilizar alimentos alternativos na alimentação dos animais, é necessário avaliar o valor nutritivo do alimento, entender como seu uso afeta parâmetros produtivos, como o ganho de peso e se ele exerce influência sobre as características de carcaça e qualidade do produto final (MENDONÇA, 2013).
Objetivos
Avaliar o efeito da inclusão de níveis crescentes de farelo de vagem de algaroba em substituição ao farelo de milho na alimentação, sobre o desempenho produtivo e parâmetros de carcaça de ovinos terminados em confinamento.
Específicos:
- Avaliar o ganho de peso de ovinos em terminação, sob os diferentes níveis de farelo de vagem de algaroba;
-Determinar o ganho e peso total;
- Estimar o consumo de matéria seca total;
-Avaliar a digestibilidade “in vitro” na matéria seca;
- Avaliar características quantitativas da carcaça ovina;
Metodologia
O experimento será conduzido no Setor de Produção de Caprinos e Ovinos da Universidade Federal do
Vale do São Francisco (UNIVASF), localizado em Petrolina, Estado de Pernambuco.
Serão utilizados 40 ovinos da raça Santa Inês, com idade inicial em torno de 4 meses e peso médio inicial de 20 ± 2,5 kg, machos, inteiros. Previamente, os animais serão identificados e submetidos a exames clínicos e parasitários, e vacinados contra clostridioses. Serão alojados em baias individuais, cobertas, contendo cochos individuais para água, volumosos e concentrados. A duração do experimento será de 84 dias, antecedido de 15 dias de adaptação às dietas e ao manejo.
Os alimentos terão seus valores nutricionais analisados previamente. As dietas serão elaboradas para atender as exigências proteicas e energéticas para mantença e ganho médio de peso de 200g/dia, considerando um consumo de MS de 3,5% do peso corporal. Serão isoproteicas com nível de 16% PB (NRC, 1985; Fernandes et al., 2005) e isoenergética com 67% NDT (NRC,1985; MONTENEGRO & SIQUEIRA, 2002).Os 40 animais serão destinados casualmente a um dos quatro tratamentos: 0, 33, 66 e
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