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A FLORICULTURA BRASILEIRA

Por:   •  31/8/2017  •  Pesquisas Acadêmicas  •  1.172 Palavras (5 Páginas)  •  616 Visualizações

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INTRODUÇÃO

O mercado exportador mundial de flores e plantas ornamentais movimentou, em 2013, US$ 21,765 bilhões, tendo como principal player a Holanda que, isoladamente, concentrou praticamente a metade de todo o comércio internacional dessas mercadorias (49,58%). Na segunda posição, mas com larga margem de diferença, surge a vizinha Colômbia, com 6,18% de participação percentual relativa, seguida por Alemanha (5,09%), Bélgica (4,61%), Itália (4,07%) e Equador (3,86%). Ao todo, 171 países participam como exportadores neste segmento comercial e, entre eles, o Brasil ocupa a 44ª posição.

[pic 1]

O comércio exterior de flores e plantas ornamentais foi duramente afetado pela crise econômica e financeira internacional deflagrada a partir do estouro da bolha imobiliária nos EUA, em 2008. O fenômeno rapidamente contaminou as principais economias mundiais e trouxe, como reflexos principais, a recessão econômica e a redução do consumo da maior parte das mercadorias, com especial efeito depressivo no setor de floricultura. A figura seguinte permite acompanhar o impacto sentido nas exportações mundiais, especialmente nos anos de 2009 e 2010.

[pic 2]

De fato, a floricultura brasileira é essencialmente focada para o próprio mercado interno do País, para onde direciona 96,5% do total de sua produção. Apesar desta vocação, no período de 2000 a 2008, o Brasil experimentou um notável crescimento em suas vendas de flores e plantas no mercado internacional, sob os auspícios do Programa de Apoio às Exportações de Flores e Plantas do Brasil, financiado pela Agência de Exportações e Financiamento do Brasil (Apex Brasil) e coordenação do Instituto Brasileiro de Floricultura e, no último ano de sua existência, pelo Instituto Agropolos do Ceará. Neste período, as exportações saltaram do patamar estacionário da década de 1990 – no qual as vendas não ultrassavam US$ 11 milhões – para até US$ 35,5 milhões, em 2008, batendo oito recordes anuais sucessivos.

[pic 3]

A partir de 2008, no entanto, com o estouro da bolha imobiliária no mercado norte-americano e com a deflagração da crise econômica que veio a contaminar as principais economias mundiais e os mercados importadores mais importadores para as flores e plantas ornamentais brasileiras, as exportações nacionais entraram em declínio. A situação vivida pelo País, neste período, apenas não foi ainda mais grave – como ocorreu com a Colômbia e Equador – porque, ao contrário daqueles países, que focam em até 95,0% o destino das mercadorias setoriais que produzem, no caso do Brasil, a floricultura, conforme já comentado, volta-se fundamentalmente para o mercado interno.

Além disso, o comércio exterior da floricultura brasileira foi menos afetado do que o daqueles países, por ser essencialmente focado no segmento dos materiais vegetativos para propagação – tais como mudas de orquídeas e de outras plantas ornamentais e bulbos – que por serem insumos básicos da floricultura empresarial mundial, sentiram muito menos intensamente o impacto da crise econômica do que os segmentos de flores e folhagens de corte e o de plantas envasadas.

PAÍSES DE DESTINO DAS EXPORTAÇÕES DA FLORICULTURA BRASILEIRA 

O principal comprador internacional dos produtos da floricultura brasileira é, historicamente, a Holanda. A tabela seguinte mostra que, entre os anos de 2012 a 2014, a participação holandesa no total das exportações nacionais representou, respectivamente, 73,65%, 58,30% e 60,45%.

[pic 4]

PAUTA DE EXPORTAÇÕES DA FLORICULTURA BRASILEIRA 

As exportações brasileiras são pautadas, essencialmente, por materiais propagativos vegetais: bulbos, mudas e estacas. A ilustração seguinte mostra os resultados auferidos pelo comércio exterior da floricultura brasileira, no período de janeiro a agosto de 2014, onde se pode confirmar a significativa participação percentual relativa do setor de bulbos (61,7%), seguido por mudas de plantas ornamentais (33,3%). Outros produtos da pauta das vendas ao comércio exterior, como folhagens secas, flores frescas cortadas, outras plantas vivas e estacas, somaram apenas 5,0% do total comercializado no período.

[pic 5]

As exportações brasileiras de flores e plantas ornamentais são essencialmente originárias do estado de São Paulo, com cerca de 65,0% a 68,0% de participação percentual relativa anual. A ele se seguem os estados do Ceará (em média 17,0%), Rio Grande do Sul (entre 9,0% e 11,0%, dependendo do ano considerado) e Minas Gerais (entre 4,0% e 5,0%). As exportações paulistas incluem a maior parte dos bulbos, mudas e outros produtos exportados, em decorrência de ser este o estado que concentra o maior polo de produção da floricultura, bem como as empresas de maior porte e as mais conectadas com o exterior. O estado do Ceará já deteve, no período anterior à crise deflagrada em 2008, maior participação percentual relativa, sendo destacado no comércio internacional de rosas de corte, obtidas a partir de sua produção nas suas áreas serranas. Com a perda de dinamismo, o Ceará reconduziu sua produção de rosas e outras flores temperadas para consumo do mercado interno e manteve, no comércio internacional do setor, apenas as posições relativas às suas exportações no setor de bulbos.

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