A Mandioca

INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE

SANTA  CATARINA

CAMPUS SÃO MIGUEL DO OESTE

Katiane Bastos

MANDIOCA

Sâo Miguel do Oeste

2014

1. INTRODUÇÃO

        Considerada a planta mais brasileira de todas, a mandioca que é de origem brasileira, mais especificamente no sudoeste da Amazônia desde antes da colonização já era cultivada para fins alimentícios por indígenas e até hoje ainda é considerada um dos principais alimentos da mesa brasileira, sendo que é produzida e consumida em todas as regiões do país,em todas as suas variedades(CENI; et al, 2009).

        Devido à grande presença de amido na mandioca, esta acaba sendo um alimento que é amplamente utilizado pela indústria para fabricar os mais variados alimentos como amiláceos, farinhas e amidos. Outra característica que faz com que seja importante o processamento desse alimento é que este é muito perecível, sendo que em torno de dois dias após a colheita já apresenta escurecimentos impossibilitando o consumo (LIMA, 1999).

        O fato de ser um alimento de tradição no paladar brasileiro torna a participação da mandioca no mercado maior a cada dia que passa, além do mais que, com o passar do tempo foram-se aprimorando os métodos de conservação e limpeza desse alimento sem que o preço se elevasse, tornando-o de fácil acesso ao consumidor (CENI; et al, 2009).

        Um fator importante a se ressaltar é que a mandioca possui um valor relativamente alto de água, girando em torno de 65%, fazendo assim com que se dificulte a preservação. Entretanto o que torna a mandioca atrativa para as indústrias é sua alta concentração de amido, que fica entre 32 a 36%, possibilitando que esta seja utilizada para diversos fins (CENI; et al, 2009).

        Com 35 milhões de toneladas, hoje o Brasil é um dos maiores produtores de mandioca do mundo correspondendo a 75% de toda a produção da América do Sul. Com 51% da produção mundial, o continente Africano lidera a lista dos maiores produtores de mandioca com 118 milhões de toneladas (GROXKO,2011).

        De diversas formas a mandioca pode ser utilizada como matéria-prima de outros alimentos, estabelecendo um grande número de correntes e potenciais que são classificados de acordo com o tipo de raiz, sendo duas categorias: mandioca para a mesa e mandioca para a indústria. Além disso outros vários produtos podem ser feitos com a parte aérea da planta, tanto para a alimentação animal quanto humana (CHICHERCHIO, 2013).

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

        

2.1.  CARACTERISTICAS GERAIS

         A mandioca pertence a família Euphorbiaceae, sendo que a raiz dessa planta apresenta um certo padrão de desenvolvimento que antecede a etapa onde ocorre a tuberização, etapa onde ocorre uma maior diferenciação entre as raízes devido ao acumulo de grãos de amido(FENIMAN, 2004).

        Como a maioria das plantas,a  mandioca possui uma época para o plantio, fazendo com que o rendimento da planta seja maior. Deve-se ter o cuidado ainda com diversos outros fatores que podem interferir na matéria-prima, principalmente aquela destinada a indústria, como por exemplo, colheita, transporte e armazenamentos, todos os três devem ser feito com o maior cuidado e agilidade para evitar que se perca a produção (SEBRAE, 2009).

A mandioca possui cinco fases de desenvolvimento, sendo que dessas cinco, quatro são para o desenvolvimento de toda a planta e a última para o descanso vegetativo. Cada fase possui certo período de tempo como apresentado na tabela abaixo (FENIMAN, 2004).

FASE DE DESENVOLVIMENTO	TEMPO
1ª fase: brotação da maniva	Após o 7° dia do plantio
2ª fase: formação do sistema radicular	Duração de  de 70 dias
3ªfase: desenvolvimento da parte aérea	Duração entorno de 90 dias
4ª fase: Espessamento das raízes	Após o 5° mês
5ª fase: Repouso	-

Tabela 1: Fases de desenvolvimento da mandioca. Fonte:FENIMAN, 2004.

        Avaliando a tabela, pode-se perceber que a mandioca possui um  período desde o seu plantio até a colheita bem grande, por isso deve-se ter o cuidado com o solo e também com o ataque de pragas a planta.

        De um modo geral a mandioca é mais utilizada para a produção de farinha, já que esta em alguns estados aqui no Brasil e alguns países no mundo, principalmente africanos, é à base da alimentação. Entretanto é um produto pouco comercializado devido às dificuldades de padronização do mesmo.

        Apesar de o sistema produtivo ser amplo, este apresenta uma divisão de três setores básicos: setor familiar, setor doméstico, estes que não apresentam o uso de uma maior tecnologia e o setor empresarial que é caracterizado pelo uso de uma maior tecnologia e um maior giro do capital (CHICHERCHIO, 2013).

O setor familiar é responsável por uma parcela muito pequena na produção desse alimento, abastecendo principalmente os próprios produtores, apresentando pouca participação no capital de produção e venda. Já o setor doméstico tem uma participação significante no mercado e com certo uso de tecnologias e apresenta um capital de exploração maior que o setor familiar. Por fim o setor empresarial é o responsável pela maior participação no mercado, envolvendo inclusive a terceirização da mão-de-obra (CHICHERCHIO, 2013).        

        A produção de mandioca é basicamente dividida em duas: a primeira com destino a ser utilizada pela indústria e a segunda para a mesa do consumidor, cada variedade de raiz possui características diferentes e são essas que irão determinar qual será o destino da variedade (SEBRAE, 2009).  

        Para a mesa do consumidor todas as variedades se enquadram na denominação de mandioca mansa. O consumo desse tipo de mandioca se dá principalmente pelo fato dessa planta ser muito perecível, sendo propicia ao crescimento de microbiológicos e por possuir problemas com danos fisiológicos. Nesse sentido se fazem necessário alguns processos de industrialização para tentar diminuir essas perdas e também eliminar a toxidez que a planta apresenta quando fresca (SEBRAE, 2009).