Custos e Receitas Empreendimento
Por: Theilon Henrique • 23/10/2018 • Trabalho acadêmico • 3.848 Palavras (16 Páginas) • 250 Visualizações
2.9 Estimativas de Custos e Receitas
Para avaliação de projetos florestais é necessário levar em consideração a variação do capital investido no tempo, ou seja, leva-se em conta uma taxa desconto, necessária para atualizar os fluxos de caixa e tornar comparáveis os custos e receitas que ocorrem em pontos diferentes do tempo (REZENDE; OLIVEIRA, 2013).
Para realizar a estimativa de custos e receitas foi considerado um horizonte de planejamento de 10 anos, em que será realizado o corte raso ao final do quinto ano e posteriormente efetuará a condução do povoamento, que será submetido ao corte novamente ao final do décimo ano. A demanda considerada foi de 84.000 m³/ano e a taxa de desconto de 8% a.a.
2.9.1 Custos
De acordo com Silva et al. (2004), as informações relativas aos custos de todas as etapas de implantação de um projeto são necessárias para a viabilização de recursos para a execução de cada fase. Machado e Lopes (2000) citam que, no setor florestal, a colheita e o transporte de madeira são as fases mais importantes economicamente em função da alta participação no custo final do produto e pelos riscos de perdas.
A estimativa de custos da fase inicial do empreendimento, foi obtida através do levantamento de dados da região, considerando os custos de custo de aquisição da terra, implantação, condução e manutenção do povoamento, como demonstra a Tabela 1.
Tabela 1: Custos inerentes a fase de implantação de um povoamento de Eucalipto na primeira rotação em Vitória da Conquista- BA.
Custos Valores [pic 1]
Custo de Implantação R$2.500,00/ha[pic 2]
Custo de condução R$210,00/ha
Custo anual da terra R$185,20/ha/ano
Custo de manutenção R$ 413,5/ha/ano [pic 3]
Custo Total R$3.470,45
Em cada fase do projeto foi considerado os seguintes custos:
- Implantação
Os custos considerados na fase de implantação foram o preparo do solo, combate a pragas, controle de mato-competição, plantio, adubação, aquisição de mudas e insumos.
- Custo anual da terra
O custo anual da terra foi determinado tomando por base o custo médio de terra na região (R$2.315,00/ha) e a taxa de juros estabelecida (8% a.a.), obtendo-se o valor de R$185,20/ha/ano.
- Manutenção
Na fase de manutenção os custos envolvidos foram os tratos culturais a partir do segundo ano de implantação do plantio, tais como: combate a formigas, adubações de cobertura, confecção e manutenção de aceiros, capina e roçada.
- Condução
Na condução da rebrota o custo estimado foi inerentes à atividade de desbrota, após o primeiro corte raso da floresta, que ocorrerá no quinto ano.
- Colheita
Os custos de colheita foram simulados em função das produtividades médias da região e foram levados em consideração os custos operacionais das máquinas florestais utilizadas na etapa de corte e extração (harvester e forwarder, respectivamente).
Os custos operacionais de uma máquina florestal podem ser obtidos através da soma de custos fixos e variáveis, em que, os custos fixos correspondem a todos os fatores físicos de produção e não sofrem influência de acordo com o grau de utilização do maquinário, como por exemplo, custos de depreciação impostos e taxas de administração, enquanto que os custos variáveis são diretamente afetados pelo grau de trabalho que é realizado pela máquina, por exemplo, combustível, lubrificantes, óleo hidráulico, reparos e manutenções, mão de obra, (SILVA et al., 2014).
Os custos operacionais foram expressos em dólares por hora efetiva de trabalho (US$ he) e taxa de câmbio de dólar igual a R$ 4,18 com base na cotação realizada em 14 de setembro de 2018. Foi considerado o custo operacional de US$ 101,75/he para o harvester e US$ 106,33/he para o forwarder (FERREIRA, 2017), segundo o método contábil, que utiliza dados reais e estimados, para a determinação dos custos fixos foi utilizado a metodologia proposta por FAO (1974).
Considerando a produtividade média do harvester e do forwarder de 35,2m³/he e 42,84m³/he (BELISARIO, 2017), respectivamente, para suprir a demanda de 7000m³/mês, esses maquinários gastarão 198.8 horas e 163,4 horas por mês. Foi considerada a distância de extração de 125m e toras de 6m.
- Transporte
O transporte envolveu dispêndio com o deslocamento da madeira do povoamento até a fábrica onde será consumida, em que, foi levado em consideração o custo operacional do caminhão Bitrem, a distância do centro de consumo e o tempo gasto para percorrer o percurso.
Foi considerado o custo operacional de US$ 60,00/he para o Bitrem, de acordo com Virgens (2018). A distância do centro de consumo considerada foi de 50 km, em que, ao se considerar a velocidade média de 50 km/h desse tipo de maquinário, obtém-se o tempo gasto no percurso, que será em média 1h por viagem.
O caminhão Bitrem possui capacidade de transportar 50m³ de madeira por viagem, assim, para suprir a demanda mensal da fábrica de 7000m³ de madeira, serão utilizados dois caminhões Bitrem, que farão um total de cinco viagens por dia. Considerando um tempo de carregamento de 15 min e descarregamento de 12 min esses caminhões terão um gasto de 10h45min/dia, o que equivale 313,5h/mês. Na Tabela 2, consta os custos referentes a fase de colheita e transporte florestal.
Tabela 2: Custos inerentes a colheita e transporte de madeira de Eucalipto para suprir uma demanda de 7.000m³/mês de madeira na região de Vitória da Conquista- BA.[pic 4]
...