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Principais Características do Ouro

Por:   •  9/6/2016  •  Trabalho acadêmico  •  2.310 Palavras (10 Páginas)  •  710 Visualizações

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[pic 1]Universidade Federal de Ouro Preto

Departamento de Geologia

Prof. Ricardo Augusto Scholz Cipriano

Depósitos de Ouro na Bahia

Docentes: Marlon Oliveira

       Marcelle Sena

       Robson Antonio

       Thais Oliveira

Ouro Preto

26 de novembro de 2014

Principais características do Ouro

O ouro possui fórmula química (Au) e pertence à classe dos elementos nativos, e ao grupo do Ouro no qual também se enquadram: prata, cobre e chumbo. Os cristais são comumente octaédricos e raramente apresentam a forma do dodecaedro, cubo ou trapezoédro. Frequentemente apresenta-se em seu estado natural como agregados reticulares, dendríticos, arborescentes, filiformes, esponjosos, placóides, escamosos, laminares e em forma de palhetas (figura 1). É muito comum, ocorrer também com impregnações quartzosas.

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A estrutura do ouro está baseada no empacotamento cúbico mais compacto (figura 2).

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Figura 2 – Modelo de empacotamento cúbico mais compacto. Cada átomo de metal é rodeado por 12 vizinhos. Retículo cristalino Cúbico de Face Centrada é mostrado ao lado. Fonte: Klein e Dutrow, 2012, p. 360).

O ouro possui densidade relativa 19,3 quando puro. No entanto, a presença de outros metais pode diminuí-la.  Podemos citar como outras características do ouro: fratura serrilhada e que ele é muito maleável e dúctil; apresenta diafeinidade opaca; a cor apresenta vários matizes de amarelo, dependendo de sua pureza, que fica mais pálido com o aumento de prata. A pureza, ou qualidade do ouro, é expressa em partes por 1000. Existe uma solução sólida entre Au e Ag, e a maioria do ouro contém alguma prata. Pequenas quantidades de Fe e Cu podem estar presentes, assim como traços de Bi, Pb, Sn, Zn e Pt. A maioria do ouro apresenta cerca de 10% de outros metais e tem pureza de 900.

O ouro é um elemento raro na crosta terrestre, sendo que possui abundância de 0,004 ppm. É encontrado em veios que têm relação genética com tipos silicatados de rochas ígneas. As principais fontes de ouro são os veios hidrotermais de quartzo aurífero onde, junto com a pirita e outros sulfetos, o ouro foi depositado a partir de soluções ascendentes com os respectivos minerais. O ouro é distinguido de sulfetos amarelos como pirita e calcopirita por sua sectilidade e sua densidade relativa elevada.

Os principais usos do ouro são: Produção de jóias; Indústria eletro- eletrônica; Lastro monetário; Moedas e medalhas comemorativas e muitos outros.

Depósitos de Ouro na Bahia e Geologia da Região

Distrito aurífero de Fazenda Brasileiro, Bahia

O distrito aurífero de Fazenda Brasileiro está localizado na região nordeste do Estado da Bahia, municípios de Araci, Teofilândia e Barrocas, na porção sul do Greenstone Belt do Rio Itapicuru, em uma seqüência vulcano-sedimentar metamorfisada denominada Faixa Weber (Marques, 1979; apud Santos et al, 1988). Os depósitos da Faixa Weber estão distribuídos nas unidades Incó, Fazenda Brasileiro, Canto e Abóbora. A Unidade Fazenda Brasileiro, que contém as mais importantes concentrações de ouro, é formada por três seqüências: xistos grafitosos, que capeia a principal zona mineralizada; xistos com quartzo, clorita e magnetita, que forma dois horizontes hospedeiros das mineralizações; intermediária, composta de sericita cloritacarbonato xistos e plagioclásio-actinolita xistos (Dardenne & Schobbenhaus, 2003). Em outras minas da Faixa Weber, como na mina da Fazenda Riacho do Incó, a mineralização ocorre na Unidade Fazenda Brasileiro, mas o ouro está associado preferencialmente à pirrotita. Com relação às minas Canto I e Canto II, estas estão situadas na Unidade Canto e a mineralização é associada a feldspato-sericita-quartzo xistos (Dardenne & Schobbenhaus, 2003).

As reservas medidas no município de Araci, até 2005, são da ordem de 436.000 toneladas de minério com teor de 2,19 g/ton Au (DNPM, 2006). Para a mina Fazenda Brasileiro foram estimadas reservas de 150 toneladas de ouro contido em um minério com teor de 7-8 g/ton Au (Dardenne & Schobbenhaus, 2003).

Distrito aurífero de Fazenda Maria Preta, Bahia

O distrito aurífero de Fazenda Maria Preta está localizado na região nordeste do Estado da Bahia, município de Santa Luz. A mineralização de ouro está hospedada em veios de quartzo acompanhados de alteração hidrotermal das rochas encaixantes, representadas por metassedimentos, meta-andesitos, meta-dioritos, meta-dacitos e brechas, com intercalaçães de meta-tufos grafitosos nos metassedimentos e meta-andesitos (Coelho e Freitas-Silva, 1998 apud Dardenne & Schobbenhaus, 2003; GITEW/SUMEN-CVRD, 1988). O ouro é encontrado em estado livre no quartzo e nos sulfetos, sendo o principal controle das mineralizações auríferas a geometria tabular dos veios de quartzo que hospedam os corpos mineralizados, os quais preenchem os espaços abertos ao longo das zonas de cisalhamento de segunda ordem (Dardenne & Schobbenhaus, 2003).

O distrito possui reservas estimadas, até 100m de profundidade, em 12,5 toneladas de ouro, que foram lavradas a céu aberto de 1990 até o início de 1998.

Distrito aurífero de Jacobina, Bahia

O distrito aurífero de Jacobina está situado na região noroeste do Estado da Bahia, no município do mesmo nome. O povoamento da região de Jacobina, que deu origem a cidade, teve início ainda no século XVII, estando ligado a descoberta de ouro. As mineralizações estão associadas à Formação Serra do Córrego do Grupo Jacobina. A denominação Grupo Jacobina refere-se a uma sequência de metassedimentos clásticos, conglomerados, quartzitos e pelitos, que ocorrem na Serra da Jacobina, sobreposta a um embasamento granito-gnáissico, tido como Arqueano, e é intrudida por sills e diques de rochas máficas. Esta sequência foi dividida em três formações, da base para o topo: Formação Serra do Córrego, Formação Rio do Ouro e Formação Cruz das Almas (Dardenne & Schobbenhaus, 2003; Molinari & Scarpelli, 1988). Os níveis conglomeráticos da Formação Serra do Córrego hospedam mineralizações de ouro, urânio e pirita, sendo considerado como um depósito de placer análogo ao Witwatersrand, na África do Sul. Os horizontes conglomeráticos são constituídos, principalmente, por seixos arredondados de quartzo, em matriz arenosa contendo pirita, ouro, sericita e fucsita, entre outros minerais; sendo os horizontes mais favoráveis para a concentração do ouro aqueles que apresentam seixos médios e pequenos, bom empacotamento, assim como elevado grau de esfericidade e arredondamento (Dardenne & Schobbenhaus, 2003; Molinari & Scarpelli, 1988).

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