RELATÓRIO DE VIAGEM – MILHO EM SISTEMAS AGROECOLÓGICOS  

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Agroecologia

RELATÓRIO DE VIAGEM – MILHO EM SISTEMAS AGROECOLÓGICOS

 

Rio Verde – GO

2018

Nas décadas de 60 e 70, houve a chamada “Revolução Verde” onde a agricultura mundial foi impulsionada consideravelmente, com o auxílio de práticas de mecanização, correção e fertilização do solo, além da utilização progressiva de defensivos químicos contra pragas e doenças. Apesar da elevação de produção significativa, efeitos negativos começaram a ser verificados já na década de 70, como erosão e contaminação de solos e mananciais, bem como a contaminação de trabalhadores rurais. A partir daí, práticas agrícolas ambientalmente menos agressivas vêm sendo adotadas, principalmente pela recente demanda elevada de alimentos saudáveis, com qualidade ecológica e livres de agrotóxicos. Surgem, assim, sistemas alternativos de produção alimentar harmônica com o homem e o ambiente.

Sob tal perspectiva, a agricultura orgânica e a agroecologica mostram-se como alternativas para alcançar o equilíbrio desejado. Segundo Brasil (2003), sistema orgânico de produção agropecuária é todo aquele em que se adotam técnicas específicas, mediante a otimização do uso dos recursos naturais e socioeconômicos disponíveis e o respeito à integridade cultural das comunidades rurais, tendo por objetivo à sustentabilidade econômica e ecológica, a maximização dos benefícios sociais, a minimização da dependência de energia não renovável, empregando, sempre que possível métodos culturais, biológicos e mecânicos, em contraposição ao uso de materiais sintéticos, a eliminação do uso de organismos geneticamente modificados e radiações ionizantes, em qualquer fase do processo de produção, processamento, armazenamento, distribuição e comercialização, e a proteção do meio ambiente. A Agroecologia entra para auxiliar na implementação de cultivos orgânicos, apresentando uma série de princípios e métodos para analisar, dirigir e desenhar sistemas de produção de base sustentável, integrando conhecimentos técnico-científicos aos populares.

Na agricultura orgânica, a importância da matéria orgânica nos processos produtivos é ressaltada, assim como a compreensão e conscientização do solo como não sendo apenas um suporte para o estabelecimento das plantas, mas sim como um “ser vivo” onde ocorre processos dinâmicos vitais à saúde e sobrevivência das espécies vegetais. É preciso observar que um sistema orgânico de produção não é obtido somente na troca de insumos químicos por insumos orgânicos, biológicos ou ecológicos. Requer o comprometimento do setor produtivo com o sentido holístico da produção agrícola, onde o uso eficiente dos recursos naturais não renováveis, a manutenção da biodiversidade, a proteção do meio ambiente, o desenvolvimento econômico, bem como, a qualidade da vida do homem estejam igualmente contemplados.

Com base na contextualização, visitamos um projeto apoiado nas bases agroecológicas no município de Catalão que tinha como objetivo a produção e cultivo de sementes crioulas para suprir a necessidade da comunidade, o projeto é realizado através de uma parceria do MCP (Movimento Camponês Popular) e da Embrapa Cerrados.

 Como explanado pelo palestrante D. Sc. Altair Toledo Machado hoje o milho é uma grande cultura cultivada no mundo e sua exploração comercial em larga escala traz problemas à agricultura sustentável. Devido à grande demanda o sistema de produção acaba por degradar o meio ambiente, além do fato de seus insumos serem inacessíveis a pequenos produtores, uma vez que estes não possuem recursos para obter as tecnologias do cultivo convencional. O trabalho realizado por eles se baseia no manejo da diversidade genética no milho para que se retome a sua variabilidade, recuperando assim plantas adaptadas e produtivas, cultivadas em sistemas agroecológicos que tem sua base bem estruturada para o melhor rendimento.