Revolução Verde
Por: Fa_biano18 • 10/5/2015 • Dissertação • 3.771 Palavras (16 Páginas) • 836 Visualizações
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FABIANO FRANÇA DA SILVA
REVOLUÇÃO VERDE
LAVRAS - MG
2015
FABIANO FRANÇA DA SILVA
REVOLUÇÃO VERDE
Trabalho apresentado à Universidade Federal de Lavras, ao curso de Agronomia, como requisito parcial para obtenção de aprovação na disciplina de Zootecnia Geral.
Professor
Álvaro João Lacerda de Almeida
LAVRAS - MG
2015
SUMÁRIO
- INTRODUÇÃO4
- REVOLUÇÃO VERDE5
- Norman E. Borlaug: o pai da Revolução Verde5
- Processo de modernização do setor agropecuário: fusão de tecnologias agrícolas x aumento na produção de alimentos5
- O lado controverso da Revolução Verde6
- Revolução Verde nos campos do Brasil7
- Um planeta sustentável8
- A participação da ESAL-UFLA no processo 9
CONSIDERAÇÕES FINAIS11
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS12
- INTRODUÇÃO
No conceito mais simples, a Revolução Verde se baseia em um conjunto de inovações tecnológicas voltadas ao alcance de maior produtividade e especialização agrícola, justificando o discurso de reduzir o problema da fome no mundo. Em virtude disso, é necessário o desenvolvimento de pesquisas em sementes, fertilização de solos, utilização intensiva de agrotóxicos, irrigação, mecanização agrícola e em contrapartida a redução da mão de obra.
A Revolução Verde é o marco das principais transformações ocorridas na agricultura mundial, com o seu limiar antes mesmo do fim da Segunda Guerra Mundial (1950), alcançando não somente os países desenvolvidos e industrializados mas também alguns países subdesenvolvidos. Por volta de 1970 esse pacote tecnológico ganhou intensificação, quando países em desenvolvimento alcançaram uma expressiva melhora em sua produtividade agrícola. O grupo Rockefeller e a Ford, ambas instituições privadas, financiaram a revolução verde, e expandiram seu mercado consumidor com as vendas de pacotes de insumos agrícolas, principalmente para países a Índia, Brasil e México.
Norman Ernest Borlaug contribuiu expressivamente para o pacote tecnológico. Criou linhagens de trigo resistente a doenças por meio do melhoramento designado, permitindo amparar o problema da fome no México, anos depois na índia e Paquistão, além de ter seus métodos de melhoramento adaptados para o arroz na China e também para o milho e sorgo na África. Suas contribuições no combate a fome fizeram com que fosse reconhecido como o Pai da Revolução Verde, e mérito do Prêmio Nobel da Paz em 1970.
Apesar do objetivo inicial de aumentar a produção agrícola para combater a fome no mundo, esse modelo produtivo passou no entanto a ser contestado, ao passo que apresentava limites de crescimento a partir da década de 80, com a redução do ritmo de inovações, aumento significativo com Pesquisa e Desenvolvimento e a constatação de impactos ambientais advindos das tecnologias utilizadas.
O objetivo deste trabalho é abordar e analisar, inicialmente, alguns aspectos inerentes a Revolução Verde: o processo de modernização da agricultura; a fusão de tecnologias agrícolas que permitiram aumento na produção de alimentos; a revolução verde como mecanismos para eliminar a fome no mundo, suas vantagens e desvantagens. Em seguida, analisam-se algumas especificidades da agricultura brasileira com relação a adoção do pacote tecnológico em questão: a revolução verde na agricultura brasileira; um planeta sustentável; depois do agronegócio, qual a participação da ESAL-UFLA no processo.
- REVOLUÇÃO VERDE
2.1 Norman E. Borlaug: o pai da Revolução Verde
A Revolução Verde, desencadeada entre as décadas de 60 e 70, expandiu o uso da tecnologia no campo, baseando-se na utilização de agroquímicos e mecanização agrícola, combinados com a genética Mendeliana para promover cultivares híbridas, em favor da maior produção e exportação de produtos comerciais. No entanto, suas bases epistemológicas são reflexos dos trabalhos de Norman Ernest Borlaug, Diretor do Centro Internacional de Melhoramento de Milho e Trigo (1943) no México.
Norman Ernest Borlaug (ganhador do prêmio Nobel da Paz em 1970), ficou conhecido como o “pai da Revolução Verde”, foi o precursor na implantação dessa nova tecnologia de produção (HENRIQUES, 2009). Financiado pela Fundação Rockefeller e o Ministério da Agricultura do México, em 1943, obteve variedades de trigo de alto rendimento, as quais foram estabelecidas locais onde a altitude e as diferenças de temperatura permitiriam uma segunda estação agrícola. Como resultado obteve variedades de ciclo mais curto, de menor porte, aptas para diferentes climas e solos, mais produtivas que a convencional, além de variedades resistentes a doença da ferrugem do caule (GOODMAN e REDCLIFT, 1991).
A tecnologia empregada no Trigo, alcançada por Borlaug, fez com que o México, em 1956, alavancasse em níveis revolucionários sua produtividade, tornando-se assim autossuficiente. Em virtude disso, em 1960, quando a índia e o Paquistão enfrentavam a maior crise de fome e miséria no período pós Segunda Guerra, Borlaug convenceu e obteve de ambos os governos a aprovação para testar em as variedades de Trigo de Alto rendimento. Em consequência, os resultados superaram as expectativas, e então, oito anos adiante o Paquistão se tornaria autossuficiente na produção de trigo, seguido da índia, dois anos mais tarde (VIETMEYER, 2011).
É importante ressaltar que o trabalho de Borlaug com o trigo levou o pesquisador a levar a tecnologia para o desenvolvimento de novas cultivares de arroz na China, com porte reduzido e altamente produtivas, e na África inovando as culturas de milho e sorgo, em termos de rendimento e produtividade.
- Processo de modernização do setor agropecuário: fusão de tecnologias agrícolas x aumento na produção de alimentos
A partir do século XVIII, com a implantação do setor industrial destinado à produção de máquinas e implementos agrícolas, a agricultura se inovou, e passou a apoiar-se em pesquisa, extensão e crédito subsidiado, visando um caráter produtivista. (DAL SOGLIO, 2009; LIBERATO, 2014). Assim, a chegada de maquinários e pacotes tecnológicos permitiu um avanço significativo a agropecuária, possibilitando intensificar o uso da terra e obter ganhos significativos na produção agrícola, reduzindo a escassez de alimentos (EHLERS, 1996).
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