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TRANSIÇÃO AGROECOLÓGICA COM HORTICULTORES: RELATO DE EXPERIÊNCIA NO MUNICÍPIO DE MACAPÁ-AP

Por:   •  21/7/2016  •  Relatório de pesquisa  •  1.722 Palavras (7 Páginas)  •  461 Visualizações

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 TRANSIÇÃO AGROECOLÓGICA COM HORTICULTORES: RELATO DE EXPERIÊNCIA NO MUNICÍPIO DE MACAPÁ-AP

 MIRANDA, Marcelo N.¹; PEROTE; James R. S.¹; BRUFATTI, Elielma S. P.¹; DIAS, Erivani L.¹; COSTA, Janayna S. de S. ²

¹Instituto de Desenvolvimento Rural do Amapá- Rurap, gtcmacapa@gmail.com; 2 Universidade Federal do Amapá- Unifap, naynareis@yahoo.com.br 

INTRODUÇÃO

O Estado do Amapá localiza-se no extremo Norte do Brasil, possui 142.828 km² de extensão territorial, dezesseis municípios e uma população de 750.912 habitantes (IBGE, 2015). O Amapá é o Estado mais preservado do país, com mais de 72% de seu território destinado à conservação. São dezenove unidades de conservação e cinco terras indígenas, formando o corredor da Biodiversidade do Amapá, que ocupam uma área de mais de nove milhões de hectares. A população amapaense está concentrada nas áreas urbanas: 89,77%, sendo que 74,2% da população do Estado está concentrada em apenas duas cidades: a capital Macapá (59,49%) e Santana, distante 16 km da capital (14,72%). O setor terciário é o setor de maior participação no PIB do Estado (86,8%). Ainda não há uma verdadeira economia industrial no Estado, de forma que o setor secundário ainda está em desenvolvimento representando apenas 10% do PIB do Amapá. O setor primário é o de menor participação na economia, representando apenas 3,2% do PIB (IBGE, 2013).

O cinturão verde do município de Macapá é onde se concentra a produção de hortaliças, que é composta pelas seguintes comunidades: Polo Hortifrutigranjeiro de Macapá, Mini-Polo da Fazendinha, Polo Agrícola do km 09, Curralinho e Vila do Trem. Nessa região há aproximadamente 511 horticultores produzindo numa área de quase 252 hectares. Esses horticultores, em sua maioria, praticam uma agricultura convencional com altos índices de aplicação de defensivos agrícolas, grandes concentrações de adubos e fertilizantes químicos, e utilização de práticas não conservacionistas do solo. Além disso, possuem uma produção reduzida devido a fatores condicionados às condições climáticas da região que são caracterizadas por elevadas temperaturas que favorecem o desenvolvimento de doenças durante o ano todo.

Em 2008, foi firmada uma parceria entre as seguintes instituições: Serviço Brasileiro de Apoio à Pequena e Média Empresa (SEBRAE-AP), Instituto de Desenvolvimento Rural do Amapá (RURAP), Secretária de Desenvolvimento Rural do Amapá (SDR), Agência de Desenvolvimento do Amapá (ADAP), Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária do Amapá (EMBRAPA-AP), Banco do Brasil (Superintendência Regional), Banco da Amazônia (BASA), Associação dos Produtores do Pólo Hortigranjeiro de Macapá (ASSOPOLO), Associação dos Horticultores do Km-09 e Curralinho (AGROVERDE), e Comunidades do Coração e Infraero, para a execução do Projeto Horticultura na região urbana do Amapá, que por sua vez tinha por finalidade “ampliar a comercialização dos olericultores localizados nos municípios de Macapá e Tartarugalzinho, no mercado da região urbana do Amapá (Macapá e Santana)”. No entanto somente em 2011 o órgão público estadual responsável pelos serviços de extensão rural e assistência técnica, RURAP, através da sede local de Macapá, estabeleceu uma equipe técnica para executar as ações do Projeto Horticultura na região urbana do Amapá, para prestar os serviços de assistência técnica e extensão rural para o público pertencente ao cinturão verde de Macapá (Comunidades: Vila do Trem, Curralinho, Polo Hortifrutigranjeiro, Mini Polo da fazendinha e Polo Agrícola do Km-09).

No período de 2009 foi realizado um estudo com a finalidade de subsidiar um Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) apresentado à Coordenação do Curso de Ciências Biológicas da Universidade Federal do Amapá (UNIFAP) como requisito para a obtenção do Título de Bacharel em Ciências Biológicas, sob orientação da Prof. Msc. Cristiane Rodrigues Menezes, do graduando Marcelo Neves Miranda, que por sua vez é servidor do Instituto de Desenvolvimento Rural do Amapá (RURAP), lotado no escritório da Sede Local de Macapá. O referido projeto de pesquisa possuía como titulo “Adoção de práticas de agricultura de base ecológica no polo agrícola da fazendinha, Macapá, Amapá” e tinha como objetivo avaliar a eficácia das metodologias utilizadas no repasse de técnicas alternativas de agricultura ecológica nas comunidades Pólo e Mini Pólo da Fazendinha (MIRANDA, 2010).

Diante desse contexto este trabalho tem como objetivo sistematizar a experiência adquirida pela equipe do RURAP através dos trabalhos de campo realizados no cinturão verde do município de Macapá-AP, com a finalidade de avaliar o conhecimento dos horticultores do cinturão verde sobre práticas agroecológicas e se estão aplicando esses conhecimentos em seus modos e/ou sistemas de produção.

DESCRIÇÃO DA EXPERIÊNCIA

A experiência aqui relatada e sistematizada foi realizada pela equipe técnica do RURAP como uma contrapartida no “Projeto Horticultura na região urbana do Amapá”, providenciou-se um levantamento cadastral e atualização dos dados cadastrais dos horticultores pertencentes ao cinturão verde de Macapá. E paralelamente a equipe foi executando visitas técnicas de campo para conhecer a realidade local desses horticultores, e realizou demonstrações de métodos referentes aos seguintes temas: produção de composto orgânico, produção de E.M. (micro-organismos eficazes), produção de bockashy sólido, utilização de nitrogênio e aminoácidos naturais de peixe, defensivos e repelentes naturais, tratamento solar de solos e tratamento de mudas de cebolinha.

 No desenvolver de suas ações de ATER a equipe tomou a decisão de realizar um diagnóstico de avaliação do processo de transição agroecológico dos horticultores do cinturão verde, através de um questionário com perguntas semi-estruturadas com o objetivo de avaliar o conhecimento dos horticultores sobre práticas agroecológicas e se estão aplicando esses conhecimentos em seus modos e/ou sistemas de produção, visando à transição de uma agricultura convencional para uma mais sustentável. Vale ressaltar que o questionário foi aplicado com horticultores que participaram das ações do projeto de pesquisa “Adoção de práticas de agricultura de base ecológica no polo agrícola da fazendinha, Macapá, Amapá” que subsidiou o TCC do servidor Marcelo Neves Miranda, na época graduando do curso de biologia da UNIFAP, sendo que o projeto previa ações como: oficinas educativas de práticas agroecológicas como compostos orgânicos, defensivos alternativos, biofertilizantes líquidos (SUPER MAGRO), além de atividades com enfoque na educação ambiental, tais como palestra sobre educação ambiental, apresentação de filmes com debates e implantação de unidades didáticas de compostagem.

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