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A PROSTITUIÇÃO DO COACHING NO BRASIL

Por:   •  23/10/2018  •  Artigo  •  3.915 Palavras (16 Páginas)  •  306 Visualizações

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A PROSTITUIÇÃO DO COACHING NO BRASIL

ECHER, André (Orientando); NOLASCO, Luana Alves (Orientanda); BARRETO, Nadja Sthephanie Rocha Lima Freire (Orientanda); BRESSANINI, Talles Gomes (Orientando); QUADROS, Patrícia Vitória Prates (Orientadora.)

Andreecher29@hotmail.com; nolascoluana95@gmail.com; tuche10@hotmail.com; tallespk@gmail.com; patriciaquadros@fainor.com.br.

Resumo

O Coaching é uma relação de assessoramento entre o profissional, Coach, e o cliente, Coachee, que visa o crescimento pessoal por meio de metas e objetivos. Exige uma metodologia sistemática para que seja determinante no desenvolvimento do plano de ação e obtenção completa do sucesso esperado. Adquiriu bastante popularidade no meio executivo, o que causou sua expansão mundo afora. Observando essa técnica no cenário atual, levantamos o questionamento sobre como vem sendo empregada no Brasil, efetuando análise e diagnóstico. O método utilizado por nós foi revisão bibliográfica, explorando artigos, dissertações, entrevistas, monografias. Ao final da investigação concluímos que o Coaching, uma vez eficaz e garantia de sucesso, se encontra vítima de um modismo com uma prostituição de conceitos, sofrendo desgaste na credibilidade da técnica devido a propagação não-regulamentada de cursos compactos que não capacitam adequadamente o aluno, o que cria brecha para a adição de conceitos e objetivos que não correspondem à técnica original.

Palavras-chave: Coaching, prostituição de conceitos, cenário atual, análise.  

ABSTRACT

Coaching is an advisory relationship between the professional, Coach, and the client, Coachee, that aims at personal growth through goals and objectives. It requires a systematic methodology to be decisive in the development of the action plan and complete achievement of the expected success. It acquired much popularity in the executive branch, which caused its expansion worldwide. Observing this technique in the current scenario, we raise the question about how it has been used in Brazil, carrying out analysis and diagnosis. The method used by us was a bibliographical review, exploring articles, dissertations, interviews, monographs. At the end of the investigation we concluded that coaching, once effective and guaranteed success, has undergone a prostitution of concepts, undermining the credibility of the technique due to the unregulated propagation of compact courses that do not adequately equip the student, which creates a gap for the addition of concepts and objectives that do not correspond to the original technique.

Keywords: Coaching, prostitution of concepts, current scenario, analysis.

INTRODUÇÃO

Com a chegada da modernidade, iniciou-se uma era onde técnicas e modelos antigos passaram a não apresentar os resultados esperados, um cenário econômico em constante mudança traz à tona uma palavra chave que é: inovação. Como um tipo de aprimoramento, pessoas, especialmente gestores são forçados a se reinventar para se manterem no mercado, embora muitas vezes não saibam como fazê-lo. Nesse cenário surge o Coaching, técnica oriunda de pesquisas em Harvard na década de 90, visando especificamente o desenvolvimento do indivíduo para torná-lo apto a atingir seu objetivo.

Seu sucesso fez com que se propagasse mundo afora. Entretanto, seus cursos preparatórios, caros e de longa duração, em pouco tempo de existência aliada a rápida divulgação dos seus bons resultados, lentamente abriram espaço para cursos cada mais acessíveis e de menor duração, o que levanta a suspeita sobre a veracidade de tais cursos e do próprio Coaching em si, visto que cursos e profissionais que declaram trabalhar com esta ferramenta muitas vezes se contradizem, o que levanta uma descrença sobre o que de fato é esta técnica tão propagada.

Aliando a isto, ainda existe o fato de utilizarem o Coaching como empreendedorismo, fazendo com que seja mais um modo de ganhar dinheiro, prostituindo de forma grotesca a técnica em cursos cada vez com menor duração, onde é visível o despreparo do suposto Coach para ensinar os “alunos” a empreender.

Pensando pelo lado de fora deste modismo generalizado, este artigo tem por finalidade expor a situação do Coaching no cenário atual brasileiro, extremamente maculado por oportunistas e profissionais mal treinados que propagam ainda mais erros numa escala preocupante.

INÍCIO DO COACHING

A palavra Coaching foi utilizada pela primeira vez para designar uma “carruagem de quatro rodas”. A relação existente é a de que o Coaching leva alguém a algum lugar. Este processo é focado na liberação do potencial da pessoa (chamado de Coachee), de modo que maximize seu desempenho tanto na vida pessoal como na profissional.

No século XVIII os nobres universitários da Inglaterra iam para suas aulas, em suas carruagens, conduzidos por cocheiros – Coachs. Por volta de 1830, o termo Coach passa a ser utilizado na Universidade de Oxford como gíria de “tutor particular”, aquele que “carrega”, “conduz” e “prepara” os estudantes para seus exames. Sendo assim, o termo Coaching refere-se ao processo em si, o Coach àquele que conduz, e o Coachee à pessoa conduzida na direção do objetivo que deseja alcançar. [1]

Por volta de 1990, houve uma crise econômica nos EUA, principalmente na área automobilística, onde várias empresas de renome estavam passando por dificuldades financeiras, e a bolsa de valores também estava em crise. Portanto, com um estudo feito na Universidade de Harvard, criou-se uma pesquisa pré-definida com o intuito de auxílio a estas empresas a enxergar o melhor caminho para a saída da crise atual. O resultado desta técnica foi em média de 92,5% de sucesso com melhoras substanciais de 76,5% nos lucros, onde os 7,5% que não obtiveram resultado de excelência, foi decorrente a falta de adequação ao sistema aplicado, por resistência a mudanças da cultura organizacional, e também a limitações estruturais no âmbito empresarial.

Após esta técnica aplicada, foi evidente que poderia ser utilizada em todas as áreas, paralelos ao âmbito empresarial, profissional ou pessoal, por meio de uma investigação profunda do indivíduo para que neste aflore as respostas que busca. [2]

           Em meados de 2002, num Congresso de Medicina foi conhecido pela primeira vez a técnica americana. Se apresentando como “Milagre da Administração”, foi perpassada para que este conhecimento e técnica evitasse a falência e trouxesse melhorias inimagináveis. [3]. Isto fez com que surgissem vários cursos de 9 a 24 meses para habilitar pessoas a usar este recurso.

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