ANÁLISE DA APLICAÇÃO DO STEEL FRAME NO BRASIL

ANÁLISE DA APLICAÇÃO DO STEEL FRAME NO BRASIL

1. Introdução

O Steel Frame é um sistema construtivo pré-fabricado que utiliza o aço galvanizado ou aço galvalume em sua estrutura principal. Desenvolvido e utilizado principalmente nos países de primeiro mundo como Estados Unidos, Canadá, Japão e países da Europa, ele vem ganhando cada vez mais espaço no mercado brasileiro, inicialmente utilizado em construções comerciais e agora nas construções residenciais (INSTITUTO DE ENGENHARIA, 2015).

Segundo Rodrigues (2006), a história do Frame inicia-se entre 1810, quando nos Estados Unidos começou a conquista do território, e 1860, quando a migração chegou à costa do Oceano Pacífico. Naqueles anos, a população americana se multiplicou por 10 e para solucionar a demanda por habitações, recorreu-se a utilização dos materiais disponíveis no local (madeira), utilizando os conceitos de praticidade, velocidade e produtividade originados na Revolução Industrial.

Por volta da metade do século XX, quando a exploração de florestas mais antigas foi vedada para a indústria madeireira, a indústria de aço se desenvolve para suprir o déficit habitacional. As empresas metalúrgicas haviam obtido grande experiência na utilização do metal devido ao esforço da guerra, mas foi só com a tecnologia dos aços galvanizados que começa gradualmente a substituição da madeira, disponibilizando ao mercado aços com menores espessuras e maior resistência à corrosão (STEEL FRAME BRASIL, 2018).

        No Brasil, o Steel Frame começou a surgir por volta de 1998, e hoje é um dos métodos de construção seca mais utilizada no país. Utiliza perfis de aço galvanizado combinados com painéis de cimento, placas de gesso acartonado, entre outros materiais. É um método rápido, seguro e dinâmico, resistente ao fogo e com excelente desempenho térmico e acústico, pois suas paredes possuem capacidade estrutural e possibilita também a construção de lajes secas (INSTITUTO DE ENGENHARIA, 2015).

Já podemos ver o Steel Frame sendo empregado em obras comerciais, escolas, hospitais, edifícios de até 4 pavimentos, galpões, armazéns, restaurantes, hotéis e coberturas (CAMPOS, 2013).

Enquanto em países desenvolvidos existem construções com mais de 100 anos com aço galvanizado, no Brasil essa tecnologia ainda é pouco explorada. Com a promessa de ser uma tecnologia limpa e seca que utiliza peças pré-fabricadas, pode melhorar o tempo de construção e diminuir o consumo de insumos. Apesar de utilizar pouca mão de obra qualificada, pode ter uma montagem mais simples do que a produção de estruturas de concreto armado.

Portanto, objetiva-se por meio deste trabalho analisar as vantagens ecológicas e de utilização do Steel Frame, bem como apresentar os processos de emprego do mesmo. Pretende-se ainda compará-lo a alvenaria estrutural em relação a tempo de construção, geração de resíduos, durabilidade e demanda de mão-de-obra qualificada para cada um dos casos.

1. Referencial Teórico

Nos países desenvolvidos, o Steel Frame começou a ser mais utilizado no período pós-guerra. Hass e Martins (2011, p. 17) afirmam:

Com o fim da Segunda Guerra Mundial, o aço era um material abundante e as empresas metalúrgicas haviam obtido grande experiência na utilização do metal devido ao esforço da guerra. Primeiro o aço foi utilizado em divisórias em edifícios com estruturas de ferro, o aço que é mais leve usado nessas divisórias passou a substituir a estrutura inteira das moradias. Em 1991, a madeira usada na construção subiu 80% em quatro meses o que levou muitos construtores a passar a usar o aço imediatamente.

De acordo com Campos (2013), o Steel Frame é bastante utilizado na Europa e em países como Estados Unidos, Nova Zelândia, Austrália, Japão, dentre outros. Ainda segundo ele, a tecnologia chegou ao Brasil na década de 90, quando foram construídas residências. A partir disso, o mercado brasileiro proporciona cada vez mais espaço para o Steel Frame e o resultado disso são construções além de residências, como por exemplo, escolas, hospitais, armazéns, galpões, comércios, restaurantes, hotéis e edifícios de até quatro pavimentos.

Porém, no mercado brasileiro da construção civil ainda predomina a alvenaria estrutural.

No Brasil, a construção civil ainda é predominantemente artesanal caracterizada pela baixa produtividade e principalmente pelo grande desperdício de materiais. [...] Apesar de o Brasil ser um dos maiores produtores mundiais de aço, o emprego deste material em edificações tem sido pequeno se comparado com o potencial de industrial brasileiro (HASS; MARTINS, 2011, p. 9).

Segundo Campos (2013), no Brasil existem iniciativas de empresas privadas, universidades, associações, construtoras e profissionais de engenharia e arquitetura para garantir que o Steel Frame tenha uma maior projeção no mercado brasileiro sendo encontradas em diversas construções espalhadas em todo território nacional.

O Steel Frame é um sistema construtivo estruturado em perfis de aço galvanizado formado a frio, projetados para suportar às cargas da edificação e trabalhar em conjunto com outros subsistemas industrializados, de forma a garantir os requisitos de funcionamento da edificação, conforme figura 1. É um sistema construtivo aberto, que permite a utilização de diversos materiais. Sendo flexível, não apresenta grandes restrições aos projetos, racionalizando e otimizando a utilização dos recursos e o gerenciamento das perdas. É customizável, permitindo total controle dos gastos já na fase de projeto, além de ser durável e reciclável. Apresenta ótima resistência à incêndio, pois é revestido por placas de gesso acartonado, material com elevada resistência ao fogo (CAMPOS, 2013).

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Figura 1 – Construção em Steel Frame

Fonte: SULMODULOS, s/d

Neste sistema construtivo o aço é o principal material para superestrutura, que é constituída de metal galvanizado, onde galvanização é o processo de revestimento com uma liga de Zinco para proporcionar ao produto maior resistência a oxidação (FUTURENG, S/D).

A utilização do aço galvanizado ZAR230, zincado de alta resistência, com 230 MPa, com 180g/m² de liga de zinco para ambientes não marinhos e com 275 g/m² de liga de zinco para ambientes marinhos, garante um ótimo desempenho contra corrosão.