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ANÁLISE DA QUALIDADE MICROBIOLÓGICA DE VEGETAIS FOLHOSOS PROVENIENTES DE AGRICULTURA FAMILIAR

Por:   •  21/5/2016  •  Artigo  •  3.256 Palavras (14 Páginas)  •  339 Visualizações

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ANÁLISE DA QUALIDADE MICROBIOLÓGICA DE VEGETAIS FOLHOSOS PROVENIENTES DE AGRICULTURA FAMILIAR

        

Danielle Hiromi Nakagawa(1); Kátia Valéria Marques Cardoso Prates(2); Luís Fernando Firmino Demetrio (3); Michel Iuri Caetano(4); Luciana Furlaneto-Maia(5) 

(1)Mestranda; Programa de Pós Graduação de Engenharia Ambiental;Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) – Câmpus Londrina; Avenida dos Pioneiros n. 3131, Londrina-PR; daninakagawa@gmail.com; (2)Docente; Departamento de Engenharia Ambiental; UTFPR – Câmpus Londrina; kprates@utfpr.edu.br (3)Graduando; Curso de Engenharia Ambiental; UTFPR – Câmpus Londrina; luis_ffd@hotmail.com; (4)Graduado; Curso de Engenharia Ambiental; UTFPR – Câmpus Londrina; mmic_iuri@hotmail.com  (5)Docente; Departamento de Tecnologia em Alimentos; UTFPR – Câmpus Londrina; lucianamaia@utfpr.edu.br  

RESUMO – A agricultura familiar representa a imensa maioria de produtores rurais no Brasil sendo de extrema importância para a alimentação da população. Os vegetais folhosos são um dos alimentos cultivados pelos agricultores familiares e vem se destacando por apresentar benefícios nutricionais e por estar relacionado à alimentação de qualidade. Estes alimentos podem se destacar como veículos de contaminação, já que na maioria dos casos, são consumidos crus. Devido ao risco de contaminação de produtos agrícolas pelas práticas inadequadas e visando a necessidade de orientar os agricultores quanto a estes riscos, o presente trabalho teve por objetivo verificar a presença das bactérias do grupo coliformes totais (CT), termotolerantes (CTT), Escherichia coli e Salmonella sp. em amostras de vegetais folhosos produzidos por agricultores familiares e comercializados em feiras livres do produtor da cidade de Londrina-PR. Também foi avaliado a capacidade de formação de biofilmes em superfície de alface pelas cepas de E. coli e Salmonella sp. isoladas dos vegetais folhosos. Os resultados revelaram que 32 % das amostras estavam acima do valor máximo estabelecido pela ANVISA em relação a coliformes termotolerantes. Foi detectado a presença de Salmonella sp. em 29% das amostras. Com relação a formação de biofilme em alface, 65% das cepas isoladas de E. coli e 30% das de Salmonella sp. apresentaram capacidade de formação de biofilme. Pelos resultados conclui-se que é importante desenvolver um trabalho de orientação aos agricultores a respeito das formas de cultivo e cuidados no manuseio desses alimentos.

Palavras-chave: Vegetais folhosos. Biofilme. Agricultura familiar. Coliformes.

Introdução

O consumo de hortaliças vem sendo cada vez mais incentivado, devido a busca de uma alimentação de qualidade, aos benefícios nutricionais destes alimentos e da conscientização das pessoas em relação ao bem estar físico. Porém com a crescente procura por estes alimentos cresce também a preocupação com a qualidade apresentada pelos mesmos, principalmente no que tange a questão microbiológica.

A produção destes tipos de hortaliças pode ser cultivada por pequenos a médios agricultores, conhecidos como agricultores familiares. A agricultura familiar representa a imensa maioria de produtores rurais no Brasil, sendo que a participação da atividade deste segmento nos empregos agícolas é de 77% (INSTITUTO INTERAMERICANO DE COOPERAÇÃO PARA A AGRICULTURA – IICA, 2014). Em geral, são agricultores com baixo nível de escolaridade e diversificam os produtos cultivados para diluir custos, aumentar a renda e aproveitar as oportunidades de disponibilidade de mão de obra, utilizando predominantemente mão de obra da própria família.

Com o intuito de adubar os solos, muitas vezes é utilizado o esterco animal, podendo este conter micro-organimos potencialmente patogênicos, e também, a contaminação das hortaliças pode ocorrer por contaminação do solo com material fecal por animais domésticos/silvestres presentes no local, uso de água inadequada para irrigação e manuseio incorreto nos meios de produção (FERREIRA, 2009).

A qualidade microbiológica dos alimentos pode ser realizada avaliando a presença micro-organismos indicadores. Dentre vários gêneros e espécies de micro-organismos, os coliformes termotolerantes passaram a ser denominados indicadores da presença de agentes patogênicos por aparecerem em grande quantidade nas fezes humanas e de animais de sangue quente. Diferentemente dos coliformes totais e termotolerantes, E. coli é a única que dá a garantia de contaminação exclusivamente fecal (VON SPERLING, 2005). Outro gênero a ser considerado é o da Salmonella sp., por ser um patógeno importante como indicador de contaminação fecal, causador de doenças vinculadas por alimentos sendo um dos principais agentes de doenças gastrointestinais (TORTORA; FUNKE; CASE, 2005).

Outro fato que deve ser observado é a capacidade de alguns micro-organimos formarem biofilme (PASTERMAK, 2009). O biofilme pode ser definido como uma comunidade de micro-organismos aderidos a uma superfície, produzindo polímeros extracelulares e interagindo uns com os outros, desta forma estão fortemente aderidos a uma superfície por meio de filamentos de natureza protéica ou polissacarídica (ROSSI; PORTO, 2009).

Devido ao risco de contaminação de produtos agrícolas pelas práticas inadequadas e visando a necessidade de orientar os agricultores quanto a estes riscos, o presente trabalho teve por objetivo avaliar a presença de bactérias do grupo coliformes totais (CT), termotolerantes (CTT), Escherichia coli e Salmonella sp. em vegetais folhosos provenientes de agricultura familiar, assim como avaliar a capacidade de formação de biofilme na superfície folhosa de hortaliças.

Material e Métodos

Avaliação da presença de bactérias

As amostras de vegetais folhosos provenientes de agricultura familiar foram obtidas da feira do produtor da cidade de Londrina-PR. Foram analisadas 38 amostras, sendo estas: 9 agriões, 10 alfaces, 11 almeirões e 8 rúculas.

Os vegetais foram acondicionados em sacos plásticos estéreis e preservados em temperatura inferior a 10ºC e encaminhadas ao laboratório para o início das análises que foram realizadas em no máximo de 24 horas após a sua coleta. As análises microbiológicas foram realizadas no Laboratório de Microbiologia Ambiental da Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Câmpus Londrina.

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