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As Origens da Engenharia: Síntese Histórica

Por:   •  14/9/2021  •  Trabalho acadêmico  •  2.703 Palavras (11 Páginas)  •  143 Visualizações

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As origens da Engenharia:

Síntese histórica

        A evolução da humanidade se processa de forma contínua, caminhando ao sabor da cultura, dos contextos históricos e sociais. Isso acontece basicamente em duas oportunidades:,quando diante de grandes crises - guerras ou catástrofes naturais, por exemplo -, ou quando diversos fatores propícios para tal se conjugam.

Analisando a história, logo percebemos que ela é de fato permeada de significativos desenvolvimentos que marcaram profundamente o destino da humanidade.

Habilidade técnica: um diferencial humano

         É interessante ressaltar, na história da evolução social, a capacidade do ser humano de dar forma a objetos naturais e a empregá-los para determinados fins, como por exemplo, para a fabricação de ferramentas e utensílios domésticos. Essa habilidade tem sido entendida como uma das grandes responsáveis pelo estágio de desenvolvimento que hoje experimentamos. Esse diferencial do ser humano, frente a outros animais, começou a aparecer há bastante tempo. Isso aconteceu durante o Paleolítico - período compreendido entre cerca de 2 milhões e 10 mil anos a.C.

Paleolítico é o termo empregado para designar o período da pedra antiga, ou pedra lascada. Tudo leva a crer que as técnicas primitivas tiveram origem na descoberta da alavanca - quando o homem sentiu que podia mover cargas bem mais pesadas do que as que normalmente movia apenas com os seus próprios braços, no domínio do fogo, conseguido através da fricção de dois pedaços de madeira, fundamentado, provavelmente, na observação do efeito de atrito entre galhos secos balançados pelo vento, no polimento das pedras e no cozimento dos alimentos, surgidos ainda no Período Paleolítico. Isso aconteceu no que se convencionou chamar Período Neolítico - período da pedra polida.

Acredita-se até que, nessa fase, como tudo leva a crer, ferramentas neolíticas - como machadinhas de sílex - foram produzidas em fábricas rudimentares e distribuídas nas cercanias, como teria acontecido, por exemplo, na Grã-Bretanha. Servem como exemplos dessas grandes obras as pirâmides de Gizé - Miquerinos, Quéfren e Quéops -, construídas há aproximadamente 4,5 mil anos. Mesmo sendo construída apenas como um brinquedo ou adorno, a eolípila muito bem representa a preocupação e a curiosidade do ser humano em utilizar os recursos da natureza de forma mais elaborada e também simbólica, o que representa ainda hoje um diferencial humano.

A técnica faz diferença

        Após as idades da pedra lascada e da pedra polida, o homem começou a conhecer, trabalhar e utilizar os metais. O cobre e o estanho foram os primeiros metais trabalhados, tendo sido usados inicialmente para a fabricação de instrumentos de caça e defesa. Esse período histórico é denominado de Idade do Bronze. Essas novas invenções colaboraram para que se promovesse a transformação das antigas sociedades rurais patriarcais em cidades governadas, com regras de convivência política mais elaboradas, com a construção de templos, aquedutos, estradas e palácios.

Enquanto isso, alguns fatos marcantes ocorriam principalmente graças aos egípcios, que começavam a utilizar o papiro para a escrita. Esse fato marcou profundamente a civilização humana. Eles também já canalizavam, nessa época, a água do rio Nilo para irrigação. Ao longo dos séculos, novas invenções e descobertas foram feitas, os conhecimentos foram se avolumando, mas tudo isso acontecia, em essência, apenas por força da experiência prática de vários artesãos, que aperfeiçoaram empiricamente seus produtos ou processos, transmitindo suas técnicas de fabricação para novas gerações.

Ainda nessa fase, as habilidades técnicas eram tidas como presentes dos deuses, ou privilégios de alguns, sendo apenas transmitidas aos escolhidos por eles. Mas o fato era que os povos que detinham o domínio de técnicas mais elaboradas levavam vantagens em confrontos com não-detentores do mesmo grau de desenvolvimento.

Surgimento da Engenharia Moderna

        Desde os primeiros artesãos da pré-história, que cravaram a pedra fundamental da engenharia, muita coisa mudou. Cresceu, e bastante, a sofisticação e a diversidade técnica. Foram criadas também estruturas teóricas que dessem conta de analisar em profundidade praticamente tudo que a técnica pudesse abordar. Aos poucos a engenharia foi se estruturando, fruto fundamental do desenvolvimento da matemática, da explicação dos fenômenos físicos, dos experimentos realizados, da prática de campo, da sistematização de cursos formais. Quando no século 18 se chegou a um conjunto sistemático e ordenado de doutrinas, foi lançada, definitivamente, a semente da nova engenharia. Essa sistematização, podemos dizer, que estabeleceu um marco divisório entre duas engenharias: a engenharia do passado e a engenharia moderna.

A engenharia do passado foi aquela caracterizada pelos grandes esforços do homem no sentido de criar e aperfeiçoar artefatos que aproveitassem os recursos naturais. Durante séculos elas caminharam dissociadas uma da outra, de um lado os filósofos e pensadores, de outro os artesãos. Ainda hoje, apesar de toda tentativa de trabalhá-las como um corpo único, há quem enxergue nelas uma profunda separação. A engenharia moderna é aquela que se caracteriza por uma forte aplicação de conhecimentos científicos à solução de problemas. Ela pode dedicar-se, basicamente, a problemas da mesma espécie que a engenharia do passado se dedicava, porém com uma característica distinta e marcante: a aplicação de conhecimentos científicos. Se antes os artefatos eram construídos com base em determinantes estéticos e operacionais, tomando sempre como referência a experiência pregressa do construtor, agora um projeto teórico baseado em conceitos científicos, em teorias formalmente estudadas e em experiências de laboratório metodologicamente controladas - antecede a construção.

Marcos históricos importantes

        A tecnologia, tal como hoje é entendida, só apareceu há cerca de quatrocentos anos, mas tomou corpo apenas com a Revolução Industrial, quando se notou que tudo o que era construído pelos homens podia ser usado os princípios básicos das ciências.

Um dos precursores dessa era foi Leonardo da Vinci, que reunia, eximiamente, o saber teórico ao prático. Augustin Coulomb estão entre os grandes responsáveis pela sistematização dessa nova fase da humanidade.

Podemos conferir a Galileu Galilei a responsabilidade de ser um dos principais iniciadores da mentalidade científica moderna. Galileu, disposto a pôr à prova alguns ensinamentos de Aristóteles, teria convidado membros da Universidade de Pisa para assistir a uma experiência: a queda livre simultânea de dois corpos de pesos diferentes. Lenda ou realidade, este é o momento símbolo do nascimento oficial do experimentalismo científico.

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