CANAL DIMENSIONAMENTO NA ENGENHARIA

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 Prof. Me. Marcelo Augusto Sales da Silva – [e-mail][pic 11]

1. INTRODUÇÃO

A questão do consumo de água no planeta Terra tem sido amplamente discutida em todas as partes do mundo, sendo que a principal preocupação a esse respeito deve ser com o acesso da população à água potável, condição indispensável para a existência de vida em todos os aspectos.

Quando se compara os indicadores de perdas de água do Brasil com os padrões de países desenvolvidos, observa-se que o sistema de abastecimento ainda apresenta grande distância da fronteira tecnológica em termos de eficiência.

 A média das perdas de faturamento total no Brasil em 2016 foi de 38,53%, 23 p.p. acima da média dos países desenvolvidos, que é de 15%. 12 O quadro é ainda mais preocupante porque a maior parte das empresas não mede as perdas de água de maneira consistente, do modo que, por exemplo, não são divulgados indicadores que reflitam de maneira independente as perdas físicas e comercias. (G. O. Associados, 2018)

Sabendo-se que a escassez de água é assunto de interesse global, a boa gestão dos recursos hídricos deve focar seus estudos em diminuir ao máximo as perdas durante o processo de abastecimento.

Drumond (2014), em seus estudos, apontou que a submedição é o resultado do registro de um consumo de água que aponta índice de aferição inferior ao que efetivamente foi gasto por uma determinada região, num período específico. Isso ocasiona perdas financeiras devido ao volume de água não contabilizado. Sendo assim, a definição do intervalo de tempo para troca de um hidrômetro é um ponto indefinido para muitas companhias de saneamento. Dentro desse contexto, muitas metodologias têm sido desenvolvidas com o intuito de se definir o momento em que haja o payback do medidor e sem que ocorra a elevação dos índices de submedição.

Objetivo Geral;

Nesse estudo serão analisados o índice de desempenho metrológico IDM dos hidrômetros dos grandes consumidores do Distrito Federal, bem como será calculada a faixa de IDM ideal para a substituição do hidrômetro levando em consideração o payback de sua substituição por um novo.

Objetivos Específicos:

1. Definir quem são os grandes consumidores;
2. Coletar dados de medição e faturamento dos grandes consumidores (série histórica);
3. Desenvolver ferramenta que sinaliza o momento em que o hidrômetro apresenta a faixa de substituição;
4. Fazer análises para definir o momento em que haja o payback do medidor e sem que ocorra a elevação dos índices de submedição;
5. Extrapolar as informações, não se limitando ao parque de hidrômetro.
6. Com base nestes argumentos, um dos objetivos com a elaboração do presente trabalho é apontar caminhos que levem à diminuição de perdas, sendo um dos fatores a serem considerados a substituição de hidrômetros.

1. REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 MICROMEDIÇÃO

A micromedição é o conjunto de ações que ao serem consideradas permitem determinar o balanço hídrico e também tomar conhecimento sistemático do volume consumido em um sistema de abastecimento de água, garantindo que a aferição seja a mais precisa possível, que o resultado seja o normal e esperado, dentro de padrões estabelecidos e, ainda, com um sistema tarifário adequado, que a cobrança da tarifa de consumo seja justa e equitativa pelos serviços prestados (LINUS, 1992).

O Programa Nacional de Combate ao Desperdício de Água (PNCDA), do Ministério das cidades, considera a micromedição a medição do consumo realizado no ponto de abastecimento de um usuário, independentemente de sua categoria ou faixa de consumo, com a utilização de hidrômetros, que podem também receber a denominação de micromedidores.

A micromedição é uma atividade essencial ao controle e redução de perdas aparentes, uma vez que, segundo Leão et al (2007) inibe o desperdício, fornece dados importantes sobre os volumes fornecidos aos clientes, realiza a cobrança real do volume consumido, disponibiliza dados para avaliação do comportamento e tendência dos usuários ao longo do tempo e contribui para uma maior disponibilidade de água para ser distribuída para a população.

Os hidrômetros, ou medidores de água, principais equipamentos da micromedição, são instrumentos de medição utilizados para se conhecer os volumes consumidos pela economia a jusante do mesmo, entre duas leituras. Na realidade, apesar de utilizarem princípios de medição de vazão, não se trata de medidores de vazão instantânea, já que dispõem de “dispositivos totalizadores” (INMETRO, 2000c)

A principal forma de receita de um serviço de abastecimento de água é a comercialização de água potável, então, para que não haja prejuízos à companhia de saneamento é importante que tenha uma medição total e mais exata possível e também uma estrutura de tarifas realista.

2.2 CLASSIFICAÇÃO DOS HIDRÔMETROS

Segundo a NBR 8009/97, o hidrômetro consiste em um "instrumento destinado a indicar e totalizar, continuamente, o volume de água que o atravessa".

Os hidrômetros são compostos por três partes:

- Câmara de medição: movimenta-se de acordo com a quantidade de água que flui;

- Registrador ou relojoaria: converte os movimentos induzidos pela água para, assim, indicar o consumo medido;

- Mecanismo: responsável por transferir o movimento gerado na câmara de medição ao registrador.

Os hidrômetros podem ser classificados em hidrômetros velocimétricos ou hidrômetros volumétricos.

2.2.1 Hidrômetros Velocimétricos

Neste tipo de hidrômetro o mecanismo móvel gira com velocidade proporcional à vazão e, desse modo, a quantidade de voltas dada por esse mecanismo indicará a velocidade com que a água escoa.  

Sendo assim, para o funcionamento desta ferramenta é preciso que haja uma parte móvel, podendo ser uma palheta, uma turbina, ou uma hélice, por meio da qual passa um jato de água, no caso do hidrômetro monojato, ou vários jatos de água, no caso do hidrômetro multijato.