Caso Edifício Real
Por: Fabio Grijó • 1/12/2016 • Trabalho acadêmico • 4.044 Palavras (17 Páginas) • 1.331 Visualizações
Sumário
- 1 INTRODUÇÃO
- 2 ESTUDO DE CASO REAL CLASS
2.1 Laudo Tecníco do CPC
2.2 Laudo Tecnico da UFPA
- 3–RELAÇÃO DO ESTUDO DE CASO COM O CONTEÚDO PROGRAMÁTICO- INFRAÇÕES DOS CODIGOS
3.1 – Infrações a lei 5.194/1966
3.2 - Infrações ao código do direito do consumidor
3.2.1 Capítulo III - Dos Direitos Básicos do Consumidor
3.2.2 Capítulo IV - Da Qualidade de Produtos e Serviços, da Prevenção e da Reparação dos Danos
3.2.3 Capítulo VII - Das Sanções Administrativas
3.3 – Infração ao código de Ética profissional
- 4 –CONCLUSÃO
- 5- REFERÊNCIA BIBLIOGRAFICA
1 INTRODUÇÃO
A disciplina ética profissional visa gerar engenheiros preparados para o mercado de trabalho com a consciência de seus deveres e responsabilidades social e as penalidades que podem sofrer em suas ações erradas.
Esse trabalho consiste em explorar, com base na Resolução da Lei nº 5.194, Código de Defesa do Consumidor e Código de Ética Profissional, aspectos sobre a responsabilidade dos profissionais que respondem pelo caso de desabamento do Edifício Real Class em Belém/PA.
ACIDENTE ESCOLHIDO: Desabamento do edifício Real Class, Belém/PA
DATA DA OCORRÊNCIA: 29/01/2011
ENGENHEIRO CALCULISTA: Raimundo Lobato da Silva
PROP. DA CONSTRUTORA REAL ENGENHARIA: Carlos Otávio Lima Paes
ENGENHEIRO RESIDENTE: Carlos Otávio Lima Paes Júnior
2 ESTUDO DE CASO REAL CLASS
O edifício Real Class., da construtora Real engenharia, que estava sendo construído na travessa Três de Maio no bairro de São Brás, entre as avenidas Governador José Malquer e Magalhães Barata.O cenário de aparente abandono não conseguiu esconder o susto que a sociedade paraense tomou quando se espalhou a notícia de que um prédio de 34 andares havia desabado, em Belém, no dia 29 de janeiro de 2011
Três pessoas morreram e dezenas de famílias tiveram de deixar suas casas e ficar em hotéis e casas de familiares até que o corpo de bombeiros verificasse que a estrutura de outras edificações não avia sido abalada pelo desabamento.
Quando o prédio veio abaixo, muitas pessoas se perguntaram o que poderia ter causado a tragédia, que matou três pessoas e deixou outras duas feridas. Falava-se em desconsideração da força do vento, pois na hora tinha início uma forte chuva. Outros questionavam a fundação do terreno, que não seria adequada a um empreendimento deste porte.
[pic 1]
Figura 2.1 – Edifício Real Class antes do desabamento
Pela figura 1 percebe-se a magnitude do edifício e também como este acidente poderia ter sido mais severo. Também se nota que no dia do acidente a obra já se encontrava em início de fase de acabamento.
[pic 2]
Figura 2.2 – Destroços do Edifício Real Class
[pic 3]
Figura 2.3 –Entulhos e ferros retorcidos do Edifício Real Class
2.1 Laudo Tecníco do CPC
No relatório produzido por seis peritos do Centro de Perícias Cientificas (CPC) apontou que o desabamento teve diversas causas, entre elas falhas na concepção do projeto para um prédio de 34 andares, onde se optou por pórticos simples para cada pavimento, quando o certo seria o método de pórticos múltiplos, além do erro de dimensionamento dos estribos.
Nesse erro de dimensionamento dos estribos o calculista foi contra a recomendação da NBR 6118 que limita um diâmetro mínimo para utilização dos estribos de 5mm. Nesse caso, optou-se por 4,2mm. Portanto, os estribos não suportaram a pressão dos vergalhões e se romperam, resultando no rompimento de dois pilares do térreo, acarretando no desabamento do edifício e conseguintemente a morte de algumas vítimas.
Conforme o CPC, os problemas causados pelos erros de cálculo poderiam ter sido contornados se a construtora tivesse submetido o projeto estrutural a uma segunda opinião técnica. Essa também é uma norma nacional, mas não foi cumprida.
2.2 Laudo Tecnico da UFPA
Aos 11 dias de março de 2011, às nove horas da manhã, foi entregue ao CREA-PA o laudo parcial elaborado pelo grupo de análise experimental de estruturas e materiais da Universidade Federal do Pará, feito com objetivo de indicar as causas que levaram o edifício Real Class. ao colapso no dia 29 de janeiro de 2011. Após analisar os projetos de arquitetura, estrutura, fundações, laudos de sondagem e a realização de ensaios em amostras de aço e concreto colhidos no local, esta equipe técnica concluiu que:
*O concreto e o aço empregados na estrutura apresentavam resistências compatíveis com as recomendadas pelas normais brasileiras;
* As fundações foram corretamente projetadas considerando-se as cargas informadas no projeto estrutural;
* Considerando as recomendações normativas para dimensionamento de estruturas de concreto, para carregamentos verticais e para vento, observou-se que o projeto estrutural não atendia tais recomendações, sendo a situação mais crítica referente a atuação do vento;
* Para a situação de colapso, caso de construção, observou-se que as fundações apresentavam resistência significativamente superior, descartando-se a hipótese de que o colapso tenha se iniciado por esgotamento de sua capacidade resistente;
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