FERRAMENTAS DO PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO APLICADAS AO ESTUDO DE CASO DA EMPRESA NETFLIX: UMA REVISÃO
Por: JMLimirio • 19/8/2016 • Artigo • 5.953 Palavras (24 Páginas) • 1.849 Visualizações
FERRAMENTAS DO PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO APLICADAS AO ESTUDO DE CASO DA EMPRESA NETFLIX: UMA REVISÃO
Júnio Marcos Limírio, jmlimirio@gmail.com¹
1 Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), Departamento de Engenharia de Produção, Administração e Economia, Escola de Minas – Campus Morro do Cruzeiro,Ouro Preto – MG – Brasil, CEP 35.400-000
Resumo: O Planejamento Estratégico (PE) é uma importante ferramenta que permite aumentar a competitividade das empresas, uma vez que possibilita o levantamento e identificação dos seus pontos fortes e fracos, bem como as oportunidades e ameaças que podem surgir no ambiente corporativo. Além disso, é uma metodologia que permitirá a empresa estabelecer metas e objetivos os quais serão o ponto chave para traçar os caminhos para o sucesso da mesma. Este artigo buscou mostrar os conceitos e pontos relevantes do PE como fator indispensável para organizações que almejam maiores lucros e vantagens competitivas no mercado atual. Além disso, buscou demonstrar a aplicação de Ferramentas Estratégicas, tais como Análise SWOT e Cinco Forças de Porter, através de um estudo de caso sobre a Empresa Netflix, principal serviço de TV por Internet do mundo, presente em mais de 190 países com mais de 83 milhões de usuários assistindo a mais de 125 milhões de horas de filmes e séries por mês, incluindo séries originais, documentários e filmes. A metodologia utilizou se dos princípios básicos do Planejamento Estratégico como referencial teórico e das informações no artigo Netflix publicado pela Harvard Business em 2009 para analisar e elaborar o estudo de caso. Como resultado, elaborou-se um estudo de caso da empresa Netflix onde utilizando as ferramentas Análise SWOT e Cinco Forças de Porter buscou demonstrar na prática a importância da visão estratégia para obtenção de resultados. Tais análises e conclusões são baseadas nas interpretações feitas pelo próprio autor.
Palavras-chave: Planejamento Estratégico, Análise SWOT, Cinco Forças de Porter
1. INTRODUÇÃO
A dinâmica dos mercados e tecnologias tem colocado, atualmente, em posição de destaque questões relativas à sustentabilidade das vantagens competitivas. Sob pressão para maximixar os ganhos de produtividade e qualidade em contraste à contínua redução de custos, gestores têm adotado ferramentas aleatórias para o alcance das metas. Tais implementações, às vezes, apresentam ganhos, entretanto, raramente são capazes de transformar tais resultados em uma situação com rentabilidade sustentável. Tal cenário ocorre porque os gestores muitas vezes estão forçando projetos em diversas frontes e indo contra uma viável posição competitiva.
Porter (2004) afirma que, eficiência operacional, embora seja necessária para uma performance superior, não é suficiente. Em outras palavras, o autor afirmou que técnicas e ferramentas de gestão embora úteis, são fáceis de copiar, tornando-se imprescindível o gestor ir além da obviedade e traçar um diferencial que apenas por meio de estratégias sólidas possa ser alcançado. Ainda segundo Chiavenato (2004), o sucesso da empresa está relacionado com a sua capacidade de adaptação no meio competitivo e dinâmico dos negócios, o que só pode ser feito através de um planejamento que a prepare para as mudanças constantes do ambiente, buscando traçar um caminho entre o desejo e a ação, permitindo focar a energia e a atenção em ações que permitam o cumprimento de objetivos e o alcance de metas.
Para tanto, uma forma de planejamento bastante efetiva é o Planejamento Estratégico (PE), método que, de modo geral, permite a identificação de fraquezas, o reconhecimento de potenciais recursos, o desenvolvimento de estratégias e ferramentas que devidamente implantadas visam alcançar os resultados previamente estabelecidos. Chiavenato e Sapiro (2004) afirmam que o PE é um processo essencial dentro de uma empresa, o qual permite traçar diretrizes para que o plano de ação resulte em ganho de vantagens competitivas através da identificação dos recursos potenciais; do reconhecimento das fraquezas e da escolha das estratégias para assegurar o sucesso almejado. Por fim, Castello (2014) garante que o PE é uma das ferramentas mais poderosas quando se trabalha com recursos escassos, quando é necessário dar velocidade e consistência à execução bem como atuar em sua inovação.
Neste contexto, este trabalho tem como objetivo realizar uma pesquisa bibliográfica em relação à relevância do PE e das suas ferramentas no objetivo de atingir tal diferencial competitivo no mercado. Para tanto tal artigo baseou-se no estudo de Shih, Kaufman, Spinola (2009) entitulado Netflix. O restante do artigo está organizado da seguinte forma: seção 2 apresenta o referencial teórico sobre a perspectiva histórica e conceitos da estratégia, identificando os níveis estratégicos e a relação entre vantagem competitiva e o modelo de negócio bem como uma revisão sobre as ferramentas do PE Análise SWOT e Cinco Forças de Porter, no intuito de perceber as características chaves para micro/macro análise do ambiente interno como externo de qualquer empresa; seção 3 apresenta o procedimento metodológico; seções 4 e 5 contextualizam e analisam os dados da Netflix, empresa que começou como um pequeno serviço de entrega de DVD pelos correios nos EUA, retratando a atual realidade organizacional da empresa, expondo algumas estratégias futuras correspondentes a missão e os valores da mesma; e seção 6 apresenta as principais conclusões.
- REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1 Estratégia: Perspectiva Histórica e Conceitos
A palavra estratégia teve sua origem na palavra grega strategos, que significa general ou alguém com um exército (stratos) para liderar. O termo foi primeiro usado em Atenas (508 a.C.) para descrever a arte da liderança empregada pelos dez generais do conselho de guerra. Tais generais desenvolveram princípios de liderança eficiente e realização de objetivos. Isso incluía abordagens para a guerra e motivação de soldados. Já no início da década de 1970, devido à recessão econômica e alarmantes índices de desemprego, a estratégia tornou se o que é hoje ponto chave para orientar administradores na tomada de decisões diante cenário de repentinas mudanças (ROCHA,2009).
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