INTRODUÇÃO AO ESTUDO TEOLÓGICO

Introdução aos

Estudos

Teológicos

INTRODUÇÃO AOS ESTUDOS TEOLÓGICOS

INTRODUÇÃO

A Teologia é livre, e livre é o pensar teológico. Com essa afirmação se dá base para muitas formas de se fazer reflexão teológica. Muitas escolas de interpretação e do pensar teológico se fixam atualmente, cada qual em um contexto específico, às vezes defendendo um segmento ou dogmas institucionais outras fixados em aspectos históricos. A verdade é que a reflexão teológica se faz necessária em todos os momentos de nossas vidas; tanto por que é uma realidade latente em nós, permeia todo nosso ser, está visível na criação, na natureza, nos relacionamentos interpessoais, no questionamento de nossa existência, acerca de nossas origens e de nosso futuro. A reflexão e o pensar teológico nos enche de expectativas às respostas sobre a vida e sua origem.

Agostinho, teólogo dos mais influentes do Cristianismo, nós dá, em uma de suas posições, uma base para buscar no sentimento religioso, inerente em cada um de nós, a existência de Deus. Deus Criador e Senhor, Salvador e que se relaciona conosco. Assim Agostinho se refere, quando de sua posição sobre “Semem Religionis”, que o homem trás consigo um desejo de relacionamento, um desejo religioso, de busca, de se atingir o intransponível, de se ter o conhecimento de Deus ou no mínimo essa constante busca como diz J. Moltmann na sua “Teologia da Esperança”.

Nossa proposta com esse material é oferecer o mínimo para uma estruturação de nossos estudos teológicos iniciais. Não buscando sermos radicalmente dogmáticos, nem fixarmos somente nos aspectos históricos e muito menos sermos convenientes a qualquer estrutura religiosa, mas sermos centrados nos objetivos, coerentes nas posições e extremamente cristocêntrico e bíblicos.

A Teologia é uma doce aventura. Mesmo com conceitos que nunca serão alcançados, mas com uma deliciosa atração que nos satisfaz, e a cada instante nos faz desejar mais do “Terno e do Eterno”.

O termo teologia foi criado pelo filósofo Platão (428-347 antes da Era comum). Agostinho (354- 430 da Era comum) deu-lhe um sentido cristão. Atualmente, é entendida como a reflexão sistemática dos fundamentos da revelação. Portanto, o seu objeto de estudo não é Deus em si. Porque se considerarmos a infinitude divina tal tarefa é impossibilitada pela finitude da inteligência humana (HARBIN, 2001). Karl Barth afirma que só é possível falar de Deus de forma comparativa, a partir da experiência do homem. Às vezes, a teologia é chamada de ciência. Esta classificação só pode ser feita considerando-a apenas como uma forma de investigação racional da fé. A sua matéria de estudo não é empírica.

A disciplina estuda a realidade sobre Deus e sua relação com o homem. A revelação é o ponto de partida e de delimitação da reflexão teológica. A revelação possui seu lado divino porque é Deus quem se revela, e um lado humano, pois é o homem que acolhe a verdade revelada. E na história, os homens da cada época refletem sobre o sentido do que foi revelado limitado pela sua compreensão. Portanto, existe uma só revelação, mas existem muitas teologias, pois os homens são diversos e diversas são as culturas.

1.1 – Conceito de definições:

1.1.1 – Análise morfológica da palavra

Deriva dos vocábulos gregos “Theos” e “logos” traduzidos “Deus” e “Conhecimento”, respectivamente. O Conceito de Deus é inatingível na íntegra, o que se pode fazer é uma analise morfológica dos termos aproximados.

1.1.2 – Significado

A palavra “logos” tem o mesmo significado da palavra bíblica “doutrina”, que significa ensino e instrução, conhecimento. Em se tratando de questão religiosa estaremos fixando no conhecimento da doutrina. Tt 2:10; Tm 4:6.

1.1.3 – Definição

Teologia é a ciência que trata do nosso conhecimento e relação para com Deus.

Logo, afirmamos que teologia vai além do rotulado cotidianamente ou de forma restrita defendida em estudos teológicos dogmáticos. Teologia se vive na prática. Ele está presente em todo contexto do homem. Assim, Teologia é ciência, pois trata de fatos relacionados com Deus e com as coisas da ordem definida, apresentados de uma maneira lógica e ordenada.

A base de estudo e conhecimento do homem a cerca de Deus é revelado por Ele mesmo, o que difere totalmente de qualquer outra ciência humana. Deus se declara e revela (Grego apocalipse = tirar o véu, desnudar-se), mostra o seu caráter, natureza e propósitos.

“Teologia é a ciência de Deus e das relações entre Deus e o universo”. (Strong)

“Teologia é o estudo de Deus e de todas as suas obras”. (Gruden)

“Teologia não é somente "a ciência de Deus" nem mesmo "a ciência de Deus e do homem". Ela também dá conta das relações entre Deus e o universo”. (Hodge)

A teologia trata, não só de Deus, mas das relações entre Deus e o universo, motivo porque falamos da Criação, da Providência e da Redenção.

Deus é conhecido através das suas obras e das suas atividades. Por isso a teologia dá conta destas atividades na medida em que elas acompanham o nosso conhecimento. Todas as outras ciências exigem a teologia para sua explicação completa.

Embora não encontremos nas Escrituras a palavra teologia, ela é bíblica em seu caráter. Em Rm 3:2 encontramos ta logia tou Theou (os oráculos de Deus); em I Pe 4:11 encontramos logia Theou (oráculos de Deus), e em Lc 8:21 temos ton Logon tou Theou (a Palavra de Deus).

1.1.4 – Formas ou Classes de Revelação

Onde Deus tem se revelado na História da Humanidade, e o homem tem formado conhecimento d’Ele.

1.1.4.1 – Revelação Moral – O homem foi criado a imagem de Deus e traz em si, elementos do Criador que o identificasse e testificam de Deus. E a revelação interna através da consciência. Sl 42:1,2; Rm 2:14,15.

1.1.4.2 – Revelação Natural – Através das coisas criadas Deus se revela ao homem. A existência, divindade, onipotência,