Imagens da Organização – A Mecanização assume o Comando
Por: Ellen Oliveira • 8/10/2018 • Resenha • 1.602 Palavras (7 Páginas) • 290 Visualizações
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RESENHA CRÍTICA
Imagens da Organização – A Mecanização assume o Comando
Gareth Morgan
ALUNA: ELLEN RODRIGUES DE OLIVEIRA
MATRÍCULA: 090950113
Em Imagens da Organização, no segundo capítulo chamado A Mecanização assume o Comando, o autor Gareth Morgan aborda o tema da super mecanização e dependência que os homens possuem frente as máquinas do mundo contemporâneo.
No inicio do texto ele repassa uma história contada pelo sábio chinês Chuang-tzu que viveu no século IV a.c.. Durante uma de suas viagens, o sábio chinês encontrou um velho que trabalhava na horta, e com grande sacrifício ele buscava água para colocar nas valetas. Então foi indagado pelo sábio, porque ele não usava uma alavanca para fazer uma bomba d'agua para trazer toda a água que precisa para as valetas e sem sacrifícios? Mas o velho chinês não gostou da ideia, pois acreditava que quem faz seu trabalho com máquinas, vive como as máquinas, perdendo a sua essência humana.
O medo do velho chinês se tornou real, pois o mundo moderno se transformou em um mundo regido por máquinas, onde o ser humano se deixou absorver pelos seus poderes produtivos, influenciando na sua maneira de viver e ser.
O modo mecânico de pensar, fixados na mente humana durante décadas, fortaleceu o estilo burocrático criando dificuldades para a entrada de novas percepções organizacionais. Consideramos, por exemplo, todo o planejamento que as empresas fazem para o funcionamento da sua organização. O trabalhador tem horário para chegar e sair do trabalho, tem um determinado conjunto de afazeres pré-estipulados, tem horas específicas de descanso. O trabalho se tornou metódico, mecânico e repetitivo.
De acordo com autor, o funcionamento das organizações são planejadas com base nas máquinas, esperando que os funcionários se comportem essencialmente como parte delas. As máquinas por sua vez são parte de algo maior, que é a organização em questão.
Na segunda parte do texto, com o subtítulo “Máquinas, pensamento mecânico e surgimento da organização burocrática”, Morgan diz que as organizações planejadas com base mecanicista, são normalmente rotuladas como burocracias.
Logo a seguir, temos outro subtítulo que é “A origem da organizações mecanicistas”, onde o autor descreve sobre o significado do nome “organizações”, que é originada do grego “orgamon” que significa uma ferramenta ou instrumento, representa algo em que as suas partes estão claramente relacionadas com uma ordem determinada. Existe, portanto, um conjunto de relações mecânicas.
O uso de instrumentos para facilitar algumas tarefas humanas, vem desde a antiguidade, onde os povos construíam pirâmides, impérios e igrejas. Mas foi com a Revolução Industrial na Europa e América do Norte que inventaram e proliferam as máquinas propriamente ditas, e, onde as organizações se tornam verdadeiramente mecanizadas. Com o uso das máquinas inicialmente nas industrias, as organizações tiveram de se adaptar a elas, de modo a satisfazer as suas exigências.
Se examinarmos as mudanças ocorridas com a Revolução Industrial, percebemos uma proporcional mudança no sentido da burocratização e rotinização da vida em geral.
As pessoas que trabalhavam por conta própria, e até mesmo os artesãos habilitados, rapidamente abandonaram as suas casas e oficinas para trabalhar num local onde não lhes era exigido uma habilidade específica, ou seja nas fábricas, dominadas pelas máquinas.
Os donos das fábricas e seus engenheiros, perceberam a ação eficiente das novas máquinas, mas teriam que promover mudanças nos planejamentos e controle do trabalho. Perceberam então que teriam de proceder a transformações de modo a reduzirem a liberdade de ação dos trabalhadores que estariam à mercê das próprias máquinas e supervisores. Os funcionários foram então submetidos a um disciplinamento de forma a seguirem a nova e rigorosa rotina de produção das fábricas.
Logo, as máquinas seriam essenciais para todos os ramos da sociedade. Com os problemas enfrentados pelas estruturas militares durante o seu reinado (1740-1786) Frederico, o Grande da Prússia, decidiu disciplinar o exército formado por homens sem organização e princípios, a partir da mecanização destes, transformando homens em autômatos. Entre essas reformas, ele utilizou-se de soldados rasos e uniformes, a extensão e padronização de regulamentos, especializações crescentes de tarefas, o uso de equipamentos padronizados, a criação de linguagens de comando e treinamentos que envolviam exercícios de guerra e disciplina. O principal objetivo de Frederico era transformar o exercito em um mecanismo eficiente que funcionasse por meio de peças padronizadas.
O autor cita também o sociólogo Max Weber que observou os paralelos entre a mecanização da industria e a proliferação de formas burocráticas de organização. É importante perceber que Weber não estava interessado em estudar as organizações formais enquanto fins em si mesmas, mas estava preocupado em compreender o processo de organização, processo este que assume diferentes formas e contextos e em diferentes épocas, fazendo parte de um contexto social mais amplo. Weber conclui que as formas burocráticas rotinizam os processos de administração exatamente como as maquinas rotinizam os processos de fabricação.
Segundo Weber o fenômeno de mecanização burocrática que incutia às organizações a sua precisão e rapidez poderia ter corroer o espírito humano e a capacidade de ação espontânea. Os trabalhos deste filósofo estão permeados em um grande ceticismo, no que tocava à burocracia.
Se por um lado Max Webber se mostrava cético quanto a esta burocracia, mais tarde foram estabelecidas as bases daquela que é agora “a teoria da administração clássica” e “administração científica”, por um grupo de teóricos e profissionais de administração.
Na quarta parte do texto, temos subtítulo “A teoria clássica da administração: Planejamento das organizações burocráticas”, onde Morgan relata que para defender a teoria da administração clássica, temos os seguintes representantes Henry Fayol, F. W. Mooney e Cel. Lyndall Urwick, que defendem que a administração deve ser um processo de planejamento, organização, direção, coordenação e controle.
O apanhado de ideias destes ditos teóricos serviu de base para técnicas de administração moderna. São casos disso mesmo a administração por objetivos, sistema de planejamento e programação de orçamentos, entre outros métodos que enfatizam o planejamento e o controle racional. No quadro 2.2, da p.28 do livro de Gareth Morgan “Imagens da Organização”, poderemos ver detalhadamente aqueles que são os princípios da teoria clássica da administração.
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