O Laudo Periculosidade
Por: Nilton Goulart • 25/7/2019 • Resenha • 1.501 Palavras (7 Páginas) • 244 Visualizações
ANÁLISE ERGONÔMICA DO TRABALHO DE REPORTER CINEMATOGRÁFICO
Segundo a legislação brasileira na Norma Regulamentadora 17, para avaliar a adaptação das condições de trabalho às características psicofisiológicas dos trabalhadores, cabe ao empregador realizar a análise ergonômica do trabalho, devendo a mesma abordar, no mínimo, as condições de trabalho. As condições de trabalho incluem aspectos relacionados ao levantamento, transporte e descarga de materiais, ao mobiliário, aos equipamentos, às condições ambientais do posto de trabalho e à própria organização do trabalho.
Este trabalho consiste na avaliação ergonômica do trabalho de repórter cinematográfico. Serão apresentados resultados baseados em observações da atividade e conversas informais com os cinegrafistas da empresa.
OBJETIVO:
Ter subsídios para propor sugestões preliminares de melhorias para a classe de trabalhadores (cinegrafistas).
METODOLOGIA:
Este estudo é baseado na metodologia própria da ergonomia, denominada de Análise Ergonômica do Trabalho (AET).
A finalidade da Análise Ergonômica do Trabalho (AET) é sempre melhorar as condições de trabalho, dentro dos limites considerados aceitáveis para a produção (Abrahão & Pinho, 1999).
Foi realizada conversa informal com cinegrafistas através da qual obtiveram-se dados relevantes a respeito da forma de execução da sua atividade e suas principais queixas.
ESTUDO DE CASO:
Foi analisado o trabalho dos cinegrafistas, que atuam na Empresa Brasil de Comunicação – EBC, na NBR.
A câmera e o tripé juntos chegam a pesar em torno de 12 kg.
As queixas mais frequentes dos cinegrafistas são dores constantes nos ombros, região dorsal e lombar (coluna), nos punhos/mão/dedos e membros inferiores (joelhos). Esses sintomas comprometem significativamente a execução de suas atividades laborais.
DESCRIÇÃO DA ATIVIDADE:
Repórter cinematográfico é aquele a quem cabe registrar cinematograficamente quaisquer fatos ou assuntos de interesse jornalístico (Decreto-Lei nº 972 de 07/10/1969).
A função do repórter cinematográfico consiste em captar a melhor imagem para as reportagens que estão sendo realizadas no momento, seja elas ao vivo (link) ou gravadas.
Os cinegrafistas trabalham geralmente em equipe composta de três pessoas, que são o auxiliar de câmera e o repórter.
A carga horária é de 05 (cinco) horas mais 02 (duas) horas adicionais, totalizando 7 horas diárias e realizam 01 (um) plantão mensal.
Os cinegrafistas permanecem numa sala destinada a eles, a espera da chamada para o trabalho.
São convocados para a reportagem, sendo indicado naquele momento de quem formará a equipe, onde se dirigem ao local da reportagem.
A carga de trabalho é muito variada e depende muito do tipo de reportagem a ser realizada.
Uma sobrecarga maior para os cinegrafistas são as viagens onde têm que acompanhar o Presidente da República em vários países. Nessas ocasiões há um desgaste muito grande em relação aos fusos horários e ao tempo para descanso.
DIAGNOSTICO:
Durante sua atividade o cinegrafista permanece exposto a:
- posturas que comprometem o sistema músculo esquelético;
- ao peso da câmera e tripé que carrega;
- ao sol;
- a chuva;
- a pressão temporal e outros fatores expostos a seguir:
CLASSES DE PROBLEMAS:
1 – POSTURA:
- Permanece em postura estática a maior parte da carga horária;
- Carrega a câmera e o tripé quando não está filmando,
2 – INSTRUMENTO DE TRABALHO:
- Excesso de peso dos equipamentos (câmera e tripé);
- A largura da câmera exige inclinação lateral do pescoço.
3 – ACÕES:
- Para captar imagens muito próximas, exige que o cinegrafista tenha uma flexão cervical excessiva e uma força maior para sustentar a câmera;
- Assume postura estática em flexão de ombro, cotovelo e dedos dos membros superiores durante o tempo que durar a filmagem;
- Algumas imagens exigem que o cinegrafista permaneça na ponta dos pés, outras que dobre os joelhos;
- Dependendo da imagem a ser captada, realiza esforços dinâmicos em flexão de tronco;
- O cinegrafista é obrigado a controlar a respiração para não comprometer a qualidade da imagem;
- Muitas vezes há a necessidade de caminhar de costas segurando a câmera, aumentando o risco de quedas.
4 – ORGANIZACÃO:
- Pressão temporal;
- Exigência quanto à qualidade da imagem.
5 – DESLOCAMENTO:
- Determinadas reportagens exigem caminhadas por longo período, sempre com a câmera apoiada no ombro.
6- AMBIENTAIS:
- Dependendo da reportagem, os cinegrafistas são obrigados a ficar horas expostos ao sol, chuva ou vento;
- Presença de ruído em determinados ambientes.
7 – ACIDENTES:
- Risco de queda durante a disputa pela melhor imagem com cinegrafistas de outras emissoras.
A Norma Regulamentadora nº 17 visa estabelecer parâmetros que permitam a adaptação das condições de trabalho às características psicofisiologicas dos trabalhadores, de modo a proporcionar um máximo de conforto, segurança e desempenho eficiente. As condições de trabalho incluem aspectos relacionados ao levantamento, transporte e descarga de materiais, ao mobiliário, aos equipamentos e às condições ambientais do posto de trabalho e a própria organização do trabalho.
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