PROCEDIMENTOS DE CÁLCULO DE INCERTEZA DE MEDIÇÃO EM MEDIÇÕES DIRETAS E INDIRETAS
Ensaios: PROCEDIMENTOS DE CÁLCULO DE INCERTEZA DE MEDIÇÃO EM MEDIÇÕES DIRETAS E INDIRETAS. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: larissasmcorreia • 14/1/2015 • 2.541 Palavras (11 Páginas) • 386 Visualizações
PROCEDIMENTOS DE CÁLCULO DE INCERTEZA DE MEDIÇÃO EM
MEDIÇÕES DIRETAS E INDIRETAS
Prof. José Leonardo Noronha, M. Eng.
Departamento de Engenharia de Produção
Escola Federal de Engenharia de Itajubá – EFEI
RESUMO:
Neste trabalho são apresentados alguns procedimentos de avaliação de incerteza de medição em
medição direta e indireta baseados no Guia para Expressão da Incerteza de Medição desenvolvido
pelo Grupo Técnico da ISO.
PALAVRAS CHAVES:
Metrologia, Incerteza de Medição, Calibração.
1. INTRODUÇÃO
Quando se relata o resultado de uma medição de uma grandeza física, é obrigatório que seja dada
uma indicação quantitativa da qualidade do resultado de forma tal que aqueles que o utilizam
possam avaliar sua faixa de dúvidas. Sem esta indicação, resultados das medições não podem ser
comparados, seja entre eles mesmos ou com valores de referência dados numa especificação ou
numa norma. É, portanto, necessário que haja um procedimento prontamente implementado,
facilmente compreendido e de aceitação geral para caracterizar a qualidade de um resultado de uma
medição, isto é, para avaliar e expressar sua incerteza.
Em 1978, reconhecendo a falta de um consenso internacional para a expressão da incerteza de
medição, o Comitê Internacional de Pesos e Medidas (CIPM) solicitou ao Bureau Internacional de
Pesos e Medidas (BIPM) que tratasse o problema em conjunto com os laboratórios nacionais de
metrologia e que fizesse uma recomendação. Este grupo concluiu que havia necessidade de se obter
um procedimento internacionalmente aceito para expressar a incerteza de medição e para combinar
os componentes individuais da incerteza em uma única incerteza total. Entretanto, não se
evidenciou um consenso quanto ao método a ser usado. O BIPM então convocou uma reunião com
o propósito de se chegar a um procedimento uniforme e de aceitação geral para a especificação da
incerteza ; ela foi assistida por especialistas de 11 laboratórios nacionais. Este Grupo de Trabalho
desenvolveu em 1980 a Recomendação INC-1, Expressão de Incertezas Experimentais. O CIPM
aprovou a recomendação em 1981 e a ratificou em 1986.
CIPM transferiu a tarefa de desenvolver um guia detalhado, baseado na Recomendação do Grupo
de Trabalho, para a Organização Internacional de Normalização (ISO). A responsabilidade foi
conferida ao ISO Technical Advisory Group on Metrology (TAG 4), que por sua vez, estabeleceu o
Grupo de Trabalho 3 (ISO/TAG 4/WG 3). Foram estabelecidos os seguintes termos de referência:
Desenvolver um documento - guia baseado na recomendação do Grupo de Trabalho do BIPM sobre
a Declaração de Incertezas que forneça regras sobre a incerteza de medição para a utilização em
normalização, calibração, credenciamento de laboratórios e serviços de metrologia.
O propósito desta orientação é:
- promover a informação integral sobre a maneira pela qual a declaração da incerteza foi alcançada;
- prover uma base para a comparação internacional de resultados de medição.
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2. INCERTEZA DE MEDIÇÃO
A incerteza do resultado de uma medição reflete a falta de conhecimento exato do mensurando. O
resultado de uma medição após a correção dos efeitos sistemáticos reconhecidos, é ainda, tão
somente uma estimativa do valor do mensurando por causa da incerteza proveniente dos efeitos
aleatórios e da correção imperfeita do resultado no que diz respeito aos efeitos sistemáticos.
Na prática, existem muitas fontes possíveis de incerteza em uma medição, incluindo:
a) definição incompleta do mensurando;
b) realização imperfeita da definição do mensurando;
c) amostragem não representativa - a amostra medida pode não representar o mensurando;
d) conhecimento inadequado dos efeitos das condições ambientais sobre a medição ou medição
imperfeita das condições ambientais;
e) erro de tendência pessoal na leitura de instrumentos analógicos;
f) resolução finita do instrumento ou limiar de mobilidade;
g) valores inexatos dos padrões de medição e materiais de referência;
h) valores inexatos de constantes e de outros parâmetros obtidos de fontes externas e usado no
algoritmo de redução de dados ;
i) aproximação e suposições incorporadas ao método e procedimento de medição;
j) variações nas observações repetidas do mensurando sob condições aparentemente idênticas.
Estas fontes não são necessariamente independentes e algumas das fontes de a) a i) podem
contribuir para a fonte j). Naturalmente, um efeito sistemático não reconhecido não pode ser levado
em consideração na avaliação da incerteza do resultado
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