Parceria para Fazer o Alimento Mais Seguro

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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ

PÓS GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO

Resenha Crítica de Caso

Helen Cristina de Aragão Bomfim

Trabalho da disciplina O ambiente e as doenças do trabalho

                                                                     Tutor: Prof. Lucio Villarinho Rosa

Salvador

2020

Sample6: Parceria para Fazer o Alimento Mais Seguro

Referência:

REFERÊNCIA: HIGGINS, Robert F.; KENTER, Kristen. Sample6: Fazendo uma parceria para tornar alimentos mais seguros. Harvard Business School, Julho, 2013.

O Sample6 é um sistema de controle de segurança usado para o monitoramento ambiental de patógenos, a partir do desenvolvimento de um software para análise de dados em plataforma, melhorando a visualização dos resultados e reduzindo o tempo de ensaio. Inicialmente, o Sample6 foi capaz de detectar a bactéria Listeria spp. em 4 horas, uma redução superior a 80% em comparação com o padrão atual. Porém, a plataforma desenvolvida tem como objetivo melhorar as análises de patógenos nas empresas do ramo alimentício, aumentando a segurança alimentar.

No estudo de caso em questão, o CEO da Sample6, Tim Curran, estava prestes a apresentar a sua plataforma em uma reunião com os principais líderes do ramo alimentício, com o intuito de discutir propostas tecnológicas de melhorias na segurança alimentar nos Estados Unidos. Entretanto, tal reunião levantou questões no núcleo de gestão da segurança alimentar quanto ao seu melhor monitoramento. A Sample6, então, deveria adaptar o seu padrão para atender às mais diferentes demandas no mercado alimentício bem como definir qual a sua real responsabilidade diante de autoridades regulamentadoras como a FDA (Food and Drug Administration) e a USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos).

Considerando o contexto geral da indústria alimentícia americana, cujo mercado representa uma fração considerável de vendas no varejo, a cadeia alimentar se torna cada vez mais globalizada, reduzindo custos de demanda e, em contrapartida, o gerenciamento da cadeia de abastecimento se torna mais amplo e mais complexo. Em resposta à essa globalização da cadeia alimentar, crises de contaminação de alimentos chamaram a atenção da mídia, criando nos consumidores uma maior conscientização para uma alimentação mais saudável. Consequentemente, as indústrias do setor alimentícia aumentou seus investimentos em tecnologias que melhorem o monitoramento, a visibilidade e rastreabilidade na segurança dos seus produtos, tais como o RFID (Identificação por Radiofrequência) e rastreamento por GPS.

Ainda no contexto da segurança alimentar, existem quatro tipos importantes de contaminantes que interferem na segurança alimentar:

1. Agentes físicos: qualquer forma de energia que possa comprometer a saúde ou integridade de uma pessoa, sendo necessário um meio de transmissão para propagar seu mal, podendo causar lesões crônicas e mediatas.
2. Agentes químicos: Substâncias, compostos ou produtos que possam penetrar no organismo, causando lesões.
3. Alergênicos: Substâncias que contém um determinado composto (alérgeno) capaz de causar reações graves em pessoas susceptíveis imunologicamente.
4. Agentes biológicos: Bactérias, fungos, protozoários, parasitas, bacilos e vírus que podem causar alguma patologia.

Devido ao aumento das patologias alimentares causadas por agentes biológicos, o CDC (Centro de Controle e Prevenção de Doenças) estabeleceu metas para reduzir as taxas de infecção até 2020, aumentando a vigilância, incluindo novos controles de tempo e temperatura, otimizando respostas aos surtos e a melhoria na supervisão das importações de alimentos, na qual o FDA e o USDA ficaram responsáveis pela regulamentação dos mesmos, facilitando o monitoramento das taxas. Outro ponto de melhoria foi a assinatura do FSMA (Ato de Modernização da Segurança Alimentar), aumentando o poder do FDA de prevenção e reação à surtos de segurança alimentar e, consequentemente, aumentando a fiscalização de alimentos.

A identificação de não conformidade na fiscalização dos alimentos geral recalls de alimentos, sendo devolvidos às empresas fabricantes, sendo prejudiciais às empresas financeiramente, além da reputação quanto à qualidade dos alimentos produzidos – em tempos onde as notícias são publicadas na internet, a repercussão negativa é maior, alcançando mais nichos. Durante o período de 2008-2012, houve um aumento significativo de recalls, impactando negativamente na economia. 

A indústria de diagnósticos de segurança alimentar apresenta soluções para empresas alimentícias de forma a garantir a confiabilidade dos produtos fornecidos, a partir dos testes de produtos e testes ambientais (inspeção na unidade de produção), atendendo aos requisitos exigidos pela FDA e USDA. Após o surto de doenças causadas por agentes biológicos nos alimentos, os critérios de qualidade dos alimentos aumentaram, havendo um crescimento da demanda de testes de patógenos, de forma a cumprir esses critérios.

Mesmo com uma melhora no monitoramento da segurança alimentar, o problema ainda não havia sido sanado, pois os resultados não possuíam uma análise mais aprofundada, além de serem realizados de forma manual. Com o intuito de resolver o problema, houve um aumento no investimento em soluções de software, reduzindo também o volume da papelada gerada pelos testes de segurança. Diante desse cenário, em 2009 foi fundada a Sample6, sendo um avanço no monitoramento dos produtos alimentícios.

A Sample6 permitiu a detecção de bactérias com maior confiabilidade em um baixo intervalo de tempo, a partir do desenvolvimento de uma Plataforma de bio-iluminação proprietária, cujas bactérias eram iluminadas por bacteriófagos criados e bioluminescência natural, sendo detectadas em um luminômetro. O objetivo da Sample6, após arrecadar recursos financeiros oriundos de concursos de planos de negócios,  era a extinção de patógenos de alimentos de forma a melhorar a saúde e a segurança de consumidores globais, a partir de sistemas integrados que possam detectar bactérias perigosas e indesejadas em um período curto de tempo, aumentando também a produtividade e, consequentemente, trazendo benefícios para a economia global. Porém, os fundadores tinham o intuito de aplicar o software em diversos setores industriais.